Linguagem Visual

Aula 1

Elementos Formais na Comunicação Visual

Elementos formais na comunicação visual

Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá explorar os princípios fundamentais da forma e comunicação visual. Descubra como esses conceitos, mesmo sutis, são essenciais para estruturar o design e criar mensagens persuasivas. Entenda a importância das formas orgânicas e geométricas, além de aprender sobre as leis da Gestalt na composição visual. Prepare-se para ampliar suas habilidades profissionais e transmitir suas ideias de forma mais impactante! Vamos lá!

Ponto de Partida

Boas-vindas à nossa aula sobre os princípios fundamentais da forma e da comunicação visual! Vamos mergulhar em um universo essencial para todo profissional criativo. Primeiramente, exploraremos como os elementos conceituais da forma constroem a estrutura do design, possibilitando a criação de mensagens persuasivas e impactantes. Compreender essa base é fundamental para qualquer área que envolva comunicação visual, desde design gráfico até publicidade e marketing.

Ao longo da aula, estaremos atentos a uma questão central: como podemos utilizar os princípios da forma e da composição visual para criar conexões mais profundas com o nosso público-alvo? Para responder a essa pergunta, vamos analisar exemplos práticos e discutir como as formas orgânicas e geométricas, juntamente com as leis da Gestalt, influenciam a percepção e interpretação das mensagens visuais.

Quero incentivar você, estudante, a se manter engajado e atento aos detalhes. Cada tópico abordado nessa aula será uma peça-chave para desvendar os segredos por trás de um design eficaz e impactante. Então, prepare-se para embarcar nessa jornada de aprendizado e descoberta! No final, você estará mais preparado para aplicar esses conhecimentos em seu cotidiano profissional, transformando suas ideias em mensagens visualmente poderosas.

Vamos Começar!

Nessa aula, você conhecerá os princípios da forma e como esses elementos conceituais, mesmo não visíveis, constroem a estrutura da comunicação visual, a fim de estruturar o desenho, para que seja possível construir uma informação ou mensagem persuasiva.

Você verá também que as formas orgânicas são baseadas em elementos naturais, inspiradas em formas da natureza. Quando falamos em composição livre, apresentamos a combinação entre as duas formas, orgânicas e geométricas.

Por fim, você conhecerá os princípios da composição visual e as leis da Gestalt, e como suas aplicações modificam a peça gráfica, com o propósito de criar conexão visual com o leitor e passar a mensagem planejada.

Símbolos e sinais como pontos e linhas

Para abordar o tema da comunicação visual, símbolos e sinais, é preciso entender que, desde quando nascemos, somos inseridos em uma sociedade imersa em informações e estímulos, e são esses estímulos que permitem a compreensão e conexão visual de todo nosso entorno, dos significados das imagens, e a memorização de nossas experiências para, a partir disso, interagir com o meio.

Esses estímulos nada mais são que um “banco de dados” de informações, imagens e conexões que, conforme evoluímos, se desenvolve baseado em novas relações com o mundo, formando um grande ciclo de experiências.

Sendo assim, é a partir da construção de experiências desde a nossa primeira infância que criamos a capacidade de ver, compreender e identificar, de maneira visual, os acontecimentos e fenômenos ao nosso redor. Daí em diante, organizamos nossas necessidades, preferências, prazeres e medos a partir do que vimos, vemos e queremos ver.

Princípios da forma

Para compreender a imagem, ela é representada a partir de formas, construídas através de um desenho, por exemplo, e contém uma mensagem, consequentemente. Por isso, devemos entender “forma” como o conjunto de elementos da comunicação visual, segundo conceitua Wong (2010). E são os elementos conceituais que constroem a forma e estruturam a comunicação visual.

Os elementos conceituais não são visíveis, porém são a base para a construção da forma e, consequentemente, dos símbolos e sinais. São eles: ponto, linha, forma e volume. Por exemplo: toda linha inicia-se com um ponto, todo plano inicia-se a partir de uma linha, todo volume inicia-se a partir de um plano inserido em um.

  • Ponto: simboliza uma posição, não ocupa uma área específica nem mesmo tem comprimento ou largura. É considerado o menor elemento visual na superfície.
  • Linha: ao inserir um ponto, ele pode se mover, criar uma trajetória e se tornar uma linha. A linha, no caso, tem comprimento, mas não tem largura.
  • Plano: uma linha em pequenos movimentos se torna um plano, apresentando comprimento e largura.
  • Volume: a direção do plano se torna um volume, que, além de comprimento e largura, ocupa um lugar no espaço com a profundidade.
Figura 1 | Elementos conceituais da comunicação visual. Fonte: Wong (2010, p. 42).

O neurocientista britânico Steven Rose (2006) defende que “o cérebro humano trabalha com significados”. Por isso, a ideia dos símbolos e sinais na comunicação visual é estruturar o desenho para que seja possível construir uma informação ou mensagem persuasiva.

Portanto, não se pode esquecer que a comunicação visual não é apenas construída por um suporte ou desenho, mas, sim, pela soma de todos os elementos envolvidos nela e, segundo defende a teoria da psicologia da Gestalt: identificação e compreensão baseadas na percepção das formas e figuras (GOMES FILHO, 2015).

Símbolos e sinais como pontos e linhas

A forma é considerada, segundo Wong (2010, p. 141), um “espaço positivo e que está ocupado”. Conforme a forma se transforma em formato, em um suporte bidimensional, pode ser mostrada e, consequentemente, visualizada segundo seu tamanho, sua cor, posição ou direção, tudo através da aplicação de pontos, linhas e planos.

As formas orgânicas (Figura 2), segundo o autor, são formas produzidas a partir de “curvas que fluem suavemente com transições imperceptíveis ou conexões salientes” (WONG, 2010, p. 172). Elas são baseadas em coisas naturais e vivas, inspiradas em formas da natureza, como paisagens, flores, folhas, frutos, plantas, pássaros, entre outras. Possuem contorno irregular e não apresentam forma limitada, expressando movimento e direção. Podem ser desenhadas à mão livre, com ou sem instrumentos de desenho, como as curvas francesas ou curvas flexíveis, e raramente são desenhadas com linhas retas.

Figura 2 | Forma orgânica. Fonte: Pixabay.

Composição da linguagem visual

Na composição visual, são apresentados os princípios e as teorias que atuam como ferramentas importantes na concepção e criação de uma peça gráfica com princípios visuais. São conhecimentos visuais que influenciam e auxiliam na construção e obtenção dos resultados esperados, distribuídos com elementos diversos e de diferentes maneiras em determinado projeto gráfico.

Segundo o designer, professor e autor João Gomes Filho (2015), os princípios da linguagem visual são:

  • Ponto: menor unidade visual, tem alto poder de atração (Figura 3);
Figura 3 | Ponto como linguagem visual. Fonte: Freepik.
  • Linha: a partir da proximidade de muitos pontos, percebe-se visualmente uma linha, tendo como expressão o movimento e a energia.
  • Forma: refere-se às três formas básicas: círculo, triângulo equilátero e retângulo, e cada uma delas possui significados, sendo responsáveis pela construção de tantas outras formas.
  • Direção: parte do princípio de que as formas básicas exercem três direções principais: retângulo, a horizontalidade e verticalidade; triângulo, a diagonal; o círculo, a curva (Figura 4).
Figura 4 | Direção. Fonte: Pixabay.
  • Tom: a diferenciação entre a percepção do claro e do escuro, ou seja, só existe o claro porque há a presença do escuro.
  • Cor: possui diversos significados simbólicos e associativos, e apresenta três outras dimensões: a matiz, que é a cor em si; a saturação, que é acrescida do escuro ou preto, até perder sua originalidade; e a luminosidade, que, acrescida da luz ou do branco, tende a desaparecer.
  • Textura: explora os sentidos, o tato e a visão, como elementos de comunicação visual.
  • Escala: não existe uma imagem grande se não existir uma comparação pequena, dessa forma, a escala demonstra não só o tamanho do produto, mas, também, do ambiente (Figura 5).
Figura 5 | Escala. Fonte: Pixabay.
  • Movimento: a partir do uso de linhas e do conceito de direção, é possível perceber o movimento.

A composição livre na comunicação visual permite a integração de todos os elementos, a fim de construir uma imagem que transmita um significado e, assim como toda representação visual, tenha um objetivo.

Siga em Frente...

Ângulos e diagonais na composição gráfica

A produção da composição na comunicação visual é a grande resposta para oferecer e manifestar coerentemente a mensagem planejada na peça gráfica. Designer gráficos estão sempre atentos quando o assunto é compor e recompor seus projetos, a fim de chamar a atenção do leitor e fazê-lo interpretar corretamente o conceito e/ou os significados presentes na mensagem. Para isso, é necessário conhecer e aplicar os princípios básicos da composição visual, para torná-la uma ferramenta comunicativa e persuasiva.

Para a designer, autora e professora Donis A. Dondis (1991, p. 165), “os dados visuais podem transmitir informação: mensagens específicas ou sentimentos expressivos, tanto intencionalmente, com um objetivo definido, quanto obliquamente, como um subproduto da utilidade”.

Esses princípios e teorias da linguagem visual são ferramentas utilizadas na hora de conceituar e projetar peças gráficas, já que auxiliam na produção de projetos visualmente equilibrados – quando distribuídos elementos visuais propositalmente –, para que se chegue ao objetivo esperado.

Esses elementos, segundo Williams (2009), são: cor, forma, unidade visual, equilíbrio, hierarquia das informações, legibilidade e organização desses elementos na composição visual que será produzida. Embora sejam apresentados separados, raramente apenas um dos princípios é utilizado em uma composição visual.

Vamos entendê-los mais detalhadamente:

  • Contraste: evite elementos similares na peça gráfica: procure usar cores, tamanhos, linhas, formas e espaços, diferenciando-os para enfatizar a comunicação.
Figura 6 | Contraste. Fonte: Williams (2009, p. 54-55).
  • Repetição: repita elementos visuais do projeto no material, ou seja, repita formas, texturas, espessuras e tamanhos. Isso ajudará a criar organização e unidade visual.
Figura 7 | Repetição. Fonte: Williams (2009, p. 48).
  • Alinhamento: todos os elementos devem ter uma ligação um com o outro na composição da página. Isso ajudará a criar uma imagem limpa, sofisticada e suave.
Figura 8 | Alinhamento. Fonte: Williams (2009, p. 31).
  • Proximidade: elementos relacionados entre si devem permanecer agrupados, criando a sensação de proximidade e unidade visual, pois isso auxilia na organização das informações e reduz a desordem.
Figura 9 - Proximidade. Fonte: Williams (2009, p. 18).

Gomes Filho (2015) apresenta os princípios da Gestalt baseados na identificação e compreensão da percepção das formas e figuras e apresenta-as como as Leis da Gestalt: unidade (Figura 10); segregação, unificação, fechamento, continuidade (Figura 11); proximidade, semelhança e pregnância da forma.

Figura 10 | Lei da Gestalt: unidade. Cartaz do filme The Hustler, 1961. Fonte: Wikimedia.
Figura 11 | Lei da Gestalt: continuidade. Cartaz da Revolução Paulista de 1932. Fonte: Wikimedia.

Além disso, apresenta categorias conceituais, que são: harmonia e desarmonia; ordem e desordem; equilíbrio e desiquilíbrio; simetria e assimetria (Figura 12); e contraste, que inclui: luz e tom, cor, movimento (Figura 13), dinamismo, ritmo, passividade, proporção, escala e agudeza.

Figura 12 | Simetria e assimetria, respectivamente. Fonte: Pixabay e Pexels.
Figura 13 | Movimento. Fonte: Wikimedia.

E no que diz respeito às técnicas visuais aplicadas: clareza, simplicidade, minimidade, complexidade, profusão, coerência, incoerência, exageração (Figura 14), arredondamento, transparência física e sensorial, opacidade, redundância, ambiguidade, espontaneidade, aleatoriedade, fragmentação, sutileza, diluição, distorção, profundidade, superficialidade, sequencialidade, sobreposição, ajuste óptico e ruído visual.

Figura 14 | Técnica visual de exageração. Fonte: Pixabay.

Portanto, não podemos considerar que a comunicação visual é apenas construída no suporte em que está inserida, e sim pela união de todos os elementos reunidos e da aplicabilidade da psicologia da Gestalt e dos princípios da forma.

Vamos Exercitar?

O ponto de partida nos trouxe à reflexão sobre a importância dos princípios fundamentais da forma e comunicação visual no contexto profissional criativo. Durante nossa jornada, exploramos como esses princípios constroem a estrutura do design e permitem a criação de mensagens persuasivas e impactantes.

Ao analisar exemplos práticos e discutir as influências das formas orgânicas, geométricas e das leis da Gestalt na percepção visual, encontramos caminhos para estabelecer conexões mais profundas com nosso público-alvo.

Encerramos essa aula incentivando você, estudante, a continuar explorando e aplicando esses conhecimentos em prática. Lembre-se de que a criatividade é uma ferramenta poderosa, e suas possibilidades são infinitas. A jornada está apenas começando!

Saiba Mais

Para expandir seu entendimento sobre criatividade e sua aplicação na prática profissional, assista ao documentário Como o Cérebro Cria (2019), que entrevista profissionais de diversas áreas para explorar seus processos criativos. Essa diversidade de perspectivas revela que a criatividade é pessoal e individual, e que há uma variedade de métodos e abordagens para ser criativo.

Além disso, você pode ler o artigo "O Experimentalismo e a influência da Teoria da Gestalt na área de Design", de Natália Bortolás, Gustavo Boehs, Richard Perassi e Milton L. H. Vieira. Esse artigo oferece reflexões valiosas sobre como a teoria da Gestalt influencia o design e como o experimentalismo pode ser aplicado na prática criativa.

Referências Bibliográficas

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira/Edusp, 2004.

BORTOLÁS, N. et al. O experimentalismo e a influência da Teoria da Gestalt na área do Design. Estudo em Design, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 1-15, 2013. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/22407/22407.PDF. Acesso em: 20 abr. 2023.

DONDIS, A. D. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2015.

ROSE, S. O cérebro do século 21. São Paulo,: Globo, 2006.

WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planejamento visual. 3. ed. São Paulo: Callis Edições, 2009.

WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Aula 2

Forma e Conteúdo na Comunicação Visual

Forma e Conteúdo na Comunicação Visual

Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar as estruturas visuais. Você aprenderá sobre o ciclo básico da forma, incluindo elementos como ponto, linha, plano e volume. Entenderemos a diferença entre simetria e assimetria, e como esses conceitos influenciam o sucesso de um projeto gráfico. Além disso, discutiremos o papel dos ângulos e diagonais na comunicação visual. Esses conhecimentos são essenciais para sua prática profissional, pois ajudam a criar designs visualmente impactantes e eficazes. Está preparado para mergulhar nessa jornada? Vamos lá!

Ponto de Partida

Boas-vindas à nossa aula sobre estruturas visuais! Vamos explorar os fundamentos essenciais que compõem a linguagem visual, desde os elementos básicos como ponto, linha, plano e volume, até conceitos mais avançados como simetria, assimetria, ângulos e diagonais. Entender esses conceitos é crucial para qualquer profissional criativo, pois eles formam a base para a criação de designs visualmente impactantes e eficazes.

Ao longo dessa aula, estaremos nos perguntando: como podemos utilizar a simetria e a assimetria de forma estratégica para comunicar uma mensagem? Como os ângulos e diagonais podem ser empregados para criar dinamismo e interesse visual em nossos projetos? Essas questões nos guiarão durante nossas discussões!

Então, estudante, esteja preparado para mergulhar neste universo. A cada conceito explorado, você estará mais capacitado para aplicar esses conhecimentos em sua prática profissional, criando designs que não apenas agradam esteticamente, mas também comunicam de forma eficaz. Vamos explorar as possibilidades infinitas que as estruturas visuais oferecem. Estamos animados para começar essa jornada de aprendizado com você!

Vamos Começar!

Nessa aula, mergulharemos nos intricados aspectos da definição de estrutura na composição visual. Desde os elementos básicos, como ponto, linha, plano e volume, até os conceitos mais avançados de simetria, assimetria, ângulos e diagonais, exploraremos a essência do design gráfico.

Compreender esses elementos não apenas aprimora nossa capacidade de criar designs esteticamente atraentes, mas também fortalece nossa habilidade de comunicar mensagens de forma eficaz. Ao investigarmos a simetria e a assimetria, aprenderemos a equilibrar elementos visuais para transmitir emoções e significados sutis. Da mesma forma, ao compreendermos a influência dos ângulos e diagonais, seremos capazes de criar composições dinâmicas e envolventes, direcionando o olhar do espectador de maneira estratégica.

Prepare-se para uma imersão no mundo das estruturas visuais e suas aplicações na comunicação visual. Vamos explorar como esses elementos formam a base para o design gráfico e descobrir como podem ser utilizados para criar peças gráficas impactantes e memoráveis.

Definição de estrutura

Na comunicação visual, todos os elementos e configurações visuais são reconhecidos como forma, sendo ela não apenas um resumo do como é observada, e sim como é reconhecida por seus elementos, os quais envolvem formato, tamanho, textura e cor definidas (Figura 1).

Segundo Wong (2010, p. 44), a forma possui um determinado ciclo; ela “é criada, construída ou organizada em conjunto com outras formas é frequentemente governada por certa disciplina a qual chamamos estrutura”.

Figura 1 | Estrutura e forma. Fonte: Pixabay.

Os elementos conceituais da forma são conhecidos, e sua estrutura se dá a partir da união e composição desses elementos (formato, tamanho, textura e cor definidas), por exemplo: ao construir uma linha, ela apresentará os elementos mencionados.

Ainda, segundo Wong (2010), a estrutura formal se apropria de elementos conceituais e essenciais para sua construção e organização:

  • Forma enquanto ponto: um ponto, embora simples, pode ter diversos formatos: circular, quadrado, triangular ou mesmo irregular, e seu tamanho é comparativo ao conceito de grande e pequeno, possui a definição de cor e textura.
  • Forma enquanto linha: uma linha é reconhecida por sua largura estreita e seu comprimento reconhecido, e apresenta três aspectos importantes (Figura 2): o formato em si, que pode ser uma reta, curva, irregular, construída à mão e até quebrada; o corpo: está conciso entre as duas bordas e a relação entre elas pode ter suas extremidades pararelas, lisas, afiadas, nodosas, onludalas e irregulares; e as extremidades: quando a espessura da linha é larga, é possível observar suas extremidades, apresentando formatos, como redondas, quadradas, pontiagudas ou qualquer outro.
Figura 2 | Forma enquanto linha. Fonte: Paradella ([s.d.], p. 4).
  • Forma enquanto plano: a forma plana consiste em linhas conceituais que se apresentam como forma bidimensional (comprimento x largura) e, dessa maneira, apresentam variados formatos (Figura 3): geométricos (1), orgânicos (2), retilíneos (3), irregulares (4), feitos artesanalmente (5) ou até mesmo acidentais (6).
Figura 3 | Forma enquanto plano. Fonte: Paradella ([s.d.], p. 5).

Forma enquanto volume: considerado o conceito do espaço, que pode ser apresentado como positivo ou negativo, plano ou ilusório, ambíguo ou conflitante.

Além dessas estruturas apresentadas, devem ser consideradas também a forma e a distribuição da cor, sendo o mesmo elemento apresentado em diferentes variações. As inter-relações da forma, apresentadas como separação, contato, superposição, interpenetração, união, subtração, intersecção e coincidência e, por último, os efeitos especiais entre as inter-relações que essas variações produzem, oferecendo diferentes efeitos visuais espaciais.

Portanto, a estrutura da forma apresenta-se a partir da somatória de diversos elementos que, ao se conectarem, revelam-se como estrutura básica para a linguagem e mensagem visual a que se destina.

Siga em Frente...

Simetria e assimetria em peças gráficas

Sem dúvida, muitas são as técnicas visuais existentes, e todas elas concentram importantes aplicações com o objetivo de criar peças gráficas atrativas, estimulantes e provocantes.

As técnicas visuais de simetria e assimetria são muito utilizadas na comunicação visual em geral. Segundo Gomes Filho (2015), a configuração da simetria é apresentada a partir da construção e formação de elementos visuais iguais ou com grande semelhança (Figura 4), de tal forma que esses componentes e referências aconteçam de maneira idêntica dos dois lados da imagem, seja a partir de eixos visíveis ou imaginários nas posições horizontal, vertical, diagonal ou em qualquer inclinação. O grande atributo da simetria é o equilíbrio visual de seus lados, utilizando elementos que se configuram da mesma forma e com as mesmas cores e proporções.

Figura 4 | Conceito de simetria. Fonte: Pixabay.

Para Dondis (1991, p. 142), a simetria é percebida quando “cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado. Trata-se de uma concepção visual caracterizada pela lógica e pela simplicidade, mas que pode tornar-se estática, e mesmo enfadonha”. Nesse caso, a autora apresenta que os elementos visuais precisam, necessariamente, estar em conformidade idêntica dos dois lados da imagem.

Considerado por muitos como sinônimo de beleza e perfeição, o conceito de simetria é aplicado desde a Grécia Antiga, encontrado em suas construções com a intenção de transmitir a sensação de ordem e harmonia (Figura 5).

Figura 5 | Paestrum, Itália. Fonte: Pixabay.

Dessa forma, para uma peça gráfica apresentar o conceito de simetria, pode-se considerar que, sendo o elemento visual separado em ambos os lados do eixo, que pode ser uma linha real ou imaginária atravessando o centro da página, quando sobrepostos, têm a mesma proporção ou tamanho, pode-se considerar uma peça simétrica (Figura 6).

É possível, ainda, esclarecer a simetria como elementos visuais que remetem à concordância, à proporção, à equivalência, ao paralelismo, à correspondência e à conformidade.

Figura 6 | Cartaz publicitário da década de 1900. Fonte: Wikimedia.

O conceito de assimetria, para Gomes Filho (2008), é a ausência de simetria e do equilíbrio por meio da repetição das formas a partir de um eixo central, quando nenhum dos lados opostos apresentam elementos visuais iguais ou semelhantes, independentemente do eixo de referência (vertical, horizontal ou diagonal). Construir uma composição visual interessante utilizando o conceito de assimetria é custoso e demanda um olhar com afinco sobre a composição para que se torne instigante, mas, quando concebido de tal forma que existam ajustes de peso e forças visuais, a peça gráfica se torna extremamente interessante (Figura 7), instigando o olhar e a “excitação psicológica” (GOMES FILHO, 2008, p. 53).

Figura 7 | Composição gráfica assimétrica. Fonte: Freepik.

Já Dondis (2003) revela que o conceito de assimetria visualmente interessante e instigante pode ser encontrado a partir da variação de formas, cores, elementos e posições distintas, desde que seja trabalhado o conceito de equilíbrio por compensação (Figura 8).

Figura 8 -|Exemplos de assimetria. Fonte: Dondis (2000, p. 77).

Portanto, a construção de peças gráficas a partir de elementos visuais simétricos ou assimétricos deve respeitar técnicas visuais que expressem tais conceitos, de tal maneira que seja possível elaborar materiais interessantes e coerentes com a mensagem que se deseja expressar.

Ângulos e diagonais na composição gráfica

A construção de uma composição gráfica é uma preocupação estudada e desenvolvida há milhares de anos, sendo de grande importância nas relações sociais e comerciais a partir da utilização de materiais construídos a partir de mensagens visuais.

Para o investimento em materiais gráficos consistentes e persuasivos, devemos levar em conta os elementos visuais que serão contextualizados e utilizados na formatação da peça gráfica. Para isso, compor uma mensagem e, consequentemente, uma imagem requer conhecimento, posicionamento e técnicas para criar o material conforme a necessidade que se apresenta.

Para Dondis (2003), “os dados visuais podem transmitir informação: mensagens específicas ou sentimentos expressivos, tanto intencionalmente, com um objetivo definido, quanto obliquamente, como um subproduto da utilidade”.

Sendo assim, a composição da imagem atinge um nível inconsciente que acessa as preferências já introduzidas e com significado em nossa mente, causando, assim, uma ação com o meio (Figura 9). Nesse momento, assumir que existem muitos meios, técnicas e regras para planejar e construir uma peça gráfica é fundamental, conhecê-las, então, é essencial. No caso das composições a partir de ângulos e diagonais, é criar, além de um sentido para o material, movimento. Essa predominância do movimento será o responsável por tornar a imagem mais dinâmica e viva.

Figura 9 | Composição visual angular, capa de revista (1943). Fonte: Wikimedia.

Os ângulos são linhas imaginárias que se encontram em um ponto chamado vértice. Eles podem ser expressos em graus e são essenciais para a criação de composições visualmente interessantes. Os ângulos podem transmitir diferentes sensações e emoções, dependendo de sua orientação e inclinação. Já diagonais são linhas que conectam dois cantos não adjacentes de um objeto ou espaço. Elas podem ser horizontais, verticais ou inclinadas, e são elementos poderosos na composição gráfica. As diagonais adicionam dinamismo, movimento e profundidade às imagens.

A composição angular ou diagonal pode ser composta a partir de linhas existentes já inseridas nos elementos gráficos (Figura 10) ou ainda, serem imaginárias, por exemplo, girando o suporte e criando um novo olhar para a mensagem. Como dito anteriormente, a composição com linhas diagonais apresenta uma peça gráfica dinâmica, construindo a direção do olhar e, possivelmente, o destaque para algum elemento específico.

Figura 10 | Capa de revista Marcel Science Stories, de 1939, com composição diagonal. Fonte: Wikimedia.

O objetivo da composição angular ou diagonal é, também, além de movimento, propagar energia e dinamismo. Sua construção permite que o expectador conduza seu olhar de um lado para o outro, de baixo para cima, da esquerda para a direita da imagem (Figura 11), criando pontos-chave de interesse, a fim de transmitir uma mensagem ou ideia.

Figura 11 | Condução do olhar sobre a imagem. Fonte: Shutterstock.

Outro ponto importante nesse tipo de composição visual é manter um eixo axial, seja ele vertical ou horizontal, para que o aguçamento diagonal possa ser percebido com maior intensidade. A utilização de linhas diagonais e angulares predispõe uma sensação de tridimensionalidade, conduzindo para que o elemento visual em questão se torne o tema central da imagem construída.

Vamos Exercitar?

Durante a aula, exploramos como esses elementos são aplicados na prática, discutindo a simetria, a assimetria, os ângulos e as diagonais na composição visual.

Ao abordarmos a simetria e a assimetria, percebemos que esses conceitos podem ser utilizados de forma estratégica para equilibrar elementos visuais e transmitir mensagens sutis ou impactantes. A simetria proporciona uma sensação de ordem e harmonia, enquanto a assimetria pode criar composições dinâmicas e instigantes. A resolução dessas questões envolve a compreensão do equilíbrio visual e a escolha cuidadosa dos elementos na composição.

Da mesma forma, ao explorarmos os ângulos e as diagonais, descobrimos como podem ser empregados para criar dinamismo e interesse visual. Utilizando esses elementos, podemos direcionar o olhar do espectador e transmitir uma sensação de movimento ou profundidade.

Como reflexão adicional, você pode considerar como diferentes combinações de simetria, assimetria, ângulos e diagonais podem ser utilizadas para transmitir diferentes mensagens e criar diferentes experiências visuais. Que tal tentar experimentar essas possibilidades?

Saiba Mais

Quer mergulhar ainda mais fundo no mundo da composição visual e dos elementos formais? O filme No Ateliê de Mondrian (2010) oferece uma jornada pela vida e obra do renomado pintor Piet Mondrian, um dos ícones do Neoplasticismo. Ao assistir a esse filme, você poderá expandir seus horizontes sobre o uso de elementos como linha, ponto e plano, além de explorar a aplicação da assimetria na composição visual.

Além disso, o livro Percepção e Composição, escrito por Bettina Gatti Caiado da Rocha, é uma fonte de conhecimento sobre percepção e composição gráfica. Nele, você terá acesso a um material abrangente que explora como o contexto da composição se desenvolve a partir da união de diversos elementos, todos contribuindo para a construção da mensagem visual.

Referências Bibliográficas

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira/Edusp, 2004.

DONDIS, A. D. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GATTI, B. Percepção e composição. Vitória: UFES, 2009. Disponível em: https://acervo.sead.ufes.br/arquivos/percepcao-e-composicao.pdf. Acesso em: 10 maio 2023.

GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2015.

PARADELLA, F. S. Teoria da forma: ponto, linha, plano. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, [s. d.]. Disponível em: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/_uploads/documentos-pessoais/documento-pessoal_314.pdf. Acesso em: 2 maio 2023.

WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Aula 3

Uso de Contraste na Comunicação Visual

Uso de Contraste na Comunicação Visual

Olá, estudante! Está preparado para esta jornada na nossa videoaula? Vamos explorar os segredos da comunicação visual, compreendendo contraste de tons e cores, tamanho e dimensão em designs gráficos e muito mais! Esses conhecimentos não só vão aprimorar suas habilidades profissionais, mas também abrirão portas para criar trabalhos visualmente deslumbrantes. Não perca essa oportunidade! Prepare-se para embarcar nessa aventura conosco!

Ponto de Partida

Nesta aula, abordaremos os princípios do contraste visual, desde a manipulação de tons e cores até a exploração de tamanho e dimensão. Esses conceitos são fundamentais para a criação de designs impactantes e eficazes.

Como artistas, enfrentamos constantemente o desafio de transmitir mensagens de forma clara e cativante. Como podemos utilizar o contraste com inteligência para destacar informações importantes e guiar o olhar do espectador em meio à saturação de estímulos visuais? Essa é a questão central que exploraremos durante a aula.

Caro estudante, dominar o contraste visual não é apenas uma habilidade técnica, mas uma ferramenta poderosa para se destacar no mercado de trabalho. Ao compreender como aplicar o contraste de forma estratégica em seus projetos, você estará preparado para criar designs que não apenas impressionam, mas também comunicam efetivamente sua mensagem ao público-alvo. Está pronto para enfrentar esse desafio?

Vamos Começar!

Ao longo dessa aula, vamos entrar em três aspectos essenciais do contraste visual: tom e cor, tamanho e dimensão. Cada um desses elementos desempenha um papel único na comunicação visual, influenciando a maneira como percebemos e interpretamos as informações apresentadas.

Começaremos nossa jornada abordando o contraste de tom e cor. Examinaremos como a escolha e combinação de tons e cores podem criar pontos de interesse, direcionar o olhar do espectador e transmitir mensagens específicas. Em seguida, exploraremos o contraste de tamanho. Veremos como o dimensionamento diferenciado de elementos dentro de uma composição pode criar hierarquias visuais, destacando informações importantes e organizando o conteúdo de forma clara e eficaz. Por fim, abordaremos o contraste de dimensão, utilizando técnicas de perspectiva e isometria para adicionar profundidade e realismo às nossas criações visuais.

Contraste de tom e cor

Os contrastes na comunicação visual acontecem de diversas maneiras, sejam em contrastes de cor, tamanho, tom, dimensão e até mesmo de isometria. O contraste na linguagem visual está relacionado à representação da imagem, apresentado sempre no campo de visão.

O contraste tonal se inicia de maneira bastante simples, com ausência ou presença de luz, ou seja, é a aparência do elemento visual e destaca-se em relação a outros ou a ele mesmo, quando relacionado a um fundo.

O contraste é responsável por uma estratégia visual que estimula instantaneamente a atenção ao elemento visual e, consequentemente, ao seu significado, atraído pelo dinamismo e pela importância. Saber projetar com contraste é importante para criar diferentes soluções e sensações, e pode ser apresentado como:

  • Contraste de valores (claro/escuro): acontece quando um objeto fica claro quando inserido em fundo escuro, ou escuro quando inserido em fundo claro (Figura 1).
Figura 1 | Contraste de valor. Fonte: Pixabay.
  • Indução cromática: um elemento vermelho exposto em fundo cinza tende a ter sensação da presença de sua cor oposta, o verde. Já no fundo branco, a percepção da matiz não se altera (Figura 2).
Figura 2 | Indução cromática. Fonte: Pixabay.
  • Forma e linha de contorno: ao utilizar uma forma quadrada na cor preta em fundo branco ou forma quadrada na cor branca em fundo preto, a sensação de dimensão do quadrado branco tende a ser maior que a do quadrado preto, pois a sensação visual de um fundo escuro conduz à expansão, e o fundo claro tende a contrair o elemento exposto (Figura 3).
Figura 3 | Contraste de forma e linha de contorno. Fonte: Pixabay.

Falando do contraste de cor, é preciso entender os conceitos relacionados à teoria da cor e às suas aplicações, pois a composição visual do material define não só o conceito, mas também o significado da mensagem a partir desta orientação. Na teoria da cor, o círculo cromático (Figura 4), apresentado por Johannes Itten, apresenta as cores primárias, secundárias e terciárias, além de seus contrastes.

Figura 4 | Círculo cromático de Johannes Itten. Fonte: Wikimedia.

Os contrastes de cores ou cores harmoniosas funcionam bem em conjunto ou justapostas. No caso, o círculo cromático pode ser utilizado ajudando na escolha das cores e combinações harmônicas, podendo ser complementares, análogas ou triádicas.

A relação contrastante, a harmonia, acontece quando associamos cores opostas no círculo cromático (Figura 5). Também conhecida como harmonia complementar, ela deve ser utilizada com cautela, escolhendo uma cor dominante, e uma complementar para alguns destaques.

Figura 5 | Cores complementares. Fonte: Wikipedia.

A harmonia de contraste oferece uma combinação de alto contraste ideal para atrair a máxima atenção do espectador.

Já as cores análogas (Figura 6) apresentam contrastes mais sutis. Seus contrastes são combinados com duas ou mais cores vizinhas apresentadas no círculo cromático, sendo que uma delas é utilizada como a dominante, enquanto as próximas são utilizadas para enriquecer o contraste escolhido. Vale ressaltar que as cores análogas não são uma harmonia tão vibrante como a harmonia de complementares.

Figura 6 | Cores análogas. Fonte: Wikipedia.

Por fim, as cores triádicas (Figura 7) trabalham com três cores equidistantes no círculo cromático, por exemplo, azul, amarelo e vermelho. Esta harmonia é bastante utilizada, pois oferece um alto contraste visual, ao mesmo tempo que equilibra o balanço e a riqueza das cores.

Figura 7 | Cores triádicas. Fonte: Wikipedia.

Portanto, saber projetar utilizando contrastes de tom e de cores é essencial para produzir materiais de comunicação visual eficazes e que alcancem não só o público esperado, mas também transmitam a mensagem na qual foi determinante para a sua produção.

Siga em Frente...

Contraste de tamanho

Contrastes acontecem a todo o tempo, embora algumas vezes de formas despercebidas. A comunicação visual apresenta cotidianamente todo tipo de contraste, como em uma decoração, em que vemos um sofá retrô (Figura 8) em contraposição a uma cadeira contemporânea.

Figura 8 | Sofá com estilo retrô. Fonte: Freepik.

Sua conceituação é flexível e, segundo Wong (2010, p. 105), pode ser apresentado como “moderado ou severo, vago ou óbvio, simples ou complexo”. Conforme o autor, o contraste é base para comparações, para que, assim, as diferenças possam se tornar claras e, no caso do contraste de tamanho, a diferença aparece quando um elemento maior é comparado com outras formas menores, distribuídas propositalmente ao seu redor.

Figura 9 | Contraste pequeno/grande. Fonte: Shutterstock.

Ainda segundo Wong (2010), o contraste de tamanho é direto e objetivo, e se apresenta grande/pequeno quando aplicado em formas planas, ou comprido/curto quando em formas lineares. Além disso, o tamanho pode ser modificado quando ampliadas ou reduzidas suas formas apresentadas em sequência, geralmente quando utilizada a lei da repetição (Figura 10).

Figura 10 | Contraste de tamanho. Fonte: Pixabay.

Para Gomes Filho (2015), as relações comparativas acontecem dentro de um campo visual determinado, e suas medidas e condições são apresentadas por elementos visuais nele dispostos, mostrando-se arbitrária, intuitiva ou seguindo uma ordem de contexto matemático ou geométrico. Segundo o autor, “os elementos devem ser combinados com um sentido de ordem e unificação, de maneira que cada um deles seja parte integrante do todo. A proporção implica, obviamente, sempre uma comparação entre os dois ou mais elementos” (GOMES FILHO, 2008, p. 64).

É importante pensar que o conceito de contraste de tamanho é aplicável em vários elementos visuais, sejam eles no comparativo de imagens, objetos, fonte tipográfica, entre outros. Willians (2009) comenta que, quando o objetivo é criar um contraste de tamanho que realmente se destaque e que chame a atenção do observador, esse mesmo contraste não deve ser tímido, para ser eficaz.

Dondis (1991) afirma que, ao manipular o tamanho dos elementos na peça gráfica, pode-se chocar o expectador devido à proporção dos objetos, contradizendo a continuidade comum do que se espera ver, construindo um olhar de atenção e desconstruindo o sentido lógico da imagem. A autora, ainda, apresenta que o contraste pode ser mais intensificado a partir do elemento tonal e da justaposição, a partir da comparação com desenhos, fotos ou colagens, tornando a imagem impactante e alcançando o contraste através da sua diferenciação e do seu significado (Figura 11).

Figura 11 | Manipulação de tamanho. Fonte: Pixabay.

O contraste é responsável pelo controle do significado ao combinar elementos de interação complexos que, ao se revelarem no mesmo plano e ao mesmo tempo, constroem o dinamismo da leitura e, consequentemente, da interpretação. Para isso, as decisões na utilização dos elementos básicos, como linha, tom, direção, cor, movimento, forma e, principalmente, o que se entende por proporção e escala, devem ser constituídas na direção da percepção precisa e específica.

Portanto, existem muitas possibilidades para criar um contraste de tamanho marcante, porém deve-se levar em conta que não é apenas modificando o tamanho dos elementos que se constrói tal objetivo, é preciso planejamento, ordem e sequência para que a mensagem seja interpretada corretamente.

Contraste de dimensão por meio da perspectiva e da isometria

Sem dúvida, a representação visual da perspectiva é uma das técnicas mais elaboradas na comunicação visual, visto que ela representa o desenho do objeto e de elementos de modo a simular o objeto ou espaço “real” em três dimensões. Mas seria impossível iniciar sua apresentação sem organizar a ideia do que é desenho (Figura 12).

Figura 12 | Desenho em perspectiva. Fonte: Pixabay.

O desenho vai além do embelezar ou ornamentar. Seu objetivo é, a partir de uma representação útil, comunicar uma mensagem. Enfim, o desenho tem uma utilidade prática, criativa, dinâmica e constante propósito, seja em um momento efêmero ou contínuo. Toda imagem é por si só um desenho, representando tudo o que vemos e interpretamos, e transmitindo sempre uma mensagem.

Sendo assim, a perspectiva é uma representação gráfica que retrata um objeto e como ele se manifesta à nossa vista, considerando as três dimensões: largura, altura e profundidade. A perspectiva tem como objetivo representar objetos sobre um plano, utilizando-se de procedimentos para que tal representação se aproxime o máximo possível da realidade. Perceba que, quando olhamos para um objeto qualquer, percebemos a sensação de profundidade e relevo, em que as partes mais próximas da nossa vista parecem maiores, e as partes mais distantes parecem menores. Portanto, a perspectiva é uma forma de representação bastante utilizada no contraste de tamanho, justamente por essa sensação.

Dessa forma, podemos considerar os modelos de perspectiva: cônica, cavaleira e isométrica (Figura 13), todas aplicadas na comunicação visual.

Figura 13 | Modelos de perspectivas. Fonte: elaborado pelo autor.

A perspectiva isométrica caracteriza-se como um desenho que se representa na proporção mais próxima da ilustração, já que o desenho isométrico apresenta todos os pontos do objeto na mesma distância entre si, preservando as principais características em sua posição inicial e evitando, assim, deformações da forma. Por isso, a perspectiva isométrica é tão utilizada na linguagem visual. É muito utilizada também no design, na infografia, no jornalismo, na arquitetura, na engenharia, no desenho industrial e em ilustrações em geral (Figura 14).

Figura 14 | Ilustração isométrica no design de interiores. Fonte: Adobe Stock.

Observe que, na produção de ilustrações e na construção de infográficos, a isometria é construída para simular objetos tridimensionais para um cenário bidimensional. Essa técnica permite que essas imagens se tornem mais atrativas e dinâmicas, possibilitando efeitos visuais que reforçam o volume, aproximando-se da realidade. Caso contrário, o objeto desenhado ficaria com um visual chapado, prejudicando a percepção, a atenção e a própria compreensão dele. Essas características fizeram que a projeção isométrica, antes utilizada, principalmente, em desenhos técnicos, pudesse ser “descoberta” e implantada, a fim de se fundir com outras técnicas e visuais, como fotografia, ilustrações, jogos, vídeos, sites, iconografia e modelação 3D, construindo uma imagem muito mais agradável e interessante.

Dessa forma, utilizar a isometria em projetos de comunicação visual é uma decisão sábia, principalmente quando relacionada aos conceitos de contrastes de tom, cor e tamanho, permitindo uma conexão visual não apenas atraente, mas imponente, curiosa e dinâmica.

Vamos Exercitar?

Durante a aula, exploramos como o contraste visual pode destacar informações importantes e guiar o olhar do espectador. Depois de compreender os princípios do contraste de tom e cor, tamanho e dimensão, aprendemos a aplicá-los de forma estratégica em nossos projetos de design. Para resolver a questão central, devemos considerar o contexto e os objetivos específicos de cada projeto. Ao utilizar o contraste de maneira inteligente, podemos direcionar a atenção do espectador para elementos-chave e comunicar nossa mensagem de forma eficaz.

Como estudantes e profissionais do design, é importante continuarmos experimentando e explorando novas formas de utilizar o contraste visual em nossos trabalhos. Ao fazê-lo, estaremos preparados para enfrentar os desafios do mercado e criar designs impactantes e eficazes. Esperamos que você se sinta motivado a aplicar os princípios do contraste visual em seus próprios projetos.

Saiba Mais

Para expandir seus conhecimentos sobre o uso da cor e da perspectiva na arte e no design, sugerimos assistir ao filme Com amor, Van Gogh (2017), que oferece uma experiência única ao recriar a vida de Vincent van Gogh através de sua própria arte, destacando o uso magistral da cor e da perspectiva.

Além disso, recomendamos a leitura do artigo "O uso da cor em sistemas de sinalização", de Fabiano de Vargas Scherer e Simone Mello Pereira Uriartt, que aborda como aplicar os princípios de cor e design em contextos práticos, como sistemas de sinalização em espaços públicos. Essas fontes ampliarão sua compreensão e inspirarão suas próprias criações no campo do design visual.

Referências Bibliográficas

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira/Edusp, 2004.

DONDIS, A. D. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2015.

ITTEN, J. The Art of Color: the subjective experience and objective rationale of color. London: Van Nostrand Reinhold, 1970.

WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planejamento visual. 3. ed. São Paulo: Callis Edições, 2009.

WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 

Aula 4

Diagramas e Sistemas como Elementos de Comunicação

Diagramas e sistemas como elementos de comunicação

Bem-vindo à nossa videoaula sobre diagramação! Aqui, vamos explorar como a organização visual impacta a clareza e eficácia das peças gráficas. Vamos discutir a importância dos conceitos de sequencialidade, unidade, contraste de movimento e dominância, e como aplicá-los na prática profissional para criar materiais visualmente atraentes e comunicativos. Não perca essa oportunidade de aprimorar suas habilidades! Assista agora e eleve seu design para o próximo nível.

Ponto de Partida

Nesta aula, exploraremos os fundamentos essenciais da diagramação e como ela influencia a percepção visual e a funcionalidade das peças gráficas. Discutiremos o sentido de sequência e unidade na disposição dos elementos, destacando a importância de uma organização coesa. Além disso, abordaremos os conceitos de dominância e movimento, essenciais para direcionar o olhar do espectador e criar peças visualmente impactantes.

Para isso, tenha em mente: Como garantir que a disposição dos elementos siga uma sequência lógica, facilitando a compreensão do conteúdo? Com essa compreensão, você estará mais capacitado a criar materiais visuais impactantes e comunicativos em sua prática profissional. Não subestime o poder da diagramação e como ela pode fazer a diferença no sucesso de suas criações. Vamos juntos explorar esse universo e transformar teoria em prática!

Vamos Começar!

Seja bem-vindo à nossa jornada pelo mundo da diagramação! A diagramação, muitas vezes chamada de leiaute, refere-se à organização visual dos elementos em uma página ou tela. É a maneira como textos, imagens e outros elementos visuais são dispostos para transmitir uma mensagem de forma clara, coerente e atrativa.

A importância da diagramação vai além da simples estética. Ela desempenha um papel fundamental na comunicação visual, influenciando a forma como as informações são percebidas e compreendidas pelo espectador. Uma boa diagramação pode cativar a atenção do público-alvo, facilitar a absorção do conteúdo e até mesmo orientar o comportamento do usuário.

Conteúdo em relação ao espaço: diagramação

A diagramação, segundo Ribeiro (1993, p. 7), “é a arte de conjuminar texto, ilustração, cor e espaço, a fim de tornar a mensagem mais legível e agradável”. Ela é um conjunto de práticas do design gráfico que tem como objetivo distribuir e organizar os elementos em uma página, construindo um maior potencial de interesse, legibilidade e comunicação. Cada peça gráfica apresenta características, necessidades e objetivos distintos, sendo importante compreendê-las para que seja projetada para suprir essa demanda, sendo para sites, revistas, folders, catálogos, jornais, aplicativos, entre outros.

A diagramação não é apenas considerada uma questão estética, mas, principalmente, uma técnica funcional para a organização visual da peça gráfica. Para Ribeiro (1993, p. 154), a composição gráfica é o resultado subjetivo entre os elementos e suas relações, sendo “a arte de se distribuir os elementos integrantes de um projeto gráfico. A linha, a unidade, o equilíbrio e demais fatores conjugados ao tema, criam uma mensagem, chamando a atenção, determinando o interesse, propondo a motivação para o fim específico da comunicação”.

Dessa forma, é possível considerar oito diretrizes importantes para a diagramação:

  • Grid: o grid (ou “grade”) é um recurso da organização da página. É a definição das áreas que receberão os elementos visuais, como uma espécie de grade estruturante (Figura 1), apresentando a melhor distribuição e coerência visual.
Figura 1 | Possíveis grids. Fonte: Pixabay.

Colunas: a quantidade de texto determinará o número de colunas do material. Não há regras para a quantidade de colunas (Figura 2), pois o que define a quantidade é o volume de informação. Porém, existem algumas orientações:

  1. Colunas largas deixam a peça gráfica com peso visual maior e parecem cansativas de serem lidas.
  2. Colunas curtas deixam o texto dinâmico e leve, causando curiosidade e interação.
Figura 2 | Colunas de textos e elementos gráficos. Fonte: Pixabay.
  • Espaços em branco: também chamados de “respiros”, são responsáveis pela identificação das informações apresentadas no material, criando contraste entre o fundo e o que estiver no primeiro plano. Podem acontecer entre os textos, imagens ou qualquer outro elemento visual. Esses espaços, quando bem empregados, sinalizam que o projeto é profissional e que houve preocupação em evitar confusão visual, tornando a página o mais atraente possível (Figura 3).
Figura 3 | Espaço em branco ou “respiro”. Fonte: Shutterstock.
  • Tipografia: definir a tipografia, bem como o espaçamento entre letras e linhas, é essencial para a legibilidade e fluidez da página. Podemos definir as fontes como serifada (indicada para materiais impressos) e sem serifa (indicada para materiais digitais) (Figura 4). Além disso, a definição da família tipográfica que será utilizada acontece mediante o conceito do projeto. Evite utilizar mais de dois tipos de família tipográfica em um mesmo material, evitando confusão visual.
Figura 4 | Fontes com serifa e sem serifa. Fonte: elaborada pelo autor.
  • Alinhamento: refere-se à coerência do material e ao estilo da criação do projeto (Figura 5). É possível usar textos justificados, principalmente em materiais impressos, ou alinhados à esquerda, para materiais digitais; e alinhamentos diferentes, conforme o destaque que se pretende criar.
Figura 5 | Alinhamento. Fonte: Williams (2009, p. 33).
  • Imagens: elas dão vida ao material e, por isso, precisam ser consideradas na diagramação e no conceito do projeto (Figura 6). Usar imagens de alta qualidade deixam o material primoroso e auxiliam na comunicação da mensagem.
Figura 6 | Uso de imagens no projeto gráfico. Fonte: Shutterstock.
  • Hierarquia das informações: priorize, na diagramação, a sequência de importância de cada elemento visual, dos mais importantes aos menos importantes, criando hierarquia e construindo um guia no olhar do espectador (Figura 7).
Figura 7 | Hierarquia das informações. Fonte: Shutterstock.
  • Identidade visual: respeite a identidade visual da empresa para a qual se projeta o material, como as formas, as fontes, as cores e os estilos já padronizados por ela (Figura 8).
Figura 8 | Identidade visual. Fonte: Shutterstock.

Portanto, a diagramação deve ser prioridade no projeto da peça gráfica. Quando bem diagramada, tende a ter fácil leitura e compreensão, além de auxiliar na execução do comportamento esperado do leitor.

Siga em Frente...

Sentido de sequência e unidade

Todo projeto gráfico, independentemente da peça, do suporte ou da utilização, demanda conceitos importantes no seu desenvolvimento. Para o designer, professor e autor João Gomes Filho (2015), a sequencialidade é uma técnica que se refere à ordenação, disposição e organização contínua de unidades visuais, ou seja, que apresenta uma sequência lógica relacionada aos princípios estéticos de harmonia e equilíbrio em expressões visuais.

A técnica da sequencialidade é utilizada a partir de elementos visuais, como: pontos, linhas, planos, texturas, volumes, cores, brilhos, entre outros, organizados de maneiras livres, porém de forma ordenada, por exemplo: espiralado, justaposto, alinhado, sobreposto, com profundidade, circularmente etc.

Perceba, na Figura 9, que a técnica de sequencialidade se dá através da repetição contínua dos degraus da escada, pelas linhas curvas de seus corrimões e pela repetição organizada das janelas do prédio à direita da imagem.

Figura 9 | Sequencialidade. Fonte: Pixabay.

Dondis (1991), ilustradora, professora universitária e autora de um dos livros mais conhecidos sobre o tema (Elementos básicos da comunicação visual), apresenta a mesma opinião que Gomes Filho (2015), para quem a sequencialidade baseia-se na composição visual com ordem lógica, seguindo de um padrão rítmico, ou seja, ela deve apresentar um planejamento ou mesmo uma organização intencional. Note, na Figura 10, que a percepção da sequencialidade e do conceito de profundidade se dá a partir da repetição organizada dos lápis, assim como das linhas que representam a cortina do lado direito da imagem. Nesse caso, essa organização se dá através da sequencialidade intencional.

Figura 10 | Efeito visual da sequencialidade. Fonte: Pixabay.

Ao falar de unidade, Dondis (1991, p. 145) apresenta que seu conceito se relaciona com um “equilíbrio adequado de elementos diversos em uma totalidade que se percebe visualmente”, ou seja, a repetição ou junção dessas unidades apresenta-se intencionalmente de maneira tão integrada que, ao ser visualizada, é percebida como um único elemento visual.

Gomes Filho (2015, p. 24) divide a mesma interpretação, apresentando que a unidade pode ser percebia como um único elemento ou como parte de um todo; o autor afirma que ela “[...] pode ser compreendida como o conjunto de mais de um elemento, que configura o ‘todo’ propriamente dito. Ou seja, o próprio objeto”. Para ele, os elementos visuais são vistos como unidades a partir de suas relações, seja por meios formais, cromáticos ou até dimensionais, em que tais unidades são visualizadas dentro de um contexto ou elementos básicos que, isolados ou combinados entre si, aparentam o conjunto de unidade, levando à interpretação visual da forma, a partir da escolha inconsciente de uma unidade principal (Figura 11).

Figura 11 | Efeito visual da técnica de unidade. Fonte: Pixabay.

Dessa forma, perceba que as técnicas de sequencialidade e unidade produzem na peça gráfica a sensação da percepção da forma, assim como na continuação da leitura, unindo, muitas vezes, o contexto à própria aplicabilidade da mensagem que se quer transmitir.

Dominância e movimento

As leis da Gestalt são essenciais para o desenvolvimento de projetos gráficos funcionais e que, visualmente, alcancem os objetivos determinados. Por isso, é necessário conhecer suas diferentes aplicabilidades, variações e características.

A dominância ou ênfase (Figura 12) é uma variação específica que tem como objetivo realçar determinada área, elemento ou conteúdo da peça gráfica; seu uso proporciona a criação de um foco principal de atenção e, consequentemente, a construção da percepção de áreas secundárias, criando um impacto visual sobre a hierarquia das informações.

Figura 12 | Efeito de ênfase ou dominância da imagem. Fonte: Pixabay.

Para tanto, Ocvirk (2014) relata que a dominância é alcançada a partir de técnicas visuais, como:

  • Isolamento: técnica de separar um ou mais elementos das demais partes.
  • Direção: conjunto de elementos que orientam e dirigem o foco.
  • Localização: apelo visual central, a posição dominante em relação ao entorno.
  • Caráter: diferença visual significativa, que pode ser a mudança de cor, estilo, forma etc.
  • Escala: uso de distintas proporções visuais.

O autor ainda apresenta mais alguns elementos, como cor, textura, elementos visuais, valor tonal, entre outros, que auxiliam a construção dessa orientação visual percebida pelo observador. Podemos citar, por exemplo, o uso do espaço em branco, ou mesmo o “respiro” com aplicação de cores.

Dondis (1991) menciona que a dominância acontece apenas quando uma única mensagem ganha realce em relação a um fundo em que predomina a uniformidade dos elementos.

Já o movimento, ação constante em nosso cotidiano, quando brusco ou inesperado, pode proporcionar uma sensação de atenção ou perigo, ou algo interessante, importante e dinâmico, pois as coisas se movem constantemente de um lado para o outro, em diferentes direções e velocidades (Figura 13). Além disso, a própria movimentação do espectador pode causar uma mudança na percepção visual, ou seja, a mudança é contínua.

Figura 13 | A imagem em movimento. Fonte: Pixabay.

Gomes Filho (2015, p. 60) apresenta que a técnica é definida a partir da fusão entre velocidade e direção e que “está relacionado ao sistema nervoso que cria a sensação de mobilidade e rapidez”. Dessa forma, a percepção de movimento acontece a partir de acontecimentos visuais sequenciais, construídos a partir de estimulações instantâneas, contradizendo um visual estático.

O autor indica que a percepção de movimento se dá a partir da aplicação de elementos visuais específicos que apresentam qualidades perceptivas, como: triângulos, cunha, linhas ou formas e linhas angulares ou onduladas.

Vamos Exercitar?

Ao explorar os fundamentos da diagramação, percebemos como a disposição dos elementos influencia diretamente na percepção visual e na funcionalidade das peças gráficas. A discussão sobre o sentido de sequência e unidade nos permitiu compreender a importância de uma organização coesa para facilitar a compreensão do conteúdo. Além disso, ao abordarmos os conceitos de dominância e movimento, aprendemos como direcionar o olhar do espectador e criar peças visualmente impactantes.

Para garantir que a disposição dos elementos siga uma sequência lógica, facilitando a compreensão do conteúdo, é essencial considerar a hierarquia das informações, utilizando técnicas como a definição de grids, espaços em branco e hierarquia visual. Isso ajuda a guiar o olhar do espectador de forma intuitiva e eficaz.

A diagramação não deve ser subestimada, pois tem o poder de fazer a diferença no sucesso de suas criações. Portanto, vamos continuar explorando esse universo e transformando teoria em prática! Que tal rediagramar algum material que você tenha em casa e que acha que poderia ser diagramado de outra forma?

Lembre-se sempre de refletir sobre novas possibilidades de resolução, experimentando diferentes abordagens e técnicas. A criatividade e a prática constante são fundamentais para se destacar no mundo da comunicação visual. 

Saiba Mais

Para expandir ainda mais seus conhecimentos sobre diagramação, recomendamos assistir ao episódio 8 da 1ª temporada da série Abstract: The Art of Design, de 2017. Esse episódio, intitulado "Ilse Crawford: designer de interiores", oferece uma visão interessante sobre o uso da diagramação criativa na prática do design de interiores. Você terá a oportunidade de explorar como os princípios da diagramação são aplicados em um contexto específico e como podem influenciar a experiência dos usuários em espaços físicos.

Outra sugestão é a leitura da dissertação "Diagramação: um sistema para previsão e improviso na mancha de texto", escrito por João Batista de Macedo Júnior. Nela, você terá acesso a uma pesquisa aprofundada sobre a diagramação de um livro e o cuidado com o planejamento visual e a mancha de texto, no qual é projetado a partir de seu formato.

Referências Bibliográficas

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira/Edusp, 2004.

DONDIS, A. D. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2015.

OCVIRK, O Fundamentos de Arte: teoria e prática. Porto Alegre: AMGH, 2014.

RIBEIRO, M. Planejamento visual gráfico. Brasília, DF: Linha,1993.

WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planejamento visual. 3. ed. São Paulo: Callis Edições, 2009.

WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Encerramento da Unidade

Linguagem Visual

Videoaula de Encerramento

Olá, estudante! Na jornada final desta série de videoaulas, você terá a oportunidade de consolidar todo o conhecimento adquirido ao longo das aulas anteriores. Exploraremos a importância dos elementos formais na comunicação visual, compreendendo sua relevância para a prática profissional. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos sobre harmonia visual, dinâmica espacial e expressão visual. Não perca a oportunidade de aprimorar suas habilidades! Vamos lá!

Ponto de Chegada

Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade, que é interpretar os elementos formais na comunicação visual, compreendendo como símbolos e sinais, pontos e linhas, formas orgânicas e composição livre são utilizados para transmitir mensagens visuais de forma eficaz, você deverá primeiramente conhecer os conceitos fundamentais que permeiam a linguagem visual. Explore como cada elemento, desde símbolos e sinais até formas orgânicas, é habilmente empregado na composição visual para transmitir mensagens claras e impactantes. Reflita sobre como a manipulação desses elementos influencia a percepção do espectador e a eficácia da comunicação visual.

É Hora de Praticar!

Você foi um dos três estudantes da sua turma escolhido para fazer um teste que, caso seja positivo, resultará em uma vaga de estágio em uma grande agência de design. Essa vaga tem como objetivo selecionar um estudante que domine a aplicabilidade dos elementos, princípios e leis da linguagem visual para que, junto à equipe interna, desenvolva projetos de identidade visual e peças gráficas on-line e off-line para grandes marcas.

Dessa forma, o seu teste resume-se em criar um anúncio para a divulgação um treinamento sobre reutilização de lixo reciclado e a construção de produtos a partir dessa matéria-prima pela população de baixa renda. Esse anúncio será distribuído em mídias impressas e digitais e terá como patrocinador do evento uma grande marca que defende causas sustentáveis.

Nesse anúncio, você deve apresentar os conceitos de unidade, semelhança e movimento. Deve considerar também a diagramação e a hierarquia da informação, além da aplicabilidade da teoria da cor.

O arquivo desse anúncio deve ser entregue com um relatório, no qual você defenderá a utilização de cada elemento visual, a fim de proporcionar os conceitos solicitados, ou seja, você deverá explicar por que usou cada elemento ou forma.

Reflita

Como os símbolos e sinais são utilizados na prática profissional para transmitir mensagens complexas de forma simples e direta? De que maneira a composição livre pode ser empregada para criar narrativas visuais envolventes? Como os pontos e linhas são utilizados para guiar o olhar do espectador e transmitir uma mensagem visual coesa?

Resolução do estudo de caso

Você viverá uma grande experiência ao participar de um teste para uma vaga de estágio em uma renomada agência de design e trabalhar com uma equipe de sucesso e com marcas de destaque no mercado. Como solicitado, você desenvolverá um anúncio para a divulgação de um treinamento sobre reutilização de lixo reciclado e a construção de produtos a partir dessa matéria-prima pela população de baixa renda. Esse anúncio será disponibilizado em mídias impressas e digitais.

Então, como começar essa atividade? Primeiramente, você deve atentar aos requisitos das mídias impressas e digitais e produzir o anúncio de tal maneira que possa ser utilizado em ambas as mídias. Você também precisa separar livros, artigos e materiais que lhe deem sustentação teórica sobre como proporcionar visualmente os conceitos solicitados: conceitos de unidade, semelhança e movimento, construção da diagramação, uso da hierarquia da informação e aplicabilidade da teoria da cor.

A partir disso, separe o texto que a empresa lhe forneceu; procure imagens coerentes com o tema; se possível, converse e investigue como funciona o recolhimento e o uso de materiais reciclados; pesquise e separe elementos visuais que lhe auxiliarão na construção dos conceitos; e, então, inicie a criação de seu anúncio. Lembre-se de que as imagens devem ser de alta qualidade, já que serão utilizadas em mídias impressas.

Utilize as regras da diagramação e estabeleça um bom agrupamento dos elementos visuais de tal maneira que seja de fácil identificação os conceitos solicitados.

Prepare um documento organizado para apresentar suas escolhas e definições sobre a composição visual que você criou, defendendo cada elemento visual baseado no conteúdo teórico pesquisado.

Entregue na data solicitada e boa sorte!

Dê o play!

Assimile

Referências

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira/Edusp, 2004.

DONDIS, A. D. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: sistema de leitura virtual da forma. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2015.

WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planejamento visual. 3. ed. São Paulo: Callis Edições, 2009.

WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.