Gestão de Administração e Planejamento em Serviço Social

Aula 1

Fase: Monitoramento

Fase: monitoramento

Olá, estudante!

Você está prestes a assistir à videoaula sobre monitoramento em serviço social. Neste conteúdo, você entenderá o conceito de monitoramento na prática profissional e explorará cada etapa desse processo, que é um poderoso ferramental para nossa prática profissional. Entendendo e aplicando as ferramentas usadas na profissão, você se tornará um ótimo profissional.

Esta videoaula foi pensada para você, então aproveite!

Ponto de Partida

Olá, estudante!

O tema desta videoaula é o monitoramento como instrumental do serviço social e sua importância na prática profissional. 

Como prática essencial que busca avaliar e acompanhar as intervenções realizadas, o monitoramento bem aplicado, com a definição de indicadores qualitativos e quantitativos, garante a efetividade e a qualidade das intervenções realizadas.

Durante a aula, você terá a chance de discutir esses conceitos essenciais, aprender sobre as diferentes etapas do monitoramento e compreender como aplicá-lo de forma efetiva na prática do profissional de serviço social.

Prepare-se para uma aula que certamente contribuirá para o desenvolvimento de seus conhecimentos e de suas habilidades no serviço social.

Avante!

Vamos Começar!

O conceito da palavra monitoramento em si é o processo de observar, avaliar e acompanhar de forma sistemática e contínua determinados eventos, fenômenos, atividades ou sistemas. Ele envolve a coleta de dados, a análise das informações coletadas e a utilização dos resultados para tomar decisões e realizar ajustes necessários. É uma ferramenta que permite acompanhar a evolução de um determinado processo, projeto, programa, sistema ou qualquer outra área de interesse.

O monitoramento como prática do profissional de serviço social é uma ferramenta essencial que busca avaliar e acompanhar de forma sistemática as intervenções realizadas pelos profissionais nessa área. Trata-se de um processo complexo que envolve várias etapas, a fim de mensurar o impacto das ações e identificar possíveis ajustes e melhorias. Ele não se restringe apenas à avaliação dos resultados mas também envolve a reflexão crítica sobre os processos de trabalho e se relaciona dialeticamente com o próprio profissional que o monitora (Tavares, 2009).

Para trabalhar o monitoramento como prática do serviço social, é necessário trabalhar com suas ferramentas, que são instrumentos e técnicas utilizados para coletar, analisar e interpretar dados relevantes sobre as intervenções e os resultados alcançados. Essas ferramentas são utilizadas para acompanhar e avaliar o progresso das ações sociais, identificar desafios, tomar decisões informadas e promover o aprimoramento das práticas.

Como ferramental de grande importância, o monitoramento no serviço social tem como objetivo principal promover a efetividade das intervenções; é uma das maneiras de garantir que os recursos sejam utilizados de maneira adequada e medir que os resultados esperados sejam alcançados.

Nesse contexto, ele busca avaliar e acompanhar o impacto das intervenções realizadas, a fim de garantir a efetividade dos serviços prestados. Isso significa verificar se as ações estão alcançando os resultados esperados, se as necessidades dos usuários estão sendo atendidas e se os objetivos traçados estão sendo cumpridos.

O monitoramento no serviço social está voltado para a avaliação do trabalho desenvolvido pela equipe profissional, bem como para a identificação de possíveis ajustes e melhorias nos processos, nas intervenções diretas com os usuários, ou nas abordagens adotadas dos programas, projetos ou políticas públicas. É uma oportunidade de reflexão e aprendizado contínuo, com o objetivo de promover a excelência na prestação de qualquer serviço, a fim de otimizar os recursos disponíveis.

É importante esclarecer que não se trata de uma prática de fiscalização do usuário. Ao contrário, o monitoramento é uma ferramenta que visa acompanhar e avaliar o desenvolvimento das ações e intervenções realizadas em benefício dele. Não é uma prática intrusiva ou invasiva que visa controlar ou fiscalizar o usuário. Pelo contrário, busca-se construir uma relação de confiança e parceria, baseada no respeito mútuo e na valorização da autonomia dele. É uma oportunidade de diálogo, escuta ativa e participação do usuário no processo de avaliação e aprimoramento dos serviços prestados.

Em suma, o monitoramento como prática profissional é complexa e abrangente, que busca avaliar e acompanhar as intervenções realizadas nesse campo. Por meio da coleta, análise e interpretação de dados, é possível mensurar o impacto das ações, identificar desafios e promover a qualidade e efetividade do trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais. Trata-se de um processo contínuo e participativo, que requer o engajamento de todos os atores envolvidos, visando à construção de uma sociedade mais justa e emancipação dos usuários.

Siga em Frente...

O monitoramento desempenha diversas funções no campo do serviço social, contribuindo para a efetividade das intervenções e o aprimoramento dos serviços prestados. A seguir, algumas delas:

  • Avaliação de impacto

O monitoramento permite avaliar o impacto das intervenções desenvolvidas na área. Isso envolve verificar se essas ações estão alcançando os resultados desejados e promovendo mudanças positivas na vida dos usuários.

  • Acompanhamento do processo

O monitoramento acompanha e avalia o desenvolvimento das ações ao longo do tempo, verificando se as etapas previstas estão sendo cumpridas e se os prazos estão sendo respeitados.

  • Identificação de desafios

O monitoramento ajuda a identificar desafios, problemas e obstáculos que possam surgir durante a implementação das intervenções. Ele permite uma análise mais aprofundada das dificuldades enfrentadas, possibilitando a busca por soluções adequadas e a tomada de medidas para superar esses desafios.

  • Gestão de recursos

O monitoramento auxilia na gestão dos recursos disponíveis na determinada intervenção. Ele permite verificar se estão sendo utilizados de forma eficiente e transparente, evitando desperdícios e direcionando os recursos para as áreas prioritárias.

  • Aprimoramento das práticas

O monitoramento proporciona uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento contínuo das práticas de serviço social. Ele permite a identificação de boas práticas, troca de experiências e compartilhamento de conhecimentos entre os profissionais. Com base nos resultados do monitoramento, podem ser implementadas melhorias nas abordagens, metodologias e estratégias de intervenção.

  • Orientação para a tomada de decisões

O monitoramento fornece informações e dados relevantes que embasam a tomada de decisões no serviço social. Permite uma análise fundamentada e baseada em evidências, facilitando a escolha de estratégias e direcionamento de recursos de acordo com as necessidades identificadas.

A operacionalização do monitoramento pode ser destacada pelas ferramentas de monitoramento que variam de acordo com o contexto e os objetivos que serão trabalhados.

As principais ferramentas utilizadas incluem:

  • Indicadores: são medidas quantitativas ou qualitativas que refletem o desempenho, o impacto ou a efetividade das intervenções. Os indicadores permitem mensurar e monitorar o progresso, fornecendo dados concretos e mensuráveis sobre o alcance dos objetivos.
  • Questionários e entrevistas: são instrumentos utilizados para coletar dados por meio de perguntas estruturadas ou entrevistas diretas com os usuários, profissionais e outros envolvidos. Essas ferramentas permitem obter informações sobre as percepções, experiências e necessidades dos usuários, bem como avaliar a qualidade dos serviços prestados.
  • Observação direta: é uma ferramenta que permite aos profissionais monitorar e registrar o comportamento, as interações e os resultados das intervenções em tempo real. Por meio dessa ferramenta, é possível identificar possíveis lacunas, desafios ou oportunidades de melhoria.
  • Registros e documentos: o monitoramento em serviço social também envolve a análise de registros e documentos relevantes, como relatórios de atendimento, prontuários dos usuários e relatórios de atividades. Esses registros fornecem informações detalhadas sobre o desenvolvimento das intervenções, o progresso dos usuários e os resultados alcançados.
  • Avaliação participativa: é uma ferramenta que envolve a participação ativa dos usuários e demais atores envolvidos no monitoramento. Essa abordagem busca promover o diálogo, a escuta ativa e a colaboração, permitindo que as perspectivas e experiências dos usuários sejam consideradas no processo de monitoramento.

Essas são algumas das principais funções e ferramentas do monitoramento em serviço social. Elas desempenham um papel fundamental na avaliação, no acompanhamento e no aprimoramento das intervenções, contribuindo para a qualidade e efetividade dos serviços prestados e o alcance dos objetivos de promoção do bem-estar social.

Vamos Exercitar?

Pensando a prática, reflita sobre as etapas do monitoramento. Para sua concretude, o monitoramento precisa ser realizado por meio de uma série de etapas e atividades que envolvem a coleta, a análise e a interpretação de dados. Algumas das principais etapas de realizar o monitoramento em serviço social são: a definição de indicadores, a coleta de dados, a análise dos dados, a interpretação dos resultados e a tomada de decisões. Veja, na imagem a seguir, para melhor memorizá-la.

A imagem é um fluxograma que descreve um processo em cinco etapas principais, que vão desde a definição de indicadores até a tomada de decisões. Cada etapa é representada por um bloco azul com texto em preto, conectado por setas azul clara que indicam a direção do fluxo. Bloco 1 localizado à esquerda com o texto: Definição de indicadores. Bloco 2 localizado à direita do primeiro com o texto: Coleta de Dados. Bloco 3 localizado à direita do segundo com o texto: Análise dos dados. Bloco 4 localizado abaixo do terceiro com o texto: Interpretação dos resultados. Bloco 5 localizado à esquerda do quarto e abaixo do segundo com o texto: Tomada de Decisões.
Figura 1 | Etapas de monitoramento em Serviço Social.
  • Definição de indicadores

Inicialmente, é necessário estabelecer indicadores específicos que permitam medir e avaliar os resultados das ações e intervenções, ou seja, nessa etapa é necessário ter em mente o que será medido e/ou o que precisa ser monitorado dos aspectos específicos do trabalho realizado pelo profissional. Esses indicadores podem ser: quantidades de atendimentos realizados, taxa de sucesso nos encaminhamentos, satisfação dos usuários, programas e projetos desenvolvidos, políticas públicas eficazes, entre outros aspectos relevantes para o trabalho do profissional de serviço social.

  • Coleta de dados

Os dados podem ser coletados por meio de diferentes métodos, como entrevistas com usuários, observação direta das práticas de trabalho, documentações, questionários, durante a intervenção social, entre outros. É importante ter em mente sempre os objetivos dessa ação e fazer o devido planejamento da coleta desses dados, garantindo a privacidade e a confidencialidade deles, seguindo os princípios éticos de sigilo do serviço social.

  • Análise dos dados

Após a coleta de dados, o monitoramento também requer a análise cuidadosa das informações obtidas. Os dados são analisados para identificar padrões, tendências e informações relevantes no contexto dos indicadores. Nesse sentido, é necessário utilizar métodos e técnicas de pesquisa adequadas, como a tabulação de dados e a construção de gráficos.

  • Interpretação dos resultados

Com base na análise dos dados, os resultados são interpretados e avaliados em relação aos objetivos e às metas estabelecidos. Isso inclui a reflexão sobre o impacto das intervenções, a identificação de pontos fortes e desafios e possíveis ajustes necessários para aprimorar o trabalho social.

  • Tomada de decisões

Os resultados e as conclusões do monitoramento são compartilhados com a equipe de serviço social, a equipe multidisciplinar, os gestores, os parceiros e outros agentes envolvidos. Isso permite a discussão, o diálogo e a tomada de decisões analisadas, visando a melhorias e ajustes nas práticas e intervenções, podendo impactar diretamente os usuários até ser usada como base na elaboração de políticas públicas.

Contudo, é possível definir que o monitoramento como ferramenta da prática do profissional de serviço social é uma questão complexa e abrangente, que busca avaliar e acompanhar as intervenções realizadas nesse campo. Além disso, é um processo contínuo e participativo, que envolve a reflexão crítica, a colaboração entre os profissionais de diversas áreas e a valorização das perspectivas e experiências dos usuários, possibilitando mensurar o impacto das ações, identificar desafios e promover a qualidade e efetividade do trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais, contribuindo para completude dos direitos sociais do indivíduo. 

Saiba Mais

Uma sugestão de aprofundamento da temática estudada é o livro Avaliação e Monitoramento de Projetos Sociais, de Rosana Tavares, que aborda de forma abrangente os processos de avaliação e monitoramento aplicados a projetos sociais. A autora explora os fundamentos teóricos e práticos dessas práticas, com ênfase na avaliação e no monitoramento. A obra apresenta técnicas, ferramentas e estratégias para o acompanhamento sistemático e contínuo dos projetos sociais, visando avaliar seu progresso, identificar desafios, ajustar estratégias e garantir a eficácia das intervenções. Além disso, destaca a importância do monitoramento participativo, envolvendo os atores-chave do projeto, e a utilização dos resultados obtidos para aprimorar as ações e alcançar os objetivos propostos. É uma obra que oferece subsídios valiosos para profissionais que desejam implementar práticas efetivas de monitoramento em projetos sociais. 

Outra sugestão é acessar o livro da nossa biblioteca virtual, Administração e Planejamento do Serviço Social, de Lucélia da Silva Ferreira, que aborda de forma detalhada todo o contexto do planejamento em serviço social. Destacamos a leitura a partir da Unidade 4 (página 161), que trata de forma aprofundada a temática do monitoramento em serviço social com exemplos que podem ser colocados em sua prática de atuação como profissional da área de serviço social.

Referências Bibliográficas

BAPTISTA, M. V. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras, 2007. 

BEZERRA, M. S.; GARDIANO, F. C. Formação e trabalho profissional: a pesquisa em serviço social como ferramenta cotidiana no enfrentamento das expressões da questão social. Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, v. 1, n. 1, 2018. 

FERREIRA, L. da S. Administração e planejamento do serviço social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 

OAKLEY, P.; CLAYTON, A. Monitoramento e avaliação do empoderamento. São Paulo: Instituto Pólis, 2003. 

OLIVEIRA, M.; BERGUE, S. T. (orgs.). Políticas Públicas: definições, interlocuções e experiências. Caxias do Sul: EDUCS, 2012. 

TAVARES, R. de F. B. E. et al. Avaliação e monitoramento de projetos sociais. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 

VAITSMAN, J.; RODRIGUES, R. W. S.; PAES-SOUSA, R. O sistema de avaliação e monitoramento das políticas e programas sociais: a experiência do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil. Brasília: Unesco, 2006. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000148514_por. Acesso em: 4 jun. 2023.

Aula 2

Fase: Avaliação

Fase: avaliação

Olá, estudante!

Neste conteúdo, será explorada a importância da avaliação no campo do serviço social, suas principais funções e as diversas ferramentas utilizadas nesse processo.

No final desta videoaula, você terá uma visão abrangente e esclarecedora sobre a avaliação em serviço social e como ela pode ser aplicada de forma estratégica para promover melhorias nas práticas e garantir a qualidade dos serviços prestados.

Aproveite o vídeo e esteja preparado para uma experiência enriquecedora!

Ponto de Partida

Olá, estudante!

Você estudará a avaliação e o seu papel fundamental no campo do serviço social, proporcionando uma base sólida para o planejamento, a implementação e o acompanhamento de intervenções sociais. Com o objetivo de entender e melhorar a eficácia dos programas e das práticas sociais, a avaliação no serviço social permite uma análise crítica e sistemática das ações desenvolvidas nesse campo.

Nesta aula, conceituaremos de forma aprofundada a avaliação no serviço social, suas funções e as ferramentas para sua aplicabilidade pelo profissional de serviço social.

Certamente, a aula te proporcionará um arcabouço enriquecedor de conhecimento para a construção do seu alicerce enquanto profissional.

Vamos lá?

Vamos Começar!

Apesar das diversas interpretações da palavra avaliar, o que mais se identifica com o objetivo desta aula é “atribuir valor e mérito ao objeto em estudo”; assim, avaliar é atribuir juízo de valor sobre uma ação ou uma matéria (Santos; Cardoso, 2021, p. 1).

Desta forma, pode-se dizer que a avaliação é um processo sistemático e crítico de coleta, análise e interpretação de informações para determinar o valor, a qualidade, a eficácia, a efetividade e o impacto de algo. Ela é utilizada em diversos campos e áreas de conhecimento, como educação, saúde, economia, gestão, entre outros.

No serviço social, a avaliação é um processo complexo e multifacetado que desempenha um papel essencial na compreensão e no aprimoramento das intervenções sociais. Como conceito, a avaliação refere-se à análise sistemática e crítica das ações desenvolvidas, com o objetivo de medir o impacto, a eficácia e a efetividade das práticas, dos programas e das políticas sociais voltadas para os usuários.

No campo de atuação, as ferramentas da avaliação podem ser definidas como um processo sistemático de coleta e análise de dados, com o objetivo de fornecer informações embasadas e contextualizadas para a tomada de decisões, o planejamento estratégico e a melhoria das ações desenvolvidas.

Como função, visa analisar a efetividade, a eficácia e o impacto das intervenções sociais, levando em consideração os objetivos estabelecidos, as necessidades das populações atendidas e os contextos em que ocorrem.

A avaliação no serviço social abrange uma ampla gama de atividades, programas e políticas, desde iniciativas comunitárias locais até políticas sociais nacionais. Ela considera a participação ativa dos indivíduos, das famílias e das comunidades envolvidas, reconhecendo sua expertise como fonte legítima de conhecimento. Além disso, a avaliação no serviço social busca promover uma análise crítica dos contextos sociais, econômicos e políticos em que as intervenções ocorrem, visando à promoção da justiça social e à redução das desigualdades.

É importante diferenciar a avaliação do monitoramento no serviço social, embora ambos sejam processos complementares e interligados. O monitoramento refere-se ao acompanhamento contínuo e sistemático das atividades, dos programas ou das políticas sociais em tempo real, com o propósito de verificar se as metas e as atividades planejadas estão sendo implementadas conforme o planejado. Ele se concentra na coleta regular de dados e informações que permitem o acompanhamento do progresso, a identificação de desvios e a correção de rumos durante a implementação das intervenções.

Por outro lado, a avaliação vai além do monitoramento, incorporando uma análise mais aprofundada e crítica dos resultados alcançados e dos processos envolvidos. Ela busca compreender não apenas se as atividades estão sendo realizadas mas também os efeitos e impactos dessas ações sobre os indivíduos, as famílias e as comunidades atendidas.

Para Tavares (2009, p. 24), a diferença entre monitoramento e avaliação “são atividades complementares, que estão profundamente relacionadas. Essa divisão é somente analítica”.

A avaliação de serviço social é uma prática essencial para verificar a efetividade das intervenções e garantir a qualidade dos serviços prestados. Ela envolve a análise sistemática e crítica das ações sociais, buscando compreender seu impacto, sua eficácia e sua relevância para as pessoas atendidas.

Como função, a avaliação depende do contexto e de seus objetivos. As mais aplicadas são: identificar desafios e oportunidades de melhoria, avaliar o impacto e a efetividade das intervenções, garantir a qualidade dos serviços prestados, promover a participação dos usuários no processo de avaliação e fornecer evidências para embasar decisões estratégicas e políticas.

Siga em Frente...

As etapas podem variar dependendo do contexto e dos objetivos específicos, mas geralmente incluem:

  • Planejamento da avaliação: são definidos os objetivos da avaliação, os critérios de avaliação, os indicadores de desempenho e os métodos a serem utilizados. É importante estabelecer um plano de avaliação claro e estruturado, considerando a participação dos diversos atores envolvidos.
  • Coleta de dados: são utilizadas diversas ferramentas e técnicas para coletar informações relevantes sobre as intervenções e seu impacto. Isso pode incluir questionários, entrevistas, observação direta, revisão de documentos, entre outros.
  • Análise dos dados: após a coleta de dados, é realizada a análise dos resultados obtidos. Isso envolve a organização, a tabulação e a interpretação dos dados coletados, utilizando métodos estatísticos e técnicas de análise qualitativa.
  • Interpretação dos resultados: busca compreender o significado dos resultados, refletir sobre suas implicações e identificar recomendações para aprimorar as práticas. A interpretação dos resultados também envolve considerar as perspectivas dos usuários e dos demais envolvidos no processo.
  • Utilização dos resultados: a última etapa da avaliação é a utilização dos resultados para promover melhorias nas intervenções. Os resultados da avaliação são compartilhados com os responsáveis pela tomada de decisões, gestores, profissionais e usuários.

Para o processo de avaliação, existem várias ferramentas, incluindo:

  • Questionários e entrevistas estruturadas: permitem coletar informações de forma padronizada e quantitativa sobre as percepções e experiências dos usuários, profissionais e outros envolvidos.
  • Observação direta: permite monitorar o comportamento e as interações durante as intervenções, fornecendo informações qualitativas sobre a implementação e o impacto.
  • Revisão de documentos: envolve a análise de registros e documentos relevantes, como relatórios de atendimento, prontuários dos usuários e relatórios de atividades, para obter informações detalhadas sobre o desenvolvimento das intervenções.
  • Grupos focais: permitem obter percepções e opiniões mais aprofundadas por meio de discussões em grupo com usuários e profissionais.
  • Indicadores de desempenho: são medidas quantitativas que refletem o progresso e o impacto das intervenções, permitindo uma avaliação objetiva.

Como você pôde perceber, as etapas e as ferramentas de monitoramento e avaliação são bastante parecidas, no entanto, enquanto o monitoramento é focado no acompanhamento e nos ajustes durante a implementação, a avaliação é voltada para a análise retrospectiva do impacto e da efetividade das intervenções. As ferramentas de monitoramento são aplicadas para coletar informações em tempo real, identificar desvios e promover ajustes imediatos, enquanto as ferramentas de avaliação são usadas para coletar informações mais aprofundadas e fornecer uma visão global das intervenções.

A avaliação no serviço social é um processo sistemático e crítico que envolve várias etapas, desde o planejamento até a utilização dos resultados. Ela tem uma função e utiliza uma variedade de ferramentas e técnicas para coletar e analisar dados relevantes, visando compreender o impacto e a efetividade das intervenções, promovendo melhorias na prática profissional.

Em resumo, a avaliação no serviço social é um processo complexo e abrangente que busca compreender, mensurar e aprimorar as intervenções sociais. Ela se diferencia do monitoramento, pois vai além do acompanhamento em tempo real, incorporando uma análise crítica e aprofundada dos resultados e processos, com o objetivo de fornecer informações embasadas e contextuais para a tomada de decisões e para a melhoria contínua das práticas, programas e políticas sociais implementadas.

Vamos Exercitar?

A avaliação desempenha um papel crucial no campo do serviço social, sendo aplicada em diversas áreas e contribuindo para o aprimoramento das práticas, dos programas e das políticas sociais. As funções da avaliação ajudam a entender a aplicabilidade da avaliação através das ferramentas utilizadas que fornecem informações relevantes para a tomada de decisões embasadas na promoção da equidade e no fortalecimento das intervenções sociais.

É nas funções da avaliação no serviço social, por exemplo, que nos é permitido mensurar o impacto e a eficácia das intervenções, e utilizando as ferramentas, como a coleta e análise de dados, é permitido verificar se os objetivos estabelecidos estão sendo alcançados, identificar os resultados obtidos e avaliar a efetividade das práticas implementadas.

Considere um exemplo prático de aplicação das ferramentas de avaliação no serviço social em um programa de inserção socioeconômica voltado para jovens em situação de vulnerabilidade. O objetivo do programa é capacitar e oferecer oportunidades de emprego para que esses jovens possam melhorar suas condições de vida.

Para esse caso, pode ser criado um questionário para traçar um perfil desse jovem, como faixa etária, local que reside, nível educacional e áreas de interesse. Outra ferramenta que pode ser utilizada é a entrevista, perguntando ao jovem sobre suas experiências de vida e os obstáculos de não conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Também, pode-se utilizar a observação, pois, observando o jovem em outras atividades, pode-se identificar suas dificuldades e as potencialidades que ficam ocultas em outras ferramentas de avaliação. O profissional também pode se utilizar da análise documental, a qual pode ser o prontuário do usuário, os relatórios, ou os registros de participação que evidenciarão informações que complementarão outras formas das ferramentas de análise. O assistente social também pode proporcionar os grupos focais, os quais proporcionam um ambiente de discussão e troca de experiências entre os participantes, permitindo que expressem suas opiniões e sugiram melhorias para o programa.

Um ponto que deve ser destacado é a diferença do monitoramento e da avaliação no que tange à sua aplicabilidade. Ele pode ser ilustrado no seguinte exemplo: imagine um programa de intervenção em uma comunidade, o qual visa à redução da violência doméstica. O monitoramento desse programa envolve o acompanhamento constante das atividades, verificando se as metas estão sendo cumpridas, se os recursos estão sendo utilizados adequadamente e se o cronograma está sendo seguido. São coletados dados sobre o número de sessões de conscientização realizadas, a quantidade de pessoas alcançadas e as respostas iniciais dos participantes.

Já a avaliação, nesse caso vai além do monitoramento. Ela busca analisar a efetividade do programa em reduzir a violência doméstica. São coletados dados adicionais, como as mudanças na percepção das pessoas sobre a violência, o número de denúncias feitas, a qualidade dos serviços de apoio oferecidos, entre outros aspectos. A avaliação fornece uma análise mais aprofundada sobre os resultados alcançados, os fatores que influenciam tais resultados e as lições aprendidas ao longo do processo.

A avaliação no serviço social é um processo complexo e dinâmico que desempenha um papel central na promoção do bem-estar das pessoas e das comunidades. Ao promover uma abordagem ética, sensível às diversidades e comprometida com a equidade, a avaliação no serviço social contribui para a transformação social, a promoção da justiça e a melhoria das práticas profissionais e, consequentemente, da qualidade de vida das pessoas.

Saiba Mais

Uma sugestão de complementação de estudo é um livro da nossa biblioteca virtual chamado Administração e Planejamento do Serviço Social, de Lucélia da Silva Ferreira, que aborda de forma detalhada todo o contexto do planejamento em serviço social. Destacamos a leitura a partir da Unidade 4 (a partir da página 175), que trata de forma aprofundada sobre a avaliação no serviço social desde o seu contexto histórico até a sua aplicabilidade, com diversos exemplos que ajudarão na sua construção de conhecimento como profissional de serviço social.

Outra sugestão de aprofundamento dos seus estudos é o artigo Avaliação de Programas e Serviços Sociais no Brasil: uma análise das práticas no contexto atual (páginas 122 a 141), que trata da avaliação no serviço social em programas e em serviços sociais; além disso, mostra uma abordagem que supera o tecnicismo e o funcionalismo da prática profissional. 

Referências Bibliográficas

BROUSSELLE, A. et al. (orgs.). Avaliação: conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. 

FERREIRA, L. da S. Administração e planejamento do serviço social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 

GASPARINI, M. F. V.; FURTADO, J. P. Avaliação de Programas e Serviços Sociais no Brasil: uma análise das práticas no contexto atual. Serviço Social & Sociedade, p. 122-141, 2014. 

LIMA, T. A. dos S. de. Avaliação em serviço social nos processos de trabalho no CREAS. Revista Serviço Social em Perspectiva, v. 6, n. Especial, p. 46-60, 2022. 

SANTOS, L. C. dos; CARDOSO, P. H. G. Concepções de professores sobre a avaliação. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2021. Anais [...]. [S. l.]: CONEDU, 2021. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_EV140_MD1_SA2_ID1505_24052020164559.pdf. Acesso em: 13 jul. 2023. 

TAVARES, R. de F. B. E. et al. Avaliação e monitoramento de projetos sociais. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.

Aula 3

Gestão de Políticas Públicas

Gestão de Políticas Públicas

Olá, estudante!

Nesta videoaula, desvendaremos como ocorre o processo de acompanhamento das políticas públicas, suas funções e sua importância para toda a sociedade. Também, abordaremos, de forma conceitual, os princípios e as aplicações sobre o controle das políticas públicas e a participação do cidadão como sujeito partícipe. Você terá uma visão resumida sobre a gestão de políticas públicas e como ela pode ser aplicada de forma estratégica.

Aproveite a videoaula e se prepare para uma experiência enriquecedora! Vamos lá?!

Ponto de Partida

Nesta aula, você estudará como se dá a gestão de políticas públicas no serviço social, explorando a sua relevância e o seu impacto significativo no âmbito do serviço social. Compreenderá como as políticas públicas moldam o cenário social, econômico e político em que vivemos, e como o assistente social desempenha um papel fundamental na sua implementação, monitoramento e avaliação.

Você terá a oportunidade de explorar os fundamentos teóricos e conceituais da formulação e implementação de políticas, bem como as estratégias práticas para atuar em diversos setores, tais como saúde, educação, assistência social, habitação, entre outros.

Venha trilhar esse caminho e explorar as possibilidades de ação no campo das políticas sociais!

Vamos Começar!

As políticas públicas são ações, programas e diretrizes adotadas por governos e instituições públicas para enfrentar problemas e desafios sociais, econômicos, ambientais, de saúde, educação, entre outros. Elas podem abranger uma ampla gama de áreas e setores da sociedade. O objetivo delas é promover o bem-estar da população, buscando soluções para as necessidades e demandas da sociedade como um todo. “Elas foram criadas como resposta do Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu próprio interior, sendo expressão do compromisso público de atuação numa determinada área a longo prazo” (Carvalho, 2002, p. 12).   

Neste contexto, a gestão de políticas públicas refere-se ao conjunto de processos, estratégias e ações utilizados para formular, implementar, monitorar e avaliar as ações adotadas por governos e instituições públicas que são voltadas para atender às necessidades e demandas da sociedade em diferentes áreas, como saúde, educação, assistência social, meio ambiente, segurança, entre outras. Nesse sentindo, a gestão de políticas públicas envolve um planejamento estratégico e a alocação de recursos para alcançar os objetivos traçados e promover o bem-estar social de forma sustentável.

No contexto do serviço social, a gestão de políticas públicas tem um papel de destaque, visto que é uma das profissões que materializa e viabiliza as políticas públicas para a população, pois está inserida na linha de frente da esfera social, analisando, formulando e implementando essas políticas, buscando assegurar a justiça social, a equidade e a proteção dos direitos individuais e coletivos.

Dessa forma, os profissionais da área têm a responsabilidade de atuar como mediadores entre as demandas da sociedade e a estrutura governamental, buscando a articulação entre diferentes atores e a efetivação das políticas para a população mais vulnerável. Eles devem analisar criticamente as políticas existentes, identificar lacunas e propor melhorias, considerando as necessidades específicas dos usuários dos serviços prestados.

Para isso, os profissionais de serviço social se utilizam de diversas ferramentas, como a pesquisa, o levantamento de dados e a análise das políticas em vigor, a fim de embasar suas intervenções e contribuir para a construção de políticas mais inclusivas e eficazes.

Nesse contexto da gestão de políticas públicas, podemos dizer que o controle social também é uma ferramenta fundamental, pois exerce um papel importante, já que sua função é o acompanhamento e a fiscalização da execução das políticas sociais e dos serviços prestados, com o objetivo de garantir que sejam oferecidos com qualidade, eficiência, equidade e respeito aos direitos dos usuários. O controle é uma dimensão importante da prática do assistente social, uma vez que ele deve zelar pela correta aplicação das políticas públicas e dos recursos destinados ao atendimento das demandas sociais.

Siga em Frente...

As políticas públicas desempenham um papel primordial na vida das pessoas, e o seu controle fortalece o manejo das políticas públicas. Como mediador, o assistente social pode ser um facilitador, exercendo um papel ativo na governança, contribuindo para a melhoria contínua das políticas e alcançando melhores resultados em benefício de toda a população.

As políticas públicas desempenham uma função essencial na sociedade moderna, sendo um instrumento fundamental para o Estado promover o bem-estar social, a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento sustentável. A função das políticas públicas é abordar problemas e necessidades coletivas, buscando soluções para questões que afetam a população como um todo.

Uma das principais funções das políticas públicas é atender às demandas e necessidades da sociedade. Elas têm o propósito de identificar problemas e desafios enfrentados pelos cidadãos e implementar ações concretas para resolvê-los. Isso pode envolver a oferta de serviços públicos, como saúde, educação, segurança, moradia, transporte e assistência social, visando melhorar a qualidade de vida e garantir o acesso a direitos básicos.

No Brasil, podemos destacar quatro tipos de políticas públicas. São elas: as políticas públicas distributivas, as quais têm como objetivo reduzir desigualdades e promover a equidade social, garantindo que determinados grupos ou regiões que historicamente foram menos favorecidos tenham acesso a recursos e oportunidades. Exemplo: política de cotas e projeto de infraestrutura em caso de enchente. As políticas públicas redistributivas visam transferir recursos de grupos mais privilegiados para grupos menos favorecidos, buscando promover a equidade e a justiça social. Exemplo: Bolsa Família e financiamento estudantil. As políticas públicas constitutivas são um tipo de política que busca moldar ou criar estruturas e instituições que influenciem a formação e a transformação da sociedade. Elas têm como objetivo estabelecer novas bases institucionais, normativas e culturais para promover mudanças sociais mais profundas. Exemplo: política de inclusão social e política de educação e cultura. As políticas públicas regulatórias têm como objetivo estabelecer normas, regras e regulamentos para guiar a atuação de agentes públicos e privados em determinado setor da sociedade. Essas políticas têm como foco a regulação de atividades, serviços ou comportamentos, buscando garantir o cumprimento de padrões, proteger direitos, promover a segurança e assegurar o funcionamento adequado e equilibrado de determinados setores. Exemplo: regulação ambiental, regulação de produtos e regulação da saúde.

No entanto, a implementação das políticas públicas pode enfrentar desafios, como a alocação inadequada de recursos, a burocracia, a falta de coordenação entre os órgãos governamentais e a ausência de mecanismos de prestação de contas. É aí que entra o controle das políticas públicas.

Por meio do controle, é possível verificar se os recursos estão sendo utilizados de forma adequada, se as ações estão sendo realizadas de acordo com as normas e se os resultados estão sendo alcançados. Ele também permite identificar eventuais problemas e desafios na implementação das políticas, possibilitando a adoção de medidas corretivas e o aprimoramento das ações governamentais.

Além disso, o controle contribui para a transparência na gestão pública, permitindo que a população tenha acesso a informações sobre as políticas implementadas e seus resultados. Isso fortalece a participação cidadã, a prestação de contas dos gestores e a confiança na democracia.

Em resumo, a função das políticas públicas e o seu controle são complementares e interdependentes. Enquanto as políticas públicas buscam atender às necessidades e aos desafios da sociedade, o controle assegura que essas políticas sejam executadas de forma eficaz, transparente e em benefício da população. Ambos são fundamentais para o bom funcionamento do Estado, a promoção do bem-estar social e o fortalecimento da democracia.

Vamos Exercitar?

As políticas públicas no Brasil são instrumentos de intervenção do Estado que têm como objetivo atender às necessidades e demandas da sociedade em diversas áreas, como saúde, educação, assistência social, habitação, segurança, entre outras. No entanto, a prática das políticas públicas no país é permeada por desafios e complexidades que refletem a diversidade e as desigualdades presentes na sociedade brasileira.

Para suprimir esses desafios, é necessário que se tenha uma participação ativa dos indivíduos na tomada de decisões políticas e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para Benevides (2001), é necessária essa cidadania democrática para que se atinja a totalidade desses direitos por meios das políticas públicas. Conforme o autor: 

A cidadania democrática pressupõe a igualdade diante da lei, a igualdade da participação política e a igualdade de condições socioeconômicas básicas, para garantir a dignidade humana. Essa terceira igualdade é crucial, pois exige uma meta a ser alcançada, não só por meios de leis, mas pela correta implementação de políticas públicas. (Benevides, 2001, p. 4) 

Na prática, a formulação das políticas públicas é realizada por meio de um processo que envolve diferentes etapas e que tem como foco a defesa da integralidade de toda uma sociedade. Primeiramente, é feita a identificação dos problemas e das demandas sociais que necessitam de intervenção governamental. Em seguida, ocorre a elaboração das políticas, considerando as evidências técnicas, os recursos disponíveis e o contexto político e econômico.

Uma vez formuladas, as políticas públicas são implementadas através da execução de programas, projetos e ações específicas. A implementação envolve a alocação de recursos, a definição de responsabilidades entre os órgãos governamentais e a mobilização de diversos atores sociais para a efetivação das ações.

O controle das políticas públicas é uma etapa fundamental para garantir sua efetividade, eficiência e transparência. No Brasil, o controle das políticas públicas pode ocorrer de diferentes formas:

  • Controle interno: realizado pelos próprios órgãos e entidades públicas, através de mecanismos de gestão e avaliação dos resultados das políticas implementadas.
  • Controle externo: exercido por órgãos de controle independentes, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas estaduais e municipais.
  • Controle social: é um mecanismo de participação direta da sociedade na avaliação e fiscalização das políticas públicas.
  • Auditorias: podem ser realizadas por órgãos de controle interno ou externo para verificar a aplicação dos recursos públicos e a efetividade das políticas.
  • Avaliações de impacto: são estudos realizados para mensurar os resultados e os efeitos das políticas públicas na sociedade, avaliando se os objetivos propostos foram alcançados e quais as mudanças promovidas.

É importante destacar que o controle das políticas públicas busca, principalmente, garantir a transparência e a prestação de contas por parte dos gestores públicos, bem como promover a participação ativa da sociedade no processo de tomada de decisões. Essa participação é fundamental para que as políticas sejam mais democráticas, responsivas e alinhadas com as reais necessidades da população, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária.

Saiba Mais

Como sugestão de complementação de estudo, sugerimos a leitura de um livro da nossa biblioteca virtual, chamado Administração e Planejamento do Serviço Social, de Lucélia da Silva Ferreira, que aborda de forma abrangente as políticas públicas. Além de um pouco da história das políticas públicas, a autora explora os diversos tipos de avaliação em políticas públicas e como os profissionais da área de serviço social podem trabalhar com essa temática. Destacamos a leitura a partir da Unidade 4 (a partir da página 191). 

Outra sugestão de aprofundamento dos seus estudos é o livro Políticas Públicas no Brasil, que trata da evolução das políticas públicas, do desenvolvimento e dos condicionantes institucionais do desenho das políticas públicas em nosso território. Além disso, você verá como as políticas públicas são implementadas e como são necessárias abordagens analíticas específicas.

Referências Bibliográficas

BENEVIDES, M. V. A questão social no Brasil. Videtur, v. 3, p. 7-14, 2001. Disponível em: http://dhnet.org.br/direitos/militantes/mariavictoria/benevides_questao_br_dhesc.pdf. Acesso em: 27 jul. 2023. 

CARVALHO, A. M. (Ed.). Políticas públicas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 

CNN BRASIL. Políticas Públicas: entenda o que são, para que servem e veja exemplos. CNN Brasil, 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/politicas-publicas/#:~:text=As%20pol%C3%ADticas%20p%C3%BAblicas%20servem%20de,meio%20ambiente%20e%20servi%C3%A7os%20p%C3%BAblicos. Acesso em: 17 ago. 2024. 

FERREIRA, L. da S. Administração e planejamento do serviço social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 

FREITAS, L. O. Políticas públicas, descentralização e participação popular. Revista Katálysis, v. 18, p. 113-122, 2015. 

HOCHMAN, G.; ARRETCHE, M.; MARQUES, E. Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. 

MACIEL, C. A. B. Políticas públicas e controle social: encontros e desencontros da experiência brasileira. Revista Intercâmbio dos Congressos de Humanidades, Brasília, p. 1-18, 2007. 

OLIVEIRA, J. A. P. de. Desafios do planejamento em políticas públicas: diferentes visões e práticas. Revista de Administração Pública, v. 40, p. 273-287, 2006. 

RODRIGUES, C. M. Conceito de seletividade de políticas públicas e sua aplicação no contexto da política de extensão rural no Brasil. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 14, n. 1, p. 113-154, 1997. 

Aula 4

Serviço Social: relações de gestão de administração e planejamento

Serviço social: relações de gestão de administração e planejamento

Olá, estudante!

Nesta videoaula, você explorará os aspectos fundamentais da atuação do assistente social e sua relação com os processos de gestão, administração e planejamento no campo do serviço social.

Além disso, verá qual é a colaboração do profissional de serviço social nas políticas públicas, suas formas de avaliação e monitoramento e as potencialidades e contradições que a atuação do assistente social se defronta.

Contudo, você terá uma visão resumida sobre a gestão de políticas públicas e como ela pode ser aplicada de forma estratégica.

Aproveite a videoaula e se prepare para uma experiência enriquecedora!

Ponto de Partida

Esta aula tem como propósito apresentar os princípios e conceitos que embasam as relações de gestão, administração e planejamento dentro da prática profissional, bem como os critérios e parâmetros da avaliação e monitoramento em serviço social.

Ao longo deste curso, as múltiplas dimensões desses temas e sua intersecção com o trabalho do assistente social têm sido exploradas, fornecendo uma compreensão abrangente das ferramentas e estratégias.

Os critérios e parâmetros da avaliação e do monitoramento na área, as relações da dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa e os instrumentos de avaliação e monitoramento de políticas públicas para o serviço social têm sido aprofundados.

Espera-se que, ao final deste curso, você esteja preparado para enfrentar os complexos cenários sociais, aplicando o conhecimento adquirido de forma ética e crítica.

Vamos Começar!

A dimensão teórico-metodológica no serviço social refere-se à base conceitual que fundamenta a profissão. De acordo com Guerra (2000), ela é uma instrumentalidade no trabalho do assistente social e tem uma característica histórico-social específica, que se refere a uma capacidade particular desenvolvida pela profissão no contexto das relações sociais. Essa habilidade permite que os profissionais concretizem suas intenções através de respostas adequadas e eficazes. Através desse embasamento, o profissional é capaz de interpretar e intervir nas diversas demandas sociais, como as políticas públicas, subsidiando a sua atuação enquanto profissional.

A perspectiva técnico-operativa diz respeito à aplicação prática do conhecimento teórico. Essa dimensão envolve a utilização de diferentes metodologias de trabalho, técnicas de intervenção e recursos disponíveis para a realização do acompanhamento, mediação e avaliação. Segundo Garcez (2022, [s. p.]), “a dimensão técnico-operativa é a forma de aparecer da profissão, pela qual é conhecida e reconhecida. Dela emana a imagem social da profissão e sua autoimagem", ou seja, é como o profissional de serviço social traduz os fundamentos conceituais em intervenções e ações concretas. Essa dimensão envolve a utilização de diferentes metodologias de trabalho, técnicas de intervenção e recursos disponíveis para a realização do acompanhamento, da mediação e da avaliação das políticas públicas. É por meio da articulação entre teoria e prática, conhecida também como práxis, que o profissional consegue atender às especificidades das demandas sociais e das políticas públicas, possibilitando o empoderamento e a inclusão dos sujeitos e grupos sociais.

Como instrumental do serviço social, a dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa é essencial para o estabelecimento de critérios e parâmetros de avaliação e monitoramento. Esses critérios devem ser estabelecidos a partir de indicadores mensuráveis e objetivos que permitam identificar avanços e retrocessos, e a avaliação deve ser realizada de forma participativa, incluindo os beneficiários e a sociedade civil na análise dos resultados.

O monitoramento, por sua vez, deve ser realizado de forma contínua e sistemática, utilizando instrumentos de acompanhamento e coleta de dados que permitam uma visão abrangente do processo. Esse acompanhamento é essencial para identificar possíveis desvios em relação aos objetivos estabelecidos, possibilitando ações corretivas e ajustes necessários ao longo das intervenções e/ou das políticas públicas.

Em síntese, a dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa do Serviço Social é uma base sólida para a atuação dos profissionais na gestão e administração da prática profissional. Ao pontuar critérios e parâmetros de planejamento, avaliação e monitoramento, o serviço social contribui para uma gestão mais eficiente, transparente e comprometida com a garantia dos direitos e a melhoria da qualidade de vida da população assistida. Essa abordagem teórica e prática é um diferencial essencial para o fortalecimento e a construção contínua do saber profissional e para a formação de uma sociedade mais justa e inclusiva dentro do projeto ético-político profissional.

Siga em Frente...

Os critérios de avaliação e monitoramento no serviço social são fundamentais para garantir a efetividade das intervenções e o alcance dos objetivos propostos em projetos, programas e políticas sociais. Essa prática contínua de acompanhamento permite uma análise sistemática das ações desenvolvidas, possibilitando ajustes e correções de rota quando necessário. Neste contexto, abordaremos alguns dos principais critérios utilizados no serviço social para avaliação e monitoramento das intervenções sociais e no tocante às políticas públicas.

  • Pertinência e relevância: o primeiro critério de avaliação diz respeito à pertinência e relevância das ações em relação às demandas e necessidades sociais identificadas. É essencial avaliar se as intervenções propostas são adequadas e alinhadas às realidades e aos desafios enfrentados pela população atendida.
  • Alcance e abrangência: o critério de alcance e abrangência analisa o número de pessoas ou grupos beneficiados pelas ações do serviço social. Verifica-se se as intervenções estão atingindo o público-alvo esperado e se conseguem alcançar um impacto significativo nas vidas das pessoas atendidas.
  • Efetividade: a efetividade é um critério central na avaliação e no monitoramento. Refere-se à capacidade das ações de produzir os resultados esperados, proporcionando melhorias concretas na qualidade de vida, na promoção da justiça social e na garantia dos direitos dos indivíduos e das comunidades assistidas.
  • Eficiência: o critério de eficiência avalia se as ações estão sendo desenvolvidas de forma eficiente em termos de recursos, tempo e esforços empregados. Verifica-se se o custo-benefício das intervenções é favorável e se os resultados estão sendo alcançados de maneira otimizada.
  • Sustentabilidade: a avaliação da sustentabilidade é fundamental para garantir que as ações do serviço social tenham impacto a longo prazo. Analisa-se se as intervenções são sustentáveis do ponto de vista social, ambiental e financeiro, para assegurar que seus efeitos perdurem após o término do projeto ou programa.
  • Participação e empoderamento: o critério de participação e empoderamento destaca a importância da inclusão das pessoas atendidas no processo de avaliação e monitoramento. A participação dos beneficiários possibilita que eles sejam protagonistas de suas próprias trajetórias de desenvolvimento e permite ajustar as intervenções de acordo com suas necessidades e aspirações.
  • Qualidade e excelência: o critério de qualidade e excelência avalia a eficácia das metodologias e abordagens empregadas, a formação e competências dos profissionais envolvidos e a adequação dos recursos utilizados para alcançar os resultados desejados.

É importante destacar que os critérios de avaliação e monitoramento no serviço social devem ser definidos de forma colaborativa, envolvendo todos os atores envolvidos das políticas públicas ou os enredados das intervenções sociais.

A combinação desses critérios oferece uma visão abrangente e criteriosa das ações desenvolvidas, contribuindo para o aprimoramento contínuo das intervenções sociais e para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária. Além disso, Ferreira (2017) acrescenta que o uso desses ferramentais são facilitadores da prática profissional para garantir o compromisso da qualidade dos serviços prestados descritos no código de ética da profissão.  

[...] é importante salientar que a avaliação e monitoramento de projetos é um dever ético e que o assistente social deve estar preparado para realizar um trabalho com transparência, sempre lembrando que monitorar as ações planejadas é de fundamental importância no exercício da prática profissional. (Ferreira, 2017, p. 169)

Vamos Exercitar?

O trabalho do assistente social é intrinsecamente marcado por uma dicotomia complexa e desafiadora, que o coloca em um cenário de constante conflito entre atender aos interesses da classe dominante e suprir as necessidades de sobrevivência da população mais vulnerável.

De um lado, o assistente social pode ser convocado a colaborar com a implementação de políticas e ações que, em certos contextos, servem aos interesses da classe dominante, reforçando estruturas de poder já estabelecidas. Essa realidade pode exigir do profissional um delicado equilíbrio entre seu compromisso ético com a justiça social e a necessidade de operar dentro de um sistema muitas vezes desigual.

Por outro lado, a atuação do assistente social também se concentra na satisfação das necessidades básicas e de sobrevivência da população em situação de vulnerabilidade. São esses indivíduos e grupos que enfrentam desigualdades econômicas, sociais e políticas, frequentemente precisando de intervenções que vão além das estruturas tradicionais.

Como menciona Iamamoto (1998, p. 27-28), 

[...] o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura [...] o desenvolvimento nesta sociedade redunda uma enorme possibilidade de o homem ter acesso à natureza, à cultura, à ciência, enfim, desenvolver as forças produtivas do trabalho social [...] na sua contra-face, faz crescer a distância entre a concentração/acumulação de capital e a produção crescente da miséria, da pauperização que atinge a maioria da população. 

Apesar dessa contradição, ao assistente social, no tocante das políticas públicas, fica a responsabilidade por executar a gestão, que envolve coordenar e realizar a inclusão dos usuários nos programas, interpretar as diretrizes e instruções e reorganizar as atividades para garantir a implementação eficaz das políticas. Além disso, ele acompanha o progresso e o envolvimento dos usuários na proposta de trabalho estabelecida, avaliando o processo ao comparar os objetivos definidos pelos gestores públicos com as metas alcançadas. Conforme menciona Torres e Lanza (2013, p. 209), 

A execução da gestão cabe ao assistente social: organizar e realizar o processo de inclusão do usuário, interpretar as exigências e determinações e rearranjar as atividades para proceder à operacionalização dos programas, acompanhar o desenvolvimento do usuário e sua adesão à proposta de trabalho estabelecida e avaliar o processo, comparando os objetivos previamente estabelecidos pelos gestores públicos e as metas atingidas. 

Nesse contexto, o assistente social assume o papel de defensor dos direitos humanos, atuando como uma voz para aqueles que frequentemente não têm a capacidade de se fazer ouvir. Ele proporciona apoio, encaminhamentos, orientação prática e auxílio na navegação de sistemas burocráticos complexos.

Contudo, o assistente social é desafiado a buscar a transformação dos sistemas sociais enquanto opera dentro deles. Ele é um agente de transformação capaz transformar as políticas públicas e as práticas para garantir que as necessidades básicas de todos sejam atendidos, ao mesmo tempo que contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Saiba Mais

No artigo Desafios do Planejamento em Políticas Públicas: diferentes visões e práticas, Oliveira nos propõe uma reflexão sobre as metodologias para o planejamento de políticas públicas e os seus principais desafios, como a burocracia, o tecnicismo e as previsões econômicas.        Enquanto profissional, é de crucial importância entender esses desafios para uma boa prática profissional. Boa leitura! 

Outro artigo interessante para aprofundar seus conhecimentos da aula é o de Andrei Trevisan, intitulado Avaliação de políticas públicas: uma revisão teórica de um campo em construção. Ele faz um levantamento teórico da literatura sobre políticas públicas em geral e, mais especificamente, sobre a avaliação dessas políticas. Ele explora as origens e os conceitos das políticas públicas, incluindo sua aplicação recente no contexto brasileiro. O texto analisa a evolução da avaliação de políticas públicas ao longo das décadas. Boa leitura!

Referências Bibliográficas

BIN, D.; CASTOR, B. V. J. Racionalidade e política no processo decisório: estudo sobre orçamento em uma organização estatal. Revista de Administração Contemporânea, v. 11, p. 35-56, 2007. 

PEREIRA, M. F. Planejamento estratégico. 2007. 

ROCHA, A. A. R. de M. O planejamento no cotidiano de uma instituição hipercomplexa: o caso da SES-Sergipe. 2008. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008. 

ROHDE, C. M. S. et al. Planejamento e os limites da racionalidade. 1996. 

SAMPAIO, C. A. C.; MANTOVANELI JR., O.; FERNANDES, V. Racionalidade de tomada de decisão para o planejamento e a gestão territorial sustentável. Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, v. 16, n. 2, p. 131-155, 2011.  

Encerramento da Unidade

Gestão de Administração e Planejamento em Serviço Social

Gestão de administração e planejamento em serviço social

Olá, estudante!

Agora, veremos o vídeo de resumo da aula, no qual verificaremos os principais pontos estudados. Abordaremos a importância do monitoramento e da avaliação no ciclo de políticas públicas e como esses processos influenciam positivamente a sociedade, enquanto os assistentes sociais desempenham um papel vital nesse contexto. Vamos lá?!

Ponto de Chegada

Olá, estudante!

O monitoramento e a avaliação são instrumentalidades do serviço social que podem ser usadas em políticas públicas e que são elementos essenciais no ciclo de desenvolvimento e implementação de programas governamentais. Esses processos garantem a eficácia, a eficiência e o aprimoramento contínuo das ações planejadas, visando ao bem-estar da sociedade.

O monitoramento em si consiste na coleta sistemática de informações sobre o progresso e o desempenho das políticas públicas em andamento. É um processo contínuo que envolve a observação regular das atividades e dos resultados, permitindo correções e ajustes conforme necessário. Suas funções incluem o acompanhamento do cumprimento de metas, a identificação de desvios e a garantia de que as ações estejam alinhadas aos objetivos estabelecidos. O monitoramento ocorre ao longo de todo o ciclo da política pública, desde o planejamento até a implementação e avaliação.

As etapas do monitoramento envolvem a definição de indicadores mensuráveis, a coleta e análise de dados, a interpretação dos resultados e a tomada de medidas para melhorar o desempenho.

Outra instrumentalidade é a avaliação, que é uma análise sistemática e objetiva dos resultados, dos impactos e da eficácia das políticas públicas. Ela visa determinar se os objetivos foram alcançados, identificando sucessos e desafios. Suas funções abrangem a identificação de lições aprendidas, a alocação eficiente de recursos, a prestação de contas à sociedade e a melhoria das futuras intervenções.

As etapas da avaliação incluem a definição de critérios de avaliação, a coleta de dados relevantes, a análise dos resultados à luz dos objetivos estabelecidos e a elaboração de relatórios conclusivos. Sua aplicabilidade contribui para a tomada de decisões informadas e o redirecionamento de políticas ineficazes.

No entanto, apesar de serem parecidos, há uma diferença crucial entre monitoramento e avaliação, que reside em sua abrangência temporal e foco. O monitoramento é um processo contínuo e de curto prazo, concentrando-se na observação regular das atividades em andamento e na detecção precoce de problemas. A avaliação, por sua vez, é uma análise mais abrangente e de médio a longo prazo, centrando-se nos resultados alcançados e nos impactos das ações realizadas. 

Políticas públicas: tipos e aplicabilidade

As políticas públicas são instrumentos do Estado para atender às demandas e necessidades da sociedade. Elas podem ser classificadas em políticas sociais, econômicas e ambientais, cada uma voltada para áreas específicas. Políticas sociais visam melhorar o bem-estar dos cidadãos, como saúde e educação. Políticas econômicas buscam estimular o crescimento e a estabilidade econômica. Políticas ambientais têm como objetivo a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 

O assistente social na atuação de políticas públicas

Os assistentes sociais desempenham um papel fundamental na implementação e efetivação das políticas públicas. Eles atuam como mediadores entre as políticas e a comunidade, identificando as necessidades locais e garantindo que as ações governamentais sejam relevantes e acessíveis. Além disso, esses profissionais contribuem para a formulação de políticas inclusivas e participativas, promovendo a justiça social e a equidade.

Em conclusão, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas são processos interligados e essenciais para garantir a eficácia e o impacto positivo das ações governamentais. As políticas públicas, por sua vez, desempenham um papel vital na promoção do bem-estar social dos atendidos. Os assistentes sociais, como agentes de transformação, têm um papel crucial na promoção e na implementação de políticas públicas que atendam às necessidades da sociedade de forma justa e inclusiva.

É Hora de Praticar!

Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você é assistente social de um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e lhe foi incumbida a avaliação e a eficácia de um programa de renda básica, no valor de meio salário, implantado no município da sua atuação profissional e que já tem duração de dois anos. O programa visa oferecer suporte financeiro mensal para as famílias de baixa renda, a fim de reduzir a pobreza e promover a inclusão social. Ele visa também a um complemento dos benefícios de transferência de renda federal das famílias já beneficiadas, como também para aquelas que, por muito pouco, não conseguiram se encaixar em outros programas de transferência de renda.

A região enfrenta diversos desafios socioeconômicos, não há indústrias e existem poucos comércios, além de ficar afastada de diversos centros. O acesso a bens básicos é bem restrito. A população é composta, principalmente, por famílias de baixa renda que lutam para atender às suas necessidades básicas, como alimentação, moradia, educação e saúde. Diante desse cenário, a administração municipal, através da Secretaria de Assistência Social, decidiu implementar o programa Renda Básica, com o objetivo de reduzir a pobreza e promover a inclusão social.

Para metrificar o resultado, é necessário fazer um plano de avaliação claro e estruturado, considerando a participação dos diversos atores envolvidos, como os profissionais que atuam no projeto e usuários.

Depois, será necessária a coleta de dados, que pode ser através de entrevistas questionários, revisão de documentos, entre outros.

Após a coleta de dados e sua interpretação dos resultados, será realizada a análise dos resultados obtidos. Isso envolve a organização, a tabulação e a interpretação dos dados coletados, utilizando métodos estatísticos e técnicas de análise qualitativa.

Com base nessas análises abrangentes, você verificará a eficácia do programa e proporá ajustes para a sua continuidade. Os resultados obtidos por meio das diferentes perspectivas dos atores envolvidos podem fornecer insights valiosos para otimizar a implementação, aprimorar os resultados e garantir que o programa esteja alinhado com as necessidades da população beneficiada. As recomendações de ajustes podem variar desde modificações operacionais até mudanças estratégicas mais amplas, visando à melhoria contínua do programa ao longo do tempo.

Reflita

Agora, considere os seguintes questionamentos como forma de reflexão à prática profissional:

  • No cotidiano profissional, sem o conhecimento teórico assimilado sobre monitoramento e avaliação, certamente, equívocos nos processos de planejamento seriam eminentes. Você consegue idealizar situações do cotidiano para aplicabilidade dos conceitos de monitoramento?
  • E para os conceitos de avaliação?

Sendo capaz de realizar essa reflexão e associação com o cotidiano, você está apto à proposta prática!

Resolução do estudo de caso

Para a resolução do estudo de caso proposto, será necessário verificar a eficácia de um programa e propor ajustes para a sua continuidade, o que requer uma abordagem abrangente que envolve a análise de todos os atores envolvidos. Aqui está como isso pode ser feito:

1. Análise dos beneficiários:

  • Realizar entrevistas individuais ou grupos focais com os beneficiários do programa para entender como suas vidas foram afetadas positivamente ou negativamente.
  • Avaliar se os objetivos originais do programa estão sendo atingidos, como melhoria nas condições de vida, acesso a serviços básicos e redução da pobreza.
  • Identificar quaisquer desafios enfrentados pelos beneficiários

2. Análise da equipe envolvida

  • Entrevistar os responsáveis pela implementação do programa para entender os desafios operacionais enfrentados e como eles estão lidando com eles.
  • Avaliar se os procedimentos internos estão eficientes e se há necessidade de otimização ou ajustes.

3. Análise de dados e indicadores:

  • Coletar e analisar dados quantitativos sobre a evolução dos indicadores sociais, como taxa de pobreza, acesso à educação, saúde e emprego.
  • Comparar os resultados com metas pré-estabelecidas para determinar o grau de alcance dos objetivos.

4.    Avaliação financeira:

  • Realizar uma análise detalhada dos custos de implementação do programa em relação aos benefícios proporcionados.
  • Avaliar se os recursos estão sendo alocados de maneira eficaz e eficiente.

5. Comparação com boas práticas:

  • Pesquisar programas similares em outras localidades ou países e analisar suas abordagens, resultados e lições aprendidas.

Ao concluir esse estudo de caso, como assistente social, você deve revisar os objetivos iniciais do programa Renda Básica em questão. Isso serve como ponto de referência para avaliar se os resultados alcançados estão alinhados com as metas estabelecidas. A coleta de dados é fundamental nesse estágio, e o assistente social utiliza indicadores pré-definidos para medir o progresso e a eficácia das ações implementadas.

Por meio do monitoramento contínuo, o assistente social coleta informações detalhadas sobre a implementação da política, analisando se as atividades planejadas estão sendo executadas conforme o esperado. Ele observa qualquer desvio ou obstáculo, identificando possíveis problemas que podem afetar os resultados pretendidos.

A avaliação, ferramenta importante para o profissional, proporciona uma visão mais abrangente dos impactos dessa política pública. O assistente social utiliza métodos de pesquisa para analisar os dados coletados, avaliando como a política está afetando a vida das pessoas, a comunidade e a sociedade em geral. Ele investiga se os resultados são positivos e sustentáveis, além de identificar áreas que requerem melhorias.

O assistente social também considera a perspectiva dos beneficiários, coletando de suas perspectivas e sobre suas experiências e percepções em relação ao programa. Isso enriquece a avaliação, fornecendo informações valiosas sobre o impacto real da política em suas vidas e revelando possíveis lacunas entre as intenções da política e sua implementação prática.

Pontua-se que é fundamental esse estudo de caso analisado pelo assistente social por meio do monitoramento e da avaliação, sendo essas ferramentas essenciais para uma gestão eficaz das políticas públicas. Esse processo permite a tomada de decisões informadas, garantindo a transparência na administração dos recursos públicos, e reforça o compromisso com a justiça social e a melhoria das condições de vida da comunidade.

Com base na análise abrangente das ferramentas utilizadas, o programa Renda Básica no município em questão demonstrou ser uma abordagem eficaz para combater a pobreza e promover a inclusão social. Através da combinação de dados quantitativos e qualitativos, foi possível compreender os efeitos tangíveis nas vidas das famílias beneficiadas. Através da análise, foi possível comprovar a participação ativa da sociedade civil no processo de avaliação, fortalecendo a transparência e a prestação de contas, contribuindo para a eficácia global do programa. Com essa renda, as famílias tiveram acesso a itens, como alimentos mais elaborados, produtos de higiene pessoal e limpeza e itens escolares. Com base nesses resultados positivos, o profissional pode recomendar a continuidade e o aperfeiçoamento do programa Renda Básica nesse município, visando aprimorar ainda mais o bem-estar das famílias em situação de vulnerabilidade.

Dê o play!

Assimile

Veja os principais conceitos estudados nessa unidade:

A imagem é um infográfico que aborda cinco etapas de avaliação, apresentando cada uma delas em uma seção distinta. O layout é vertical, com blocos de texto conectados a uma linha central preta com círculos numerados de 1 a 5, indicando claramente a sequência das etapas de avaliação. Setas pretas pequenas auxiliam na orientação de leitura de um bloco para outro. O fundo da imagem é de um tom lilás claro, proporcionando um suave contraste com os blocos de texto com bordas arredondadas e fundo branco. O título Abordagens de Avaliação, está localizado na parte superior esquerda da imagem, escrito em letras maiúsculas de cor preta, com uma fonte amigável. A ilustração de Lâmpada está localizada na parte superior direita, uma grande lâmpada amarela com detalhes em azul claro e preto. Abaixo a imagem contém cinco blocos de texto, cada um com uma cor distinta e numerado de 1 a 5. Os blocos de texto estão conectados por uma linha central preta com círculos numerados indicando a sequência. 1. O título Análise dos Beneficiários, está em um bloco verde escrito em cor branca, localizado na parte superior esquerda. com o texto: Realizar entrevistas individuais ou grupos focais com os beneficiários do programa para entender como suas vidas foram afetadas positivamente ou negativamente. Avaliar se os objetivos originais do programa estão sendo atingidos, como melhoria nas condições de vida, acesso a serviços básicos e redução da pobreza. Identificar quaisquer desafios enfrentados pelos beneficiários." 2. O título Análise da Equipe Envolvida, está em um bloco roxo claro escrito em cor branca, localizado à direita do primeiro bloco, com o texto: Entrevistar os responsáveis pela implementação do programa para entender os desafios operacionais enfrentados e como eles estão lidando com eles. Avaliar se os procedimentos internos estão eficientes e se há necessidade de otimização ou ajustes. 3. O título Análise de Dados e Indicadores, está em um bloco laranja escrito em cor branca, localizado à esquerda do centro, com o texto: Coletar e analisar dados quantitativos sobre a evolução dos indicadores sociais, como taxa de pobreza, acesso à educação, saúde e emprego. Comparar os resultados com metas pré-estabelecidas para determinar o grau de alcance dos objetivos. 4. O título Avaliação Financeira, está em um bloco azul escrito em cor branca, localizado à direita do terceiro bloco, com o texto: Realizar uma análise detalhada dos custos de implementação do programa em relação aos benefícios. Avaliar se os recursos estão sendo alocados de maneira eficaz e eficiente. 5. O título Comparação com Boas Práticas, está em um bloco rosa escrito em branco, localizado na parte inferior esquerda, com o texto: Pesquisar programas similares em outras localidades ou países e analisar suas abordagens, resultados e lições aprendidas.
Figura 1 | Abordagens de avaliação.

Referências

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BEZERRA, M. S.; GARDIANO, F. C. Formação e trabalho profissional: a pesquisa em serviço social como ferramenta cotidiana no enfrentamento das expressões da questão social. Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, v. 1, n. 1, 2018. 

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BROUSSELLE, A. et al. (orgs.). Avaliação: conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. 

FERREIRA, L. da S. Administração e planejamento do serviço social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 

GARCEZ, Thiago. As dimensões técnico-operativa, teórico-metodológica e ético-política do Serviço Social. Portal do Serviço Social, 2022. Disponível em: https://portaldoss.com.br/as-dimensoes-tecnico-operativa-teorico-metodologica-e-etico-politica-do-servico-social/#:~:text=A%20dimens%C3%A3o%20t%C3%A9cnico%2Doperativa%20diz,elas%20se%20articulam%20entre%20si. Acesso em: 1º ago. 2023.

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