Fundamentos sobre Conhecimento
Aula 1
Conhecimento: Conceitos e Contexto
Conhecimento: Conceitos e Contexto
Olá, estudante!
Nesta aula, você aprenderá os fundamentos da gestão do conhecimento, entenderá como ela evoluiu ao longo do tempo e conhecerá os elementos centrais do processo de aprendizagem.
Trabalhar a gestão do conhecimento organizacional é um importante diferencial competitivo nas organizações. Diante disso, este conteúdo é extremamente importante para sua atuação profissional, pois permitirá que você se destaque ao implementar a GC em sua empresa.
Pronto para começar?
Ponto de Partida
Boas-vindas, estudante, aos nossos estudos em gestão do conhecimento!
Para que você compreenda bem como gerenciar o conhecimento nas organizações, primeiramente, é importante conhecer os princípios do conhecimento, seus componentes e como a gestão do conhecimento evoluiu ao longo do tempo, permitindo que as empresas se diferenciassem em ambientes cada vez mais complexos e competitivos.
Nesse sentido, o que devemos saber para possibilitar o desenvolvimento de saber e o aprimoramento de conhecimentos no ambiente organizacional? Por qual motivo o conhecimento é um ativo das empresas?
A ideia é que essas questões iniciais sejam respondidas, ao final, de maneira reflexiva e crítica, demonstrando a ampliação de seu repertório nesse campo.
Vamos lá? Bons estudos!
Vamos Começar!
Conhecimento: princípios fundamentais
A fim de estudarmos o conhecimento e como desenvolvê-lo, é necessário, primeiramente, apropriarmo-nos de sua definição: o conhecimento refere-se à compreensão, à consciência e à familiaridade adquiridas através da experiência, do estudo e do aprendizado de um determinado assunto ou contexto. É a informação internalizada e interpretada pela mente humana, que se torna parte integrante do entendimento de uma pessoa sobre o mundo ao seu redor e que é utilizada de maneira útil em diferentes contextos. Logo, um ponto importante a frisar é que o conhecimento não apenas envolve a acumulação de fatos, mas também a capacidade de aplicar, analisar, sintetizar e contextualizar informações de maneira significativa.
Alguns os componentes do conhecimento estão apresentados a seguir:
- Fatos e informações: o conhecimento, muitas vezes, começa com a obtenção de fatos e informações, que podem incluir dados observados, conceitos aprendidos, ou princípios teóricos.
- Experiência pessoal: também desempenha um papel crucial no desenvolvimento do conhecimento, uma vez que experiências vivenciadas adicionam um componente prático e emocional ao conhecimento.
- Contextualização: diz respeito à capacidade de entender e aplicar o conhecimento em diferentes contextos. Isso envolve a conexão entre conceitos, a adaptação a diferentes situações e a aplicação prática.
- Compreensão profunda: o conhecimento não tem caráter superficial quando envolve uma compreensão profunda do determinado assunto. Isso inclui a capacidade de analisar e relacionar informações de maneira crítica.
- Aplicação prática: o conhecimento não tem viés apenas teórico; ele envolve a capacidade de aplicação prática de pressupostos teóricos em situações que compõem a realidade tal qual se apresenta. Nesse sentido, a habilidade de usar o conhecimento enquanto fonte de solução de problemas é um aspecto importante.
- Aprendizado contínuo: o conhecimento não é estático, pelo contrário: é dinâmico e requer aprendizado contínuo para se manter relevante em um mundo em constante mudança.
Ainda, o ato de ter conhecimento sobre algo envolve processos mentais como “percepção, atenção, memória, interpretação, raciocínio lógico, julgamento, além de habilidade como a de planejar uma atividade ou de solucionar um problema” (Cardioli, 2008, p. 86).
A partir disso, é possível concluir que, se o conhecimento resulta de processos mentais, ele é individual e pessoal. Nesse sentido, cada um de nós é diretamente responsável pela própria construção e pelo próprio desenvolvimento de conhecimentos. Mas isso acontece isoladamente? Fazemos isso sozinhos? Não, pois o processo de construção de conhecimento se dá de maneira coletiva e por meio da interação com o ambiente no qual estamos inseridos. Isso ocorre porque o desenvolvimento do conhecimento está intimamente ligado à convivência em grupo, à troca e à transmissão de conhecimento de uns para os outros.
Siga em Frente...
O desenvolvimento da gestão do conhecimento
A gestão do conhecimento (GC) nas empresas é uma área que evoluiu ao longo do tempo em resposta às mudanças sociais, nas práticas organizacionais, aos avanços tecnológicos e à compreensão crescente da importância do conhecimento como recurso estratégico.
Partindo de um breve rastreamento histórico, os fundamentos da gestão do conhecimento surgiram na década de 1980 com as teorias sobre aprendizagem organizacional. Nessa época, pesquisadores começaram a reconhecer que o conhecimento era um ativo crucial para as organizações. Mais adiante, na década de 1990, surgiu a expressão “gestão do conhecimento”, que começou a ser amplamente utilizada. Ainda nesse período, o aumento do uso de tecnologias de informação, especialmente intranets e sistemas colaborativos, impulsionou a capacidade de compartilhar informações e conhecimentos dentro das organizações.
Já na década de 2000, como as tecnologias digitais passaram a ser cada vez mais integradas às práticas de gestão do conhecimento, surgiram sistemas mais avançados de gerenciamento de conteúdo, ferramentas de colaboração on-line e plataformas de compartilhamento de conhecimento. Ainda, as empresas passaram a reconhecer a gestão do conhecimento como uma vantagem competitiva.
Em 2010, com a incorporação de elementos de redes sociais e ferramentas colaborativas para promover o compartilhamento informal de conhecimento, a ênfase na gestão do conhecimento social cresceu. Outro ponto importante a frisar foi o crescimento exponencial de dados, o que levou a um interesse crescente em como extrair informações valiosas e conhecimento a partir deles. Nesse cenário, big data e analytics começaram a desempenhar um papel importante na gestão do conhecimento.
Saltando, agora, para os dias atuais, encontramos o mote da aprendizagem contínua. Em um ambiente empresarial dinâmico, a aprendizagem contínua tornou-se extremamente importante, de modo que a gestão do conhecimento passou a incorporar estratégias para promover aprendizagem contínua e adaptação constante às mudanças.
Pode-se citar aqui também a perspectiva estratégica da gestão do conhecimento, visto que as organizações passaram a usá-la como parte integrante de suas macroestratégias. Isso inclui o reconhecimento do valor do capital intelectual e dos investimentos em iniciativas de GC alinhadas aos objetivos organizacionais, o que está diretamente ligado também à cultura organizacional, muito importante para o sucesso da gestão do conhecimento. Diante disso, cabe às organizações a criação de uma cultura que promova o compartilhamento de conhecimento, a colaboração e a inovação.
A partir desse rastreamento histórico, torna-se possível, então, vislumbrarmos o futuro pensando nas principais tendências no campo da GC:
- Inteligência artificial e machine learning: o uso de inteligência artificial e de aprendizado de máquina para gerenciar grandes volumes de dados e identificar padrões relevantes vem ganhando cada vez mais espaço.
- Gestão do Conhecimento 4.0: o advento da Indústria 4.0 está influenciando a gestão do conhecimento ao trazer tecnologias como Internet das Coisas (IoT), automação, realidade aumentada e outras inovações.
- Desenvolvimento de habilidades do futuro: a gestão do conhecimento está evoluindo para atender às necessidades das habilidades do futuro, com foco na adaptação rápida, no aprendizado contínuo e na resiliência.
Diante disso, podemos citar os seguintes elementos que tiveram participação e influência ativas no desenvolvimento da gestão do conhecimento ao longo de todo esse tempo:
- Transformação digital: tecnologias como inteligência artificial, automação, análise de dados e computação em nuvem vêm sendo amplamente adotadas para impulsionar a eficiência e a inovação.
- Acesso à informação: a disponibilidade e a acessibilidade à informação se intensificaram, em especial, a partir dos avanços da internet. Plataformas on-line, redes sociais e recursos educacionais digitais passam a transformar as formas de obtenção de conhecimento, abarcando, inclusive, o aprendizado on-line e a educação a distância.
- Ciência e tecnologia: avanços significativos foram observados em diversas áreas da ciência e da tecnologia, incluindo biotecnologia, inteligência artificial, energia renovável e exploração espacial.
- Colaboração global: a colaboração global em pesquisa e desenvolvimento, com cientistas, pesquisadores e profissionais compartilhando conhecimentos e trabalhando juntos em projetos internacionais, também gerou impactos significativos.
- Mudanças nas dinâmicas de trabalho: houve mudanças significativas nas dinâmicas de trabalho, devido ao aumento do trabalho remoto e à ênfase na resiliência e na adaptação às mudanças.
- Desafios postos pela disseminação de desinformação: a disseminação de desinformação e fake news (notícias falsas) tornou-se um desafio significativo, exigindo uma abordagem mais crítica por parte do público e esforços contínuos para promoção de uma alfabetização digital.
- Ênfase em habilidades do século XXI: habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e habilidades socioemocionais são cada vez mais valorizadas no contexto educacional e profissional atual.
- Preocupações ambientais e sustentabilidade: a crescente conscientização sobre questões ambientais e sustentabilidade passou a moldar também as discussões em diversas áreas, desde práticas empresariais até inovações científicas.
De maneira geral, a evolução da gestão do conhecimento é uma constante, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças nas práticas organizacionais e uma compreensão mais profunda do valor estratégico do conhecimento nas organizações.
Vamos Exercitar?
Para exercitarmos os conteúdos discutidos até aqui, analise o caso fictício proposto: imagine que a empresa em que você atua quer aprimorar o desenvolvimento do conhecimento entre seus colaboradores. A organização percebeu a importância de fortalecer não apenas as habilidades técnicas, mas também os aspectos comportamentais e o conhecimento organizacional.
De maneira geral, a empresa percebeu que está focando excessivamente em habilidades técnicas, visto que a política de treinamento vigente anda deixando de lado competências comportamentais e conhecimento sobre os processos internos. Além disso, as equipes atuam de maneira desconexa e nada sistêmica, o que, somado à falta de conhecimento sobre as atividades e funções de outras equipes, tem resultado em comunicação ineficiente e colaboração limitada.
Partindo do exposto, alguns dos objetivos da organização em questão podem ser: potencializar o engajamento dos times, a fim de aumentar a satisfação dos colaboradores; melhorar a comunicação interna, estimulando o trabalho colaborativo; e reduzir a rotatividade, melhorando, por consequência, a retenção de talentos.
Tendo em vista o caso apresentado, como tais objetivos estão associados à gestão do conhecimento? Quais ações ou atividades poderiam ser implementadas, pensando no alcance dos resultados e na solução dos problemas na organização?
Saiba Mais
As leituras indicadas a seguir são muito interessantes e apresentam um arcabouço teórico bastante robusto que lhe permitirá um aprofundamento no assunto:
Referências Bibliográficas
DAMIAN, I. P. M.; CABERO, M. M. M. Proposição de um modelo de gestão do conhecimento voltado às características da memória organizacional. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 25, p. 1-21, 2020. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/147/14763386042/14763386042.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. de M. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2011. E-book.
RAMOS, N. K.; YAMAGUCHI, C. K.; COSTA, U. M. da. Tecnologia da informação e gestão do conhecimento: estratégia de competitividade nas organizações. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 144-161, 2020. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/5830/5238. Acesso em: 4 jun. 2024.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. E-book.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. E-book.
Aula 2
Dado, Informação e Conhecimento
Dado, Informação e Conhecimento
Olá, estudante!
Nesta aula, você conhecerá os conceitos fundamentais relacionados ao conhecimento. Você sabe a diferença entre um dado e uma informação? Ser bem-informado é o mesmo que ter conhecimento de algo? Estes e outros conceitos são muito importantes para sua atuação profissional, pois, com eles, saberá como construir conhecimentos robustos e se diferenciar no mercado a partir de seus conhecimentos e competências.
Pronto para começar?
Ponto de Partida
Olá, estudante! Boas-vindas a mais uma aula!
Por vivermos na era da tecnologia e da informação, estamos envolvidos por informações o tempo todo, não é mesmo? Podemos acessar notícias, fazer pesquisas, tirar dúvidas... tudo isso de forma rápida e, por vezes, com apenas alguns cliques em sites – seja através de um computador, seja através do nosso celular –, a partir do acesso à internet. No entanto, ter acesso à informação o tempo todo é o mesmo que ter conhecimento de determinado assunto?
Por exemplo, ler o resultado de um exame, é o mesmo que saber exatamente o que aquele resultado quer dizer? Ler uma notícia sobre a queda ou o aumento do valor de ações de determinada empresa, permite-lhe fazer investimentos assertivos e seguros?
Perceba, apenas com esses exemplos, que ter informação é diferente de ter conhecimento, e esse é o ponto-chave da nossa aula! Saber essa diferença é fundamental para que saibamos construir conhecimento de maneira efetiva e, consequentemente, atuarmos com excelência em nossas atividades!
Vamos começar? Há muito conteúdo interessante pela frente, aproveite!
Vamos Começar!
Dado, informação e conhecimento: conceitos fundamentais
A gestão do conhecimento, de maneira geral, envolve a compreensão dos elementos que compõem o conhecimento e de como acessá-los para trabalhar em prol da construção do conhecimento que se pretende alcançar.
Esses elementos são dois conceitos amplamente utilizados em nosso cotidiano: dado e informação. Por fazerem parte do nosso dia a dia, é comum que os utilizemos sem antes nos apropriarmos de suas definições, que são distintas.
Dado, informação e conhecimento são conceitos relacionados, mas representam estágios diferentes no processo de transformação de informações. Quando falamos a palavra “dados” a que isso lhe remete?
Por definição, um dado é um fato bruto e objetivo, geralmente representado por números letras ou símbolos e, quando isolado, não nos permite uma interpretação, uma compreensão ou algum tipo de inferência.
Sendo assim, as principais características de um dado são:
- Não tem significado intrínseco.
- Pode ser uma simples observação ou valor.
- Precisa ser processado para permitir uma interpretação. Exemplo: "nota 7”.
Já informação diz respeito ao conjunto de dados que, quando compilados e processados, permite-nos interpretar, inferir e compreender o contexto. Logo, uma informação é um conjunto de dados com significado.
Características da informação são:
- Diz respeito a dados organizados e interpretados.
- Tem significado e relevância para um contexto específico.
- Pode ser compreendida e utilizada por quem a recebe.
Exemplo: ao unirmos o dado “nota 7” ao dado “a média da prova é 7”, podemos interpretar que quem obteve essa nota foi aprovado. Se unirmos mais um dado a esse contexto, “a média da turma foi 8”, podemos interpretar que a pessoa que obteve a nota 7, embora tenha sido aprovada, ficou abaixo da média da turma. Perceba que, quanto mais dados temos, mais robusta se torna a informação, pois nosso nível de interpretação se amplia cada vez mais.
Siga em Frente...
O conhecimento consiste na compreensão mais profunda e contextualizada da informação, com base em experiência, interpretação e aplicação. Ou seja, é quando se sabe utilizar as informações de maneira útil.
Pense na quantidade de informação a que temos acesso atualmente. Seja através da internet, seja lendo um livro, seja assistindo ao telejornal, seja lendo notícias. O tempo todo recebemos uma série de informações. Isso faz com que saibamos usar todas elas? Ou que consigamos tomar decisões com base nelas pelo simples fato de as termos recebido? A resposta é não! Ou seja, ter conhecimento de algo é diferente de apenas ser bem-informado sobre algo (embora precisemos ser bem-informados para termos conhecimento... Deu para entender a relação?).
As características do conhecimento são:
- Envolve a interpretação e compreensão da informação.
- Requer a capacidade de aplicar o conhecimento em diferentes contextos.
- Pode ser tácito (intuitivo, prático) ou explícito (documentado, formal).
Por exemplo: na situação apresentada anteriormente, como agir de maneira efetiva no sentido de potencializar o resultado daquele aluno que obteve a menor nota. Outro exemplo seria saber utilizar as informações sobre queda e aumento do valor de ações para realizar um investimento assertivo e lucrativo.
De maneira geral, a fim de frisar esse conteúdo, perceba que:
- Dados representam fatos brutos sem significado intrínseco.
- Informação diz respeito a dados processados e organizados, com significado e relevância.
- Conhecimento é a compreensão mais profunda e contextualizada da informação, baseada em experiência e aplicação prática.
Logo, esses elementos se relacionam da seguinte forma: dados são processados para se tornarem informações, e informações são interpretadas e aplicadas para se tornarem conhecimento. Esse processo é fundamental para a tomada de decisões informadas e para a geração de valor em diversas áreas.
Vamos Exercitar?
Vamos exercitar os conteúdos desta aula? Para compreendermos, na prática, a diferença entre dado, informação e conhecimento e a relação entre tais conceitos, pense nas seguintes situações apresentadas na sequência:
1. Lembre-se de uma decisão importante que você já tenha tomado ao longo da sua vida (por exemplo: como decidiu pela carreira que escolheu seguir? Como escolheu o curso que está cursando? Como organizou uma viagem que você tenha feito? Ou ainda, quando comprou um item importante para você, como tomou a decisão de compra?).
Lembrou? Agora, tente lembrar como o processo decisório foi construído: você provavelmente pesquisou, buscou informações.. Tudo para sustentar sua decisão, não é mesmo? Sendo assim, perceba que, quanto mais informações você teve, mais robusta foi sua decisão!
Agora, pense em algum assunto que você domine, algo sobre o que considere ter conhecimento. Pensou? Tente perceber, então, como chegou a essa construção de saber: quais seriam os dados e as informações envolvidas nesse conhecimento que você tem? E o que o faz ter conhecimento sobre isso, em comparação com outras pessoas que não detêm tal conhecimento?
Saiba Mais
O conteúdo desta aula pode ser ampliado ainda mais com as leituras indicadas a seguir:
Referências Bibliográficas
DUTRA, F. G. de C; BARBOSA, R. R. Modelos e etapas para a gestão da informação: uma revisão sistemática de literatura. Em Questão, Porto Alegre, v. 26, n. 2, p. 106-131, 2020. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/91922/56589. Acesso em: 4 jun. 2024.
SANTOS-D’AMORIM, K. et al. Dos dados ao conhecimento: tendências da produção científica sobre Big Data na Ciência da Informação no Brasil. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 25, p. 1-23, 2020. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/147/14763386029/14763386029.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. E-book.
TIGRE, P. Gestão da inovação: uma abordagem estratégica, organizacional e de gestão de conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. E-book.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. E-book.
Aula 3
Tipos de Conhecimento
Tipos de Conhecimento
Olá, estudante!
Nesta aula, você explorará e compreenderá os diversos tipos de conhecimento que moldam o entendimento do mundo que nos cerca. Desde o conhecimento teórico até as experiências práticas do dia a dia, esta aula proporcionará a você uma visão abrangente dos diferentes modos pelos quais adquirimos e aplicamos o conhecimento.
Preparado? Vamos lá!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Boas-vindas a mais uma aula!
Neste momento, já sabemos o que é conhecimento, certo? Então, podemos tentar entender por qual motivo alguns conhecimentos são mais fáceis e outros mais difíceis de se compartilhar ou transmitir.
Você já tentou ensinar alguém a fazer algo? Já tentou, por exemplo, reproduzir uma receita de bolo ou doce e, mesmo fazendo todo o passo a passo, não conseguiu fazer com que o resultado saísse conforme o esperado? Por que será que existem conhecimentos replicáveis e outros não tanto assim? Pois bem: existem diferentes tipos de conhecimento! Conhecer cada um deles é fundamental para que saibamos como desenvolvê-los e, consequentemente, como gerenciá-los também.
Vamos começar?
Vamos Começar!
Tipos de conhecimento
Gerenciar o conhecimento de maneira efetiva requer a compreensão dos diferentes tipos de conhecimento existentes, considerando as diferentes maneiras pelas quais são construídos e a forma como se apresentam. De maneira geral, existem dois principais tipos de conhecimento: o tácito e o explícito.
- Conhecimento tácito: é internalizado e, muitas vezes, difícil de ser expresso verbalmente. Vem da experiência prática, da vivência de cada um de nós; é o mais pessoal e subjetivo.
- Conhecimento explícito: é o que pode ser facilmente articulado, documentado e compartilhado.
Vamos nos aprofundar em cada um deles? Comecemos, então, pelo tácito, cujas principais características estão dispostas no quadro a seguir:
Característica | Descrição |
Não articulado explicitamente | O conhecimento tácito não é facilmente colocado em palavras ou documentos, de modo que sua comunicação formal se torna difícil. |
Experiencial e intuitivo | Baseia-se nas experiências práticas e nas intuições que se desenvolvem ao longo do tempo. É conhecimento muitas vezes internalizado sem uma explicação consciente. |
Difícil de transferir | A transferência de conhecimento tácito não é direta. Pode ser desafiador transmiti-lo a outras pessoas porque está profundamente enraizado na experiência pessoal. |
Incorporado | Faz parte da prática diária e das ações de um indivíduo. Está incorporado nas ações, nas habilidades e nos julgamentos de uma pessoa. |
Contextual | É altamente dependente do contexto em que foi adquirido. Pode ser específico para determinada situação, para certo local de trabalho ou ambiente. |
Associado a habilidades práticas | Muitas vezes, está associado a habilidades práticas que são desenvolvidas pela prática repetida e pela experiência direta. |
Quadro 1 | Características do conhecimento tácito
O conhecimento tácito, ainda, pode se expressar tanto individualmente quanto de forma coletiva. Quando individual, diz respeito às experiências, às intuições e às habilidades específicas de um indivíduo. Já na perspectiva coletiva, diz respeito ao conhecimento tácito compartilhado por um grupo de pessoas que convivem, trabalham juntas e compartilham experiências comuns.
Vamos a alguns exemplos de conhecimentos tácitos?
- Habilidades profissionais: aquelas adquiridas ao longo da carreira e que são difíceis de serem formalmente ensinadas.
- Intuições e julgamentos: tomadas de decisão baseadas em intuições e julgamentos desenvolvidos ao longo do tempo.
- Conhecimento cultural: entendimento implícito das normas, valores e práticas de uma cultura específica.
- Conhecimento técnico intuitivo: capacidade de realizar tarefas técnicas de forma intuitiva, sem a necessidade de seguir procedimentos explícitos.
Partindo do exposto, podemos afirmar que o conhecimento tácito tem papel importante no potencial inovador das organizações na medida em que muitas inovações começam com insights tácitos que são desenvolvidos em ideias concretas. Também é possível associá-lo aos processos e às práticas de aprendizagem contínua, que impactam na potencialização do desempenho com a incorporação de habilidades.
Ainda, o conhecimento tácito contribui para a criação de uma cultura organizacional única, na qual os membros compartilham conhecimento de forma implícita. Nesse sentido, o reconhecimento e a valorização do conhecimento tácito são fundamentais para organizações que buscam uma gestão efetiva do conhecimento.
Siga em Frente...
Agora, vamos ao conhecimento explícito.
Característica | Descrição |
Articulado e documentado | Pode ser expresso de maneira clara em palavras, gráficos, fórmulas ou outros formatos documentados. |
Facilmente compartilhado | Pode ser comunicado e compartilhado de maneira eficiente com outras pessoas. |
Formal e estruturado | Geralmente segue uma estrutura formal e é organizado de maneira a facilitar o entendimento. |
Codificado em sistemas | Pode ser codificado em sistemas de informação, como bases de dados, manuais, procedimentos operacionais padrão, entre outros. |
Transmitido diretamente | Pode ser transmitido diretamente de uma fonte para outra sem grande perda de significado. |
Independente do contexto pessoal | Menos dependente das experiências e do contexto pessoal do indivíduo. Pode ser aplicado de maneira mais universal. |
Quadro 2 | Características do conhecimento explícito
Assim, pode-se inferir que o conhecimento explícito é o oposto do conhecimento tácito e refere-se à informação que pode ser formalizada, documentada e comunicada de maneira clara e objetiva. Diferentemente do conhecimento tácito, o explícito pode ser facilmente compartilhado e transmitido em formato codificado, como em documentos, manuais, procedimentos ou bases de dados.
Vamos a alguns exemplos de conhecimento explícito?
- Conhecimento declarativo: informações e fatos que podem ser declarados explicitamente, como fórmulas matemáticas ou dados científicos.
- Conhecimento processual: processos, passos ou procedimentos específicos que podem ser documentados em manuais operacionais.
- Conhecimento conceitual: conceitos, teorias e ideias que podem ser explicados de maneira clara e formal.
Logo, manuais e procedimentos operacionais (documentação que descreve passo a passo procedimentos a serem seguidos), bases de dados e sistemas de informação (informações organizadas e codificadas que podem ser acessadas eletronicamente), registros contábeis (dados financeiros organizados de maneira formal e estruturada) e enciclopédias e livros técnicos (fontes de informações organizadas e formalmente articuladas) são exemplos de conhecimentos explícitos.
Diante disso, pode-se dizer que o conhecimento explícito é de suma importância no que tange, por exemplo, à padronização de processos e procedimentos, promovendo a consistência nas operações e servindo de base para programas de treinamento, nos quais informações explícitas podem ser transmitidas a novos membros da equipe. Ainda, tem um papel importante na preservação do conhecimento organizacional, evitando perdas quando os membros da equipe saem ou se aposentam.
Além disso, também contribui com o potencial inovador das empresas na medida em que fornece uma base para a inovação e o aprendizado contínuos, especialmente quando documentado e disponível para análise.
Logo, ambos os tipos de conhecimento se complementam na gestão do conhecimento de uma organização, e uma estratégia efetiva abarca a promoção do equilíbrio e da integração entre esses dois tipos de conhecimento.
Vamos Exercitar?
Você se lembra das questões iniciais da nossa aula sobre o motivo de alguns conhecimentos serem fáceis de transmitir e outros não? Agora, após o estudo deste conteúdo e sabendo as diferenças entre os conhecimentos tácito e explícito, fica mais fácil responder a esses questionamentos, não é?
Pensando em como esses conhecimentos estão presentes o tempo todo no nosso cotidiano, reflita sobre as situações a seguir (considere situações de sua vida cotidiana, experiências profissionais ou acadêmicas e pense em como esses dois tipos de conhecimento se manifestam):
- Identifique situações em que você aplicou conhecimento tácito. Isso envolve habilidades práticas, intuições ou insights que você não necessariamente expressou verbalmente.
- Pense em situações em que você compartilhou ou adquiriu conhecimento explícito. Isso poderia incluir informações concretas, manuais, procedimentos formais, entre outros.
- Como esses dois tipos de conhecimento se complementam em suas experiências diárias? Houve momentos em que os conhecimentos tácito e explícito foram necessários simultaneamente?
- Reflita sobre como esses tipos de conhecimento são valorizados em contextos profissionais ou acadêmicos. Há situações em que um é mais valorizado do que o outro?
- Como essa compreensão sobre conhecimento tácito e explícito pode influenciar seu aprendizado contínuo e seu desenvolvimento profissional?
Ao pensar sobre tais questões, ampliamos nosso escopo de entendimento e conhecimento sobre o tema.
Saiba Mais
Que tal aprofundar ainda mais seu repertório? As leituras a seguir podem ajudá-lo:
Referências Bibliográficas
ALVES, R. R.; CAMPOS, F. C. Gestão do conhecimento e práticas de explicitação de tácito para explícito: Uma revisão sistemática da literatura dos últimos 20 anos. Exacta, [s. l.], v. 19, n. 4, p. 911-932, 2021. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/exacta/article/view/16057/8923. Acesso em: 4 jun. 2024.
FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. de M. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2011. E-book.
ROZA, R. H. Revisitando a teoria da criação do conhecimento organizacional. Revista Interamericana de Bibliotecología, [s. l.]. v. 43, n. 3, 2020. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/rib/v43n3/2538-9866-rib-43-03-e4.pdf. Acesso em: 4 jun. 2024.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. E-book.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. E-book.
Aula 4
Conhecimento Organizacional: Principais Abordagens
Conhecimento Organizacional: Principais Abordagens
Olá, estudante!
Nesta aula, nosso objetivo é explorar como as organizações adquirem conhecimento, ajustam suas práticas e se tornam mais ágeis diante de desafios e oportunidades, criando, então, um ambiente favorável à aprendizagem de seus colaboradores!
Prepare-se para embarcar em uma jornada de reflexão e compreensão sobre como as organizações aprendem e se adaptam em um ambiente em constante transformação.
Vamos lá!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Boas-vindas a mais uma aula!
Para começarmos nossos estudos, é necessário entendermos as empresas/organizações como organismos vivos. Tal associação pode nos oferecer insights valiosos sobre como as organizações aprendem, evoluem e se adaptam.
Nesse sentido, imagine sua organização como um organismo vivo, como um ser em constante crescimento e desenvolvimento. Como tal, as organizações nascem, isto é, têm um ponto de origem, seja na forma de uma ideia empreendedora, seja na expansão de uma empresa já existente; respondem ao ambiente ao seu redor; adaptam-se às mudanças em seu ecossistema; aprendem a se ajustar às demandas do mercado, às inovações tecnológicas e às expectativas dos stakeholders; e aprendem com suas experiências passadas para sobreviver e prosperar, ou seja, absorvem conhecimentos adquiridos ao longo de suas jornadas, sucessos e fracassos.
Essa comparação nos permite analisar a importância da aprendizagem no processo de desenvolvimento das organizações, pois a disseminação do conhecimento é vital para o funcionamento saudável delas.
A partir do exposto, exploraremos ao longo da aula como a aprendizagem organizacional é fundamental para esse organismo vivo prosperar. Ou seja, quando assumimos papéis de líderes, gestores e membros de equipes, como podemos cultivar um ambiente propício à aprendizagem contínua?
Vamos começar? Bons estudos!
Vamos Começar!
Conhecimento organizacional: processos de aprendizagem
Ao longo de um processo de aprendizagem, pelo qual todos passamos, adquirimos conhecimentos, habilidades ou compreensões novas por meio da experiência, do estudo, da instrução ou do treinamento. É uma atividade fundamental para o desenvolvimento humano e envolve a assimilação e a incorporação de informações que podem resultar em mudanças no comportamento, na cognição ou nas nossas emoções. De maneira geral, a aprendizagem pode ocorrer de várias maneiras, por isso diferentes teorias educacionais abordam esse processo de de maneiras diversas.
Enquanto ponto de partida, o aprendizado envolve a assimilação de novas informações tanto por meio da observação quanto da leitura, da experiência prática ou de outras fontes. Outra característica importante desse processo é que o aprendizado, frequentemente, resulta em adaptação e mudança nas percepções, nas habilidades ou nos comportamentos do aprendiz. Sendo assim, esse processo muitas vezes é mais eficaz quando os conhecimentos adquiridos podem ser aplicados em situações práticas, abarcando também um processo contínuo que ocorre ao longo da vida, não se limitando apenas a ambientes educacionais formais.
Teorias de aprendizagem
Na literatura psicológica, há diferentes teorias da aprendizagem, dentre as quais se destacam o modelo behaviorista e o cognitivo. O behaviorismo enfatiza a observação de comportamentos e respostas a estímulos externos. Nesse contexto, a aprendizagem é vista como uma mudança observável no comportamento. Já no cognitivismo, o foco está nos processos mentais envolvidos na aprendizagem, como percepção, memória, pensamento e solução de problemas. Tem-se, ainda, o construtivismo, que destaca a construção ativa do conhecimento pelos aprendizes, isto é, o conhecimento é construído internamente a partir das experiências dos sujeitos.
Ainda, outra abordagem importante é a da aprendizagem social, que propõe que os indivíduos aprendem observando o comportamento de outras pessoas e por meio de interações sociais. Tal abordagem também pode ser associada à da aprendizagem baseada em problemas, na qual, como o próprio nome revela, a resolução de problemas é método de aprendizado, pois incentiva a aplicação prática do conhecimento.
Com relação às dimensões do aprendizado, podemos citar três fundamentais:
- Cognitiva: envolve o desenvolvimento de conhecimento, compreensão e habilidades intelectuais.
- Afetiva: relacionada às mudanças nas atitudes, nas emoções e nos valores do aprendiz.
- Psicomotora: relacionada ao desenvolvimento de habilidades motoras e coordenação física.
Logo, pode-se concluir que o aprendizado é uma parte integral da jornada humana, pois promove a evolução, a adaptação e o avanço individual e coletivo.
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Conhecimento organizacional
O conhecimento organizacional refere-se ao conjunto de informações, experiências, habilidades e práticas acumuladas por uma organização ao longo do tempo. Ele abrange tanto o conhecimento tácito quanto o explícito, sendo resultado da interação entre pessoas, processos, tecnologias e cultura organizacional. O conhecimento organizacional é considerado um recurso estratégico valioso, pois pode influenciar a eficiência operacional, a tomada de decisões, a inovação e a capacidade de adaptação a mudanças.
Associando isso aos processos de aprendizagem, nota-se que o conhecimento organizacional é construído gradualmente, à medida que a organização interage com seu ambiente, aprende com suas experiências e adapta-se a mudanças, envolvendo então o conhecimento compartilhado por membros da organização, o que configura um ativo que vai além do conhecimento individual de cada membro.
Além disso, é preciso considerar também a perspectiva subjetiva da cultura da organização, que inclui valores, normas, crenças e práticas compartilhadas. Nesse sentido, o conhecimento organizacional está diretamente associado à potencialização de processos internos, que podem contribuir para a eficiência operacional ao facilitar a execução de processos, a resolução de problemas e a colaboração entre membros da organização. Ele desempenha, ainda, um papel importante na tomada de decisão informada, na oferta de informações e insights relevantes e na contribuição com o potencial inovador da organização[JN1] .
Mas, como criar um ambiente favorável à criação e à gestão do conhecimento organizacional? Quais seriam as principais fontes de conhecimento no âmbito empresarial?
A seguir, apresentamos alguns exemplos:
Experiência prática | Aprendizado resultante das atividades diárias e das experiências operacionais da organização. |
Memória organizacional | Documentação de experiências passadas, lições aprendidas, sucessos e fracassos. |
Redes sociais e colaboração | Interações e colaborações entre membros da organização, facilitando a troca de conhecimento. |
Sistemas de informação e tecnologia | Utilização de sistemas de informação e tecnologias que capturam, armazenam e facilitam o acesso a informações. |
Treinamento e desenvolvimento | Programas formais de treinamento, desenvolvimento de habilidades e capacitação dos membros da organização. |
Gestão do conhecimento | Práticas e processos específicos implementados pela organização para gerenciar, capturar e disseminar conhecimento. |
Quadro 1 | Fontes de conhecimento organizacional
Com isso, torna-se possível inferir que o conhecimento organizacional pode ser uma fonte de vantagem competitiva, uma vez que diferencia a organização em termos de eficiência, inovação e adaptabilidade, além de contribuir para a resiliência da organização, permitindo que ela se recupere de desafios e se adapte a ambientes em constante mudança.
Vamos Exercitar?
Você se lembra da questão inicial de nossa aula? Chegou o momento de resolvê-la!
De maneira geral, cultivar um ambiente propício à aprendizagem contínua é essencial para o crescimento e o sucesso de uma organização. Nesse sentido, é preciso pensar nas características do ambiente organizacional e, assim, em quais ações implementaria para promover um ambiente favorável aos processos de aprendizagem.
Para ajudá-lo, na sequência, há alguns exemplos de ações que podem ser colocadas em prática. Pense também em outras atividades que você agregaria a estas:
- Promover uma cultura de curiosidade.
- Fornecer recursos para aprendizagem (cursos, workshops, materiais educacionais e acesso a plataformas de aprendizado on-line).
- Estabelecer metas de desenvolvimento pessoal.
- Encorajar o compartilhamento de conhecimento.
- Incentivar a experimentação e a inovação.
- Oferecer feedback construtivo.
É importante perceber que, ao adotar essas práticas, líderes e membros da equipe contribuem para a criação de uma cultura organizacional que valoriza e incentiva a aprendizagem contínua, impulsionando a adaptabilidade e a inovação.
Saiba Mais
Que tal ampliar ainda mais seu repertório com as leituras a seguir?
- A gestão de competências gerenciais e a contribuição da aprendizagem organizacional – A experiência de três empresas australianas.
- Os desafios de equipes multiculturais de trabalho: da liderança e influência da cultura nacional ao processo de aprendizagem organizacional.
- Interface gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional: uma revisão de literatura.
Referências Bibliográficas
BELINSKI, R.; MARTINS, J. Interface gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional: uma revisão de literatura. P2P & Inovação, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, ed. esp., p. 24-37, 2020. Disponível em: https://revista.ibict.br/p2p/article/view/5095/4590. Acesso em: 5 jun. 2024.
BITENCOURT, C. A gestão de competências gerenciais e a contribuição da aprendizagem organizacional – A experiência de três empresas australianas. Revista de Administração Mackenzie, [s. l.], ano 3, p. 136-157, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ram/a/ps96WR3XPyNW7PpHYhbqPNC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 5 jun. 2024.
MORAES, F. V.; BUENO, J. M.; DOMINGUES, C. R. Os desafios de equipes multiculturais de trabalho: da liderança e influência da cultura nacional ao processo de aprendizagem organizacional. Revista de Gestão e Secretariado (Management and Administrative Professional Review), São Paulo, v. 11, n. 2, p. 164-189, 2020. Disponível em: https://ojs.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/1066/pdf. Acesso em: 5 jun. 2024.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. E-book.
TIGRE, P. Gestão da inovação: uma abordagem estratégica, organizacional e de gestão de conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. E-book.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. E-book.
Encerramento da Unidade
Fundamentos sobre Conhecimento
Videoaula de Encerramento
Olá, estudante!
Nesta videoaula, você verá formas de aplicar os fundamentos da gestão do conhecimento nas organizações para potencializar resultados e gerar um diferencial competitivo.
Vamos lá?
Ponto de Chegada
Olá, estudante! Chegamos ao final desta unidade, cujo objetivo principal foi permitir o desenvolvimento de um olhar ampliado frente aos principais conceitos que sustentam a gestão do conhecimento, proporcionando o desenvolvimento de um olhar estratégico sobre sua relevância para as organizações.
Nesse sentido, ao longo desta unidade, você conheceu os principais pressupostos do conhecimento, suas características e seus fundamentos, tais como os tipos de conhecimento e as diferenças entre dado e informação.
A partir de todo conteúdo estudado até aqui, você adquiriu conhecimentos basilares suficientes para ser capaz de refletir, sob uma ótica crítica e analítica, sobre os seguintes questionamentos:
É Hora de Praticar!
Estudo de caso: gestão dos conhecimentos tácito e explícito em uma empresa consultora de marketing
Para análise e resolução da atividade proposta, imagine o seguindo caso fictício:
A empresa InovaMarketing atua como consultora de marketing e busca aprimorar sua gestão do conhecimento para impulsionar a criatividade, a eficiência operacional e a satisfação de seus clientes – profissionais, empreendedores individuais, e microempresas. A InovaMarketing tem enfrentado o desafio de integrar os conhecimentos tácitos dos colaboradores criativos com os conhecimentos explícitos disponíveis em documentos, campanhas anteriores e estratégias.
De maneira geral, a empresa tem percebido que muitos dos insights valiosos para campanhas criativas estão contidos nos conhecimentos tácitos de seus colaboradores, dificultando a transferência deles para a esfera explícita. Diante desse cenário, como a empresa pode otimizar a gestão desses dois tipos de conhecimento para alcançar melhores resultados? E quais seriam os benefícios dessa otimização e integração de conhecimentos?
Você, enquanto profissional da empresa, está atuando na equipe responsável por buscar soluções para essas questões. Você e seus colegas já elencaram três atividades principais que seriam os pontos de partida:
- Identificação dos conhecimentos tácitos da empresa.
- Documentação de conhecimentos explícitos da empresa.
- Criação de alguma ferramenta ou mecanismo de colaboração para compartilhamento.
Com base no exposto, quais seriam as ações realizadas em cada uma dessas três etapas? Haveria outras ações a serem colocadas em prática visando à solução do caso proposto?
Reflita
- Quais as contribuições da gestão do conhecimento para a sua atuação e seu desenvolvimento profissional?
- Podemos afirmar que a gestão do conhecimento é capaz de potencializar os resultados da empresa, tornando-se um diferencial competitivo, em um contexto cada vez mais complexo e dinâmico?
Resolução do estudo de caso
A partir do caso apresentado e dos conhecimentos desenvolvidos ao longo da Unidade 1, é possível perceber que não existe uma resposta padrão, mas que podemos pensar em algumas estratégias no que tange às possíveis ações a serem realizadas:
- Para a identificação dos conhecimentos tácitos da empresa: é possível pedir aos colaboradores criativos que identifiquem exemplos de conhecimento tácito considerados essenciais para o sucesso de suas campanhas, incluindo intuições, experiências passadas ou abordagens criativas específicas.
- Documentação de conhecimentos explícitos da empresa: pode-se solicitar que a equipe documente processos, estratégias e informações cruciais em um formato acessível. Isso poderia ser feito por meio da elaboração de manuais, relatórios de campanhas anteriores ou bases de dados específicas.
- Criação de alguma ferramenta ou mecanismo de colaboração para compartilhamento: aqui é possível organizar uma sessão de compartilhamento, na qual os colaboradores criativos apresentariam seus conhecimentos tácitos de maneira informal. Os outros membros da equipe poderiam fazer perguntas e fornecer insights sobre como esses conhecimentos podem ser aplicados. Ainda, poderia ser implementada uma plataforma de colaboração on-line em que a equipe poderia compartilhar ideias, insights e documentos relevantes. Seria importante garantir um fácil acesso a todos, bem como incentivar a participação ativa.
De forma adicional, poderiam ser promovidos treinamentos em comunicação eficaz focados em melhorar as habilidades de comunicação dos colaboradores, para que passem a expressar ideias de forma clara e compreensível.
Dê o play!
Assimile
Referências
FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. de M. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2011. E-book.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. E-book.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016. E-book.