Os meios de Comunicação, Protagonismo Juvenil e a Cidadania

Aula 1

A Relação do Adolescente com a Tecnologia e Mídias Digitais

A relação do adolescente com a tecnologia e as mídias digitais

Olá, estudante!

Dando sequência às discussões sobre adolescência e juventude na contemporaneidade, abordaremos um pouco mais a influência das tecnologias e mídias digitais na formação das sociedades modernas. Nesta aula, também conversaremos sobre os impactos dessas mídias virtuais no modo como os sujeitos se relacionam e se comunicam na atualidade. 

Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.

Bons estudos!

Ponto de Partida

Pense em como seria seu cotidiano se não existissem computador, televisão, celulares e internet. Com certeza seria muito complicado, dada a importância desses objetos tecnológicos para a atual comunicação pessoal e profissional. Sendo assim, refletir sobre as tecnologias e a relação delas com os adolescentes e jovens, bem como com o protagonismo juvenil e cidadania, é essencial quando se trata da formação dos professores considerando as demandas do século XXI. Agora imagine a seguinte situação: em uma escola de Ensino Médio, observa-se um crescente uso inadequado da tecnologia por parte dos alunos, especialmente nas redes sociais, com comportamentos prejudiciais à convivência e à cidadania digital. Isso inclui o compartilhamento irresponsável de informações, cyberbullying e a propagação de fake news. Diante dessa realidade, a comunidade escolar enfrenta desafios para promover uma cultura digital saudável entre os jovens.

Como a escola pode sensibilizar os alunos sobre a importância da responsabilidade digital e da cidadania on-line? Quais estratégias podem ser adotadas para promover um ambiente virtual seguro e respeitoso, reduzindo comportamentos inadequados nas redes sociais?

Bons estudos!

Vamos Começar!

O papel da tecnologia na formação das sociedades modernas

A tecnologia desempenha um papel fundamental na formação das sociedades modernas, moldando a maneira como interagimos, comunicamos e percebemos o mundo ao nosso redor. Para adolescentes e jovens, essa influência é particularmente marcante, uma vez que eles crescem em uma era digital. Conforme Brito (2008, p. 32): “A tecnologia vai muito além de meros equipamentos. Ela permeia toda nossa vida, inclusive em questões não tangíveis […] as tecnologias são classificadas didaticamente por Sancho em três grandes grupos: físicas, organizadoras e simbólicas”.

As tecnologias físicas são instrumentos como celular, telefone e computadores; já as tecnologias organizadoras são formas de relacionamento com o mundo, tais como os sistemas produtivos. Por fim, as tecnologias simbólicas estão ligadas às formas de comunicação entre as pessoas. “Ao escolhermos uma tecnologia, optamos por um tipo de tecnologia, optamos por um tipo de cultura, que está relacionada com o momento social, político e econômico no qual estamos inseridos” (Brito, 2008, p. 33). Desse modo, as tecnologias acompanham as sociedades e seus avanços, sendo ferramentas elaboradas para melhorar e aperfeiçoar processos humanos.

A conectividade instantânea proporcionada pela tecnologia na atualidade tem transformado a maneira como os jovens se relacionam entre si e com o mundo. As redes sociais, por exemplo, tornaram-se espaços virtuais onde ideias, tendências e experiências são compartilhadas de maneira rápida e global. No entanto, essa constante exposição digital também levanta questões sobre privacidade, saúde mental e pressão por padrões de beleza e sucesso.

Além disso, a tecnologia tem impacto direto na educação, proporcionando acesso a recursos educacionais diversificados e oportunidades de aprendizagem on-line. Por outro lado, a dependência excessiva de dispositivos digitais suscita preocupações sobre a distração e a falta de interação face a face. No âmbito profissional, a tecnologia redefine carreiras e impulsiona inovações. Para os jovens, isso significa a necessidade de desenvolver habilidades digitais e adaptabilidade para enfrentar os desafios do mercado de trabalho em constante evolução.

Em síntese, o papel da tecnologia na formação das sociedades modernas é inegável, especialmente na vida de adolescentes e jovens, que experimentam mudanças rápidas e profundas em suas interações sociais, educação e perspectivas profissionais. Gerir essa influência de maneira consciente e equilibrada torna-se essencial para garantir um desenvolvimento saudável e uma participação construtiva na sociedade contemporânea.

Siga em Frente...

A relação do jovem e adolescente com as mídias digitais, em especial as redes sociais

Os desafios da era moderna incluem a presença onipresente da internet, um vasto campo sem fronteiras que permite a exploração incessante de inúmeras informações diariamente. Por exemplo, ao pesquisarmos determinado produto em serviços como o Google ou o Facebook, em pouco tempo aparecem postagens relacionadas ao tema buscado ou anúncios, bem como outras sugestões e links de pesquisa.

Essa operação, quando falamos das redes sociais especificamente, acontece por meio de algoritmos que seguem em constante evolução. As redes sociais têm se tornado uma parte integral da vida dos adolescentes e jovens, exercendo um impacto significativo em diversos aspectos de seu desenvolvimento e suas interações sociais. Em um mundo cada vez mais digital, essas plataformas oferecem uma janela para a expressão individual, a conexão com amigos e uma infinidade de informações.

Podemos definir redes sociais como plataformas on-line que permitem a interação e o compartilhamento de conteúdo entre usuários. O objetivo principal é proporcionar um espaço digital para que os usuários construam e mantenham relações sociais — não somente com amigos e familiares, mas também com pessoas de interesses similares no mundo.

[…] passa a ser enorme a influência da informática, da internet e dos demais meios de virtualização da realidade na sociabilidade dos jovens. Exige-se dos jovens que sejam metamorfoses ambulantes desassossegadas em busca do novo, capazes de estabelecer em sua vida vínculos temporários, efêmeros e de explorar novos territórios. Para tal, muito contribuem as redes de informação e as redes sociais virtuais. (Bordignon; Bonamigo, 2017, p. 317)

Apesar das contribuições significativas para as sociedades modernas, as redes sociais representam influenciam a saúde dos adolescentes e jovens, sendo uma fonte tanto de conexão quanto de impactos negativos. A exposição constante a padrões de beleza irreais, a pressão por aceitação social e o risco de cyberbullying são alguns dos desafios que podem afetar a saúde mental e emocional desses indivíduos.

Nesse contexto, a educação mediática desempenha um papel crucial, ao promover a literacia digital e ensinar habilidades críticas de avaliação de conteúdo on-line; os jovens podem desenvolver uma consciência mais aguçada sobre o impacto das redes sociais em suas vidas. A educação mediática também capacita os adolescentes a cultivarem hábitos saudáveis de uso, equilibrando o tempo on-line com atividades offline, e a reconhecerem sinais de comportamento prejudicial. Além disso, enfatiza a importância do respeito à privacidade, promovendo a autenticidade e a construção de relacionamentos virtuais positivos.

 

O uso das redes como forma de ser e estar na sociedade atual

Segundo dados da pesquisa Tic Kids Online Brasil de 2022, 86% dos usuários da internet entre 9 e 17 anos possuem ao menos um perfil em uma rede social (96% no caso de usuários de 15 a 17 anos). A pesquisa apontou que a prática de jogos virtuais tem se popularizado entre crianças e adolescentes. Ainda no mesmo ano, a maioria dos usuários da faixa etária entre 9 e 17 anos participaram de atividades on-line, sendo que 87% ouviram música e 82% assistiram a vídeos, programas, filmes e séries. Além disso, 80% realizaram pesquisas para trabalhos escolares, enquanto 79% utilizaram mensagens instantâneas. O download de aplicativos também foi uma prática comum, com 70% dos usuários relatando tal atividade (Cetic.Br., 2023).

Por meio da compreensão do conceito de redes sociais e dos dados da pesquisa, podemos inferir que essas redes exercem um papel significativo nas práticas e formas de comunicação de adolescentes e jovens na atualidade. Na sociedade contemporânea, as redes sociais moldam não apenas a maneira como eles se expressam, mas também como se inserem e interagem no mundo, construindo identidade e conexões sociais.

Jovens encontram nas redes sociais um espaço para expressar sua individualidade, compartilhar experiências e opiniões, bem como estruturar narrativas digitais que refletem sua personalidade e seus valores. Perfis on-line tornam-se extensões do eu real, oferecendo uma plataforma para expressão criativa e autopromoção. Contudo, é importante reconhecer que o uso excessivo das redes sociais também pode apresentar desafios. A busca por validação social, a pressão por padrões estéticos e o impacto da comparação constante podem afetar a saúde mental dos jovens. Ainda, a necessidade de estar sempre conectado pode levar a um isolamento do mundo real, impactando as relações interpessoais em outras esferas da vida.

Em suma, as redes sociais tornaram-se uma ferramenta integral na construção da identidade e nas interações sociais dos jovens na sociedade contemporânea. No entanto, é crucial promover uma abordagem equilibrada, incentivando o uso consciente e saudável dessas plataformas para garantir o bem-estar emocional e a integração social dos jovens na sociedade atual.

Vamos Exercitar?

Considerando os questionamentos levantados na situação-problema do início desta aula, um dos caminhos viáveis para se trabalhar com a tecnologia, principalmente com as redes sociais de uma forma saudável no âmbito educacional, é implementar um programa educacional abrangente que englobe palestras, eventos e atividades práticas para conscientizar os estudantes sobre a responsabilidade digital e cidadania on-line. Além disso, parcerias com especialistas em segurança digital e psicólogos para oferecer suporte emocional aos estudantes, bem como práticas pedagógicas que incentivem o pensamento crítico em relação às informações on-line, promovendo uma cultura de respeito e cooperação digital, são estratégias interessantes. Ainda, formar professores de acordo com essa perspectiva é fundamental para a transformação digital e consciente nos espaços escolares.

Saiba Mais

Leia o artigo Redes sociais digitais e educação, que discute a importância das redes sociais digitais, destacando-as como recurso pedagógico no sentido de favorecer um aprendizado mais crítico e participativo.

Referências Bibliográficas

BORDIGNON, C.; BONAMIGO, I. S. Os jovens e as redes sociais virtuais. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v. 12, n. 2, p. 310-326, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1809-89082017000200006. Acesso em: 11 fev. 2024.

BRITO, G. da S.; PURIFICAÇÃO, I. da. Educação e novas tecnologias: um (re)pensar. 2. ed. rev., atual. e ampl. Curitiba: IBPEX, 2008.

CETIC.BR. TIC Kids Online Brasil: pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil 2022. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2023. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/1/20230825142135/tic_kids_online_2022_livro_eletronico.pdf. Acesso em: 14 fev. 2023.

SILVA, S. da. Redes sociais digitais e educação. Revista Iluminart, Sertãozinho, v. 1, n. 5, p. 36-4, 2010. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/317/o/volume1numero5artigo4.pdf?1351211156. Acesso em: 25 mar. 2024.

Aula 2

Protagonismo Juvenil

Protagonismo juvenil

Olá, estudante!

Se as tecnologias e redes sociais alteraram significativamente o acesso à informação e comunicação, também transformaram a maneira como os jovens e adolescentes se posicionam, pensam e se reconhecem no mundo. Nessa perspectiva, ao longo desta aula, exploraremos a participação ativa dos jovens nas discussões que envolvem a organização da sociedade e o exercício da cidadania. Refletir sobre esses conceitos é crucial para promover uma aprendizagem mais dinâmica, envolvente e comprometida com os pilares da educação para o século XXI. 

Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.

Bons estudos!

Ponto de Partida

Na atualidade, os meios de comunicação desempenham um papel fundamental na sociedade contemporânea, facilitando a disseminação de informações e conectando pessoas em escala global. Compreendem uma variedade de canais, como jornais, rádio, televisão, internet e redes sociais, que transcendem barreiras geográficas e temporais. A comunicação, por sua vez, é a essência desses meios; trata-se do processo pelo qual informações, ideias e sentimentos são compartilhados entre indivíduos. Envolve codificação e decodificação de mensagens, além de fatores culturais e contextuais que influenciam a compreensão mútua.

Por estarmos em um mundo cada vez mais interconectado, a eficácia dos meios de comunicação é crucial para a troca de conhecimento, a construção de identidades coletivas e o fortalecimento da participação cívica. A habilidade de comunicar-se efetivamente torna-se, assim, uma ferramenta valiosa para vida em sociedade. É importante destacarmos que essa comunicação não é fixa; na realidade, ela é modificada e aperfeiçoada ao longo das gerações e mudanças no contexto social. Pensando nisso, imagine a seguinte situação: em uma comunidade escolar, observa-se um crescente desinteresse dos adolescentes e jovens pela participação política. A falta de envolvimento é evidente nas mídias digitais, onde poucos demonstram interesse em questões políticas relevantes para a sociedade. Sabendo da importância do engajamento cívico nessa faixa etária, a escola enfrenta o desafio de promover a conscientização política e estimular a participação dos alunos por meio das mídias digitais.

Como as mídias digitais podem ser efetivamente utilizadas para envolver os adolescentes e jovens em discussões políticas relevantes, considerando o contexto atual? Qual é o papel da escola no incentivo ao engajamento político dos alunos por meio das mídias digitais, considerando os desafios e as oportunidades dessa abordagem?

Bons estudos!

Vamos Começar!

O conceito de gerações e a percepção do mundo por parte do jovem

No que se refere aos aspectos culturais e sociais, as gerações são formas de categorizar grupos de pessoas que compartilham características sociais, culturais e históricas semelhantes, nascidas em um período específico. Cada geração é moldada pelas experiências vividas durante sua juventude, as quais influenciam valores, atitudes e visões de mundo.

Outra maneira de caracterizar as gerações é por meio dos estudos da biologia. Nessa perspectiva, são considerados os aspectos de reprodução e os indivíduos que estão no mesmo estágio de descendência de um ancestral comum; por exemplo, mãe e filha pertencem a gerações distintas. Conforme Feixa e Leccardi (2010, p. 191): “Gerações é o lugar em que dois tempos diferentes — o do curso da vida, e o da experiência histórica — são sincronizados. O tempo biográfico e o tempo histórico fundem-se e transformam-se, criando desse modo uma geração social”.

Ao longo da história, com o desenvolvimento de tecnologias e da industrialização, as concepções de gerações foram se alterando, e as características culturais dos grupos passaram a ganhar nomes.

  • Baby boomers: indivíduos nascidos entre a década de 1940 e o início dos anos 1960. Cresceram durante um período de desenvolvimento econômico mundial significativo.
  • Geração X: indivíduos nascidos entre meados da década de 1960 e 1980. Testemunharam avanços tecnológicos, como a popularização dos computadores pessoais.
  • Millennials (Geração Y): indivíduos nascidos entre o início da década de 1980 e meados dos anos 1990. Cresceram durante a ascensão da tecnologia digital.
  • Geração Z: indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e 2010. São indivíduos nativos digitais, com acesso à tecnologia desde cedo.
  • Geração Alpha: indivíduos nascidos a partir da década de 2010. Espera-se que os sujeitos cresçam em um ambiente altamente tecnológico e globalizado, com foco em inovação e mudanças rápidas.

Apesar da distinção, muitas gerações convivem nas sociedades modernas. Nesse cenário, a percepção do mundo por parte dos jovens é particularmente interessante, pois reflete as dinâmicas em constante evolução da sociedade e as mudanças tecnológicas, culturais e sociais que moldam suas vidas.

Os jovens de diferentes gerações experimentam o mundo de maneiras distintas devido às circunstâncias únicas em que cresceram. Por exemplo, os baby boomers, nascidos após a Segunda Guerra Mundial, testemunharam a reconstrução pós-guerra e o surgimento de uma sociedade capitalista de consumo. Já a geração X cresceu em uma época de avanços tecnológicos, como o surgimento dos computadores pessoais. Os millennials, por sua vez, foram os pioneiros da era digital, enquanto a geração Z cresceu em um mundo dominado pela conectividade on-line desde o início.

A percepção do mundo pelos jovens é profundamente influenciada pelas tecnologias emergentes. A rapidez das mudanças tecnológicas tem impactado não apenas a forma como os jovens se comunicam, mas também como consomem informações, constroem relacionamentos e percebem a realidade. A crescente interconexão global e o acesso instantâneo à informação moldaram uma geração que valoriza a diversidade, a inclusão e a consciência social.

Além disso, a crescente conscientização sobre questões como mudanças climáticas, desigualdade social e diversidade de gênero tem inspirado os jovens a desempenharem um papel ativo na defesa de causas sociais e ambientais. A busca por propósito e significado nas ações cotidianas é uma característica marcante dessa geração, que procura contribuir para um mundo mais justo e sustentável.

Siga em Frente...

A inserção do jovem na política

Em sua experiência, qual é a percepção sobre a representatividade dos jovens na política atual? Você acredita que os candidatos mais jovens têm tido espaço para expressar suas ideias e propostas de maneira efetiva? Muitas vezes a juventude tem pouco espaço ou até mesmo interesse por essas questões, mas por quais razões isso acontece?

A Constituição Federal de 1988 estabelece o direito ao voto facultativo para jovens de 16 e 17 anos, concedendo-lhes a escolha de participar ou não do processo eleitoral. Essa medida foi implementada como parte do processo de redemocratização pós-ditadura militar no Brasil, visando incluir mais grupos sociais na política. Nas primeiras eleições após a introdução desse direito, em 1992 houve uma participação significativa de jovens, totalizando 3,2 milhões de votos. Contudo, com o impeachment do presidente Fernando Collor, o engajamento juvenil declinou, fato evidenciado na eleição de 1994, quando apenas 1,1 milhão de eleitores jovens compareceram às urnas (Ribeiro, 2023).

Se pensarmos na história do Brasil pós-período de redemocratização, vários fatores acarretam essa diminuição do interesse dos jovens pela política. Alguns exemplos são a desconfiança no sistema, a polarização política, a ausência de uma formação escolar política e a própria falta de representatividade de jovens na política.

Mais do que votar, a inserção de jovens em contextos políticos e de decisão representa e consolida os princípios democráticos do país e o exercício da cidadania. Os jovens são agentes de mudança e impulsionadores de transformações sociais. Sua participação ativa na política é essencial para construir sociedades mais inclusivas e representativas. Iniciativas que promovem o entendimento do sistema político, dos direitos e das responsabilidades dos cidadãos, bem como da importância do voto, podem capacitar os jovens a participarem de modo informado e significativo.

Além disso, os jovens frequentemente trazem perspectivas inovadoras e progressistas para questões sociais e ambientais. Sua energia, paixão e familiaridade com as tecnologias emergentes têm o potencial de inspirar novas formas de abordar desafios políticos contemporâneos.

Ao reconhecer o potencial dos jovens como agentes de mudança, é possível fortalecer a democracia e construir sociedades mais justas e equitativas. A inclusão ativa dos jovens na tomada de decisões políticas não apenas reflete um compromisso com a representatividade, mas também assegura que as políticas adotadas considerem as necessidades e aspirações das futuras gerações.

 

Protagonismo juvenil e sustentabilidade, tecnologia e sociedade

Você está familiarizado com o conceito de protagonismo juvenil? O termo “protagonista” refere-se àquele que desempenha o papel principal em uma narrativa. No contexto social, o protagonismo juvenil implica a participação de adolescentes e jovens na concepção e na implementação de iniciativas relacionadas a questões sociais, tanto no âmbito local quanto no global (RABÊLLO, [s. d.]). Dessa forma, ao assumir um papel protagonista, o jovem se torna o principal catalisador na defesa e na promoção de seus direitos.

Ao longo da história, registram-se diversas ações políticas lideradas pela juventude, especialmente antes da década de 1990. Um exemplo notável foi a resistência ao Golpe de 1964 no Brasil, quando o movimento estudantil enfrentou o regime militar vigente até 1985. Durante esse período, os jovens tiveram que lidar com perseguições e até mesmo assassinatos em decorrência de sua oposição ao governo.

Mais uma expressão marcante do engajamento juvenil foi a participação nas manifestações pelas Diretas Já, entre 1983 e 1984. Nesse contexto, os jovens lutaram pelo direito a eleições diretas e pela reabertura dos grêmios estudantis nas escolas, que haviam sido proibidos durante a ditadura militar.

Mais tarde, outro episódio notório foi a mobilização dos “caras pintadas” durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. Esses jovens tornaram-se símbolos visíveis de uma geração que se opunha ativamente a práticas políticas questionáveis.

O protagonismo juvenil é fundamental na abordagem de temas contemporâneos, como sustentabilidade, tecnologia e sociedade. Jovens de todo o mundo vêm se mostrando agentes de mudança, trazendo inovação e novas perspectivas para os desafios que a sociedade enfrenta atualmente.

No contexto da sustentabilidade, os jovens têm se destacado como defensores do meio ambiente e impulsionadores de práticas mais responsáveis. Um exemplo é o Fridays for Future (movimento estudantil global dinâmico que pede ações imediatas referentes às mudanças climáticas, por meio de campanhas de conscientização e ativismo). A conscientização ambiental e a promoção de práticas sustentáveis tornaram-se marcas distintivas do protagonismo juvenil nessa área.

No campo da tecnologia, os jovens são nativos digitais, familiarizados com as últimas inovações e tendências. Seja por meio do desenvolvimento de aplicativos para causas sociais, iniciativas de programação inclusiva ou defesa da ética digital, os jovens estão na vanguarda da integração da tecnologia para promover o bem-estar social e enfrentar desafios contemporâneos. No âmbito social, o protagonismo juvenil se manifesta em movimentos que buscam equidade, diversidade e inclusão. Presencialmente ou por meio de plataformas on-line, os jovens se unem para combater a discriminação, promover a justiça social e abordar questões urgentes relacionadas aos direitos humanos.

Em resumo, o protagonismo juvenil em temas como sustentabilidade, tecnologia e sociedade representa um catalisador poderoso para a mudança positiva. Ao assumirem papéis ativos, os jovens não apenas influenciam as discussões e decisões atuais, mas também moldam o caminho para um futuro mais sustentável, inclusivo e tecnologicamente avançado. O reconhecimento e o apoio a essas iniciativas juvenis são cruciais para a construção de sociedades mais resilientes e equitativas.

Vamos Exercitar?

No caso da situação-problema apresentada no início desta aula, podemos pensar em atividades e projetos que integrem a conscientização política com o uso responsável das mídias digitais, problematizando o próprio papel da política na organização dos interesses públicos e na democratização. Para isso, pode-se propor a criação de plataformas on-line específicas para discussões políticas, a promoção de debates e eventos virtuais, além da incorporação de temas políticos relevantes no currículo escolar. A escola também pode fomentar iniciativas lideradas pelos alunos, proporcionando espaço e recursos para que expressem suas opiniões, e promover debates construtivos considerando a realidade de suas comunidades locais e seus contextos sociais.

Saiba Mais

Leia o artigo Jovens na política na atualidade: uma nova cultura de participação, cuja autora discute a participação de jovens em ações coletivas como protagonistas na esfera pública, pondo em destaque, também, algumas políticas públicas que têm tratado de questões de seu cotidiano e a renovação operada na questão da participação dos jovens a partir do uso das redes midiáticas.

Referências Bibliográficas

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em: 25 mar. 2024.

FEIXA, C.; LECCARDI, C. O conceito de geração nas teorias sobre juventude. Sociedade e Estado, Brasília, v. 25, n. 2, p. 185-204, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/QLxWgzvYgW4bKzK3YWmbGjj/. Acesso em: 25 mar. 2024.

GOHN, M. da G. Jovens na política na atualidade: uma nova cultura de participação. Caderno CRH, Salvador, v. 31, p. 117-133, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccrh/a/jBGbrMwxkJBxvytwVnz9Wcp/abstract/?lang=pt. Acesso em: 25 mar. 2024.

RABÊLLO, M. E. D. L. O que é protagonismo juvenil? Cedeca: [s. d.]. Disponível em: https://cursosextensao.usp.br/pluginfile.php/52863/mod_resource/content/2/Protagonismo%20juvenil.pdf. Acesso em: 14 fev. 2024.

RIBEIRO, G. B. de L. A representatividade de jovem na política: por que é importante? Politize, 6 set. 2023. Disponível em: https://www.politize.com.br/a-representatividade-jovem-na-politica-por-que-e-importante/. Acesso em: 14 fev. 2024.

Aula 3

Cidadania e Juventude

Cidadania e juventude

Olá, estudante!

Nossa trilha de estudos tem explorado diversos aspectos relacionados à juventude e aos desafios que permeiam essa fase da vida. Não podemos deixar de enfatizar, nesse contexto de aprendizagem, a relevância da educação e do mercado de trabalho, assim como a percepção que os jovens têm de seu futuro. Trata-se de temas que frequentemente suscitam dúvidas e incertezas entre esses sujeitos. Portanto, compreender e familiarizar-se com tais aspectos pode proporcionar uma escuta mais ativa e orientações mais precisas para os jovens.

Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. 

Bons estudos!

Ponto de Partida

Os jovens frequentemente enfrentam um período de intensas reflexões e questionamentos em relação ao futuro e ao mercado de trabalho. Diante das inúmeras possibilidades e exigências do mundo profissional, surgem naturalmente diversas dúvidas e incertezas. A escolha da carreira, as oportunidades de emprego e a busca por realização pessoal e profissional são temas recorrentes e, nesse contexto, a educação tem um papel fundamental.

Para aprofundarmos nossos estudos, imagine a seguinte situação: um grupo de alunos do Ensino Médio manifestou preocupações expressivas quanto ao futuro profissional. Muitos deles sentem-se perdidos diante das diversas opções e dos desafios que se apresentam na transição para a vida adulta. O corpo docente, liderado pela professora de orientação vocacional, busca estratégias para fornecer suporte efetivo aos estudantes nesse momento crucial.

Como a escola pode criar um ambiente propício para que os alunos explorem paixões, habilidades e interesses, facilitando a tomada de decisão em relação à carreira? De que maneira os professores, em especial a professora de orientação vocacional, podem implementar práticas educacionais que ajudem os alunos a adquirir habilidades necessárias para enfrentar os desafios do mercado de trabalho atual?

Bons estudos!

Vamos Começar!

A percepção do jovem sobre o futuro

De acordo com a pesquisa Jovem de Futuro de 2022, realizada com 2.070 adolescentes e jovens em 129 municípios brasileiros, o papel mais importante da educação é dar mais conhecimentos; em segundo lugar, possibilitar a obtenção de um emprego. Em termos de contribuição da educação para sociedade, muitos jovens destacam o respeito dos direitos e deveres.

A percepção do jovem sobre o futuro é um tema complexo, pois reflete as expectativas da próxima geração. Muitos expressam uma mistura de otimismo e apreensão em relação ao futuro. Por um lado, estão animados com as oportunidades oferecidas pela tecnologia, a globalização e a crescente conscientização sobre questões sociais. Por outro lado, estão diante da pressão de tomar decisões importantes sobre carreira, educação e estilo de vida em um cenário de inúmeras mudanças.

A automação e a inteligência artificial estão transformando o mercado de trabalho, criando oportunidades, mas também gerando incertezas sobre a estabilidade e a relevância das carreiras tradicionais. Além disso, a preocupação com as mudanças climáticas e a sustentabilidade molda a visão dos jovens sobre o futuro do planeta. Muitos estão engajados em causas ambientais e exigem ações concretas para enfrentar os desafios que afetarão suas vidas diretamente.

Em resumo, a percepção do jovem sobre o futuro é um mosaico complexo de emoções e perspectivas. Eles estão ansiosos para vivenciar as oportunidades, mas também cientes dos desafios significativos. À medida que moldam seus caminhos e contribuem para a sociedade, é crucial que sejam ouvidos e apoiados, para que possam lidar com o futuro de modo resiliente e confiante.

Siga em Frente...

O jovem e o mercado de trabalho

Carvalho e Carvalho (2006) explicam que a palavra “trabalho” vem do latim tripalium, um instrumento utilizado por agricultores para processar grãos como trigo, milho e linho. Essa raiz linguística, associada a um instrumento de tortura em muitos dicionários, contribui para a conotação negativa e de sofrimento vinculada ao conceito de trabalho.

Ao longo da história, filósofos como Platão expressaram a ideia de poupar os cidadãos do trabalho, considerando-o uma atividade inferior. Aristóteles, por sua vez, valorizava mais a atividade política, relegando o trabalho a uma posição inferior que supostamente impedia o desenvolvimento de virtudes. Na Grécia Antiga, o título de cidadão era reservado apenas aos homens livres, reforçando uma visão depreciativa do trabalho.

Apesar das conotações negativas historicamente associadas ao trabalho, desde tempos remotos, a humanidade sempre esteve envolvida em atividades laborais para garantir sua sobrevivência. Seja na Pré-História, nas sociedades feudais ou na era capitalista, especialmente ligada à Revolução Industrial, o trabalho é intrínseco ao comportamento social humano, desempenhando um papel essencial para a subsistência e a evolução das comunidades.

O conceito de trabalho envolve atribuir significado a uma atividade específica, que pode ou não ser uma profissão. Uma profissão refere-se à execução especializada de uma atividade, exigindo domínio dos processos por parte do executor. Em contraste, o emprego está relacionado à dimensão monetária, sendo uma fonte de renda para o indivíduo, podendo ou não estar associado a uma profissão ou um trabalho, dependendo da interpretação pessoal de cada um.

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), jovens com 16 anos ou mais podem realizar atividades remuneradas, exceto em trabalhos noturnos, perigosos ou insalubres, reservados para maiores de 18 anos. Menores de 16 anos têm o trabalho proibido, com exceção para a condição de aprendiz a partir dos 14 anos (Art. 7º, Inciso XXXIII). A escola deve estar ciente de que atividades para adolescentes com menos de 18 anos devem respeitar condições que não prejudiquem sua formação, desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, e permitam a frequência escolar (Art. 403, parágrafo único). O documento também destaca a responsabilidade dos pais, responsáveis ou tutores em evitar atividades que prejudiquem os estudos do adolescente, conforme descrito no Art. 424.

Dessa forma, é crucial que o ambiente escolar esteja sensível à presença de adolescentes e jovens que já integram o mercado de trabalho, incorporando-os em processos educacionais que visem abordar temas relacionados à orientação profissional. Isso lhes possibilitará a chance de moldar seu próprio futuro com base em seus planos e suas aspirações, contando com o suporte e as garantias de políticas sociais e educacionais.

No contexto brasileiro, a inserção dos jovens no mercado de trabalho é um desafio complexo e impactante. Em um cenário com altas taxas de desemprego e subemprego, muitos jovens enfrentam obstáculos ao iniciar suas carreiras profissionais. Contudo, é fundamental reconhecer a importância do protagonismo juvenil, a capacidade dos jovens de serem agentes na construção de suas trajetórias profissionais. Em meio aos desafios do mercado de trabalho brasileiro, é essencial que os jovens se envolvam ativamente na definição de seus objetivos e na busca por habilidades que os tornem mais competitivos.

Programas de educação profissionalizante, estágios e iniciativas de empreendedorismo são fundamentais para capacitar os jovens, pois lhes oferecem ferramentas para enfrentarem os desafios do mercado de trabalho e elaborarem seus projetos de vida. Além disso, políticas públicas que promovem a inclusão e a equidade compõem um ambiente propício ao desenvolvimento profissional dos jovens. O estímulo ao protagonismo juvenil no contexto do mercado de trabalho brasileiro não apenas fortalece a autoconfiança e a autonomia dos jovens, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais dinâmica e inclusiva. Portanto, investir no potencial dos jovens e proporcionar oportunidades concretas é crucial para promover o crescimento pessoal e profissional, bem como impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.

 

A educação para cidadania e a relação do jovem com o seu meio

A palavra “cidadania” vem do latim civitas, que significa cidade. Na Grécia antiga, a cidadania era atribuída aos nascidos em território grego, enquanto em Roma o termo referia-se à posição política de um indivíduo e aos direitos que este detinha ou podia exercer. Do ponto de vista jurídico, um cidadão é uma pessoa que desfruta dos direitos civis e políticos de um Estado. Em um sentido mais abrangente, cidadania refere-se à condição de ser cidadão, implicando, portanto, a titularidade de direitos e deveres. Ser cidadão envolve participar ativamente na vida em sociedade, contribuindo de maneira engajada para lidar com os desafios e as questões da comunidade.

Conforme Silva e Pereira (2016) explicam, no contexto escolar e educacional, a cidadania requer uma formação crítica que integre os campos científico, filosófico e artístico de maneira autêntica ao desafiador cotidiano das pessoas. Apesar das dificuldades estruturais, de carreira e de formação continuada decorrentes das contradições no financiamento educacional, a construção da cidadania envolve enfrentar esses desafios por meio do debate público e da organização política.

A educação para a cidadania refere-se a um conjunto de práticas educativas destinadas a capacitar os indivíduos a compreenderem seus direitos e deveres como cidadãos, além de incentivá-los a participar ativamente na sociedade. Essa abordagem visa promover valores como responsabilidade, respeito à diversidade, consciência social e engajamento cívico. Ao explorar a relação do jovem com seu meio, a educação para a cidadania tem o objetivo de desenvolver uma conexão significativa entre os estudantes e a comunidade. Isso implica não apenas compreender as questões locais, mas também estimular a participação ativa na resolução de problemas e no desenvolvimento do ambiente ao redor.

Os jovens são incentivados a se envolverem em atividades cívicas, como voluntariado e projetos comunitários, para experimentar de maneira prática o impacto positivo que podem ter em seu entorno. Assim, a educação para a cidadania não apenas informa, mas também capacita os jovens a contribuírem construtivamente para a sociedade, promovendo um senso de pertencimento e responsabilidade.

Vamos Exercitar?

Retomando a situação-problema apresentada no começo da aula, precisamos pensar em partes. Para a primeira questão, a escola pode implementar programas de orientação profissional, cursos e palestras com profissionais de diversas áreas. A professora de orientação vocacional pode realizar atividades práticas, como testes de aptidão e entrevistas exploratórias, a fim de auxiliar os alunos na descoberta de suas vocações e na construção de seus projetos de vida. Quanto à segunda questão, os professores, juntamente com a professora de orientação vocacional, podem desenvolver projetos interdisciplinares que incorporem habilidades práticas, comunicação eficaz e trabalho em equipe. Além disso, é crucial promover a conscientização sobre as demandas do mercado de trabalho e a importância do aprendizado contínuo para garantir uma transição mais suave dos estudantes para a vida profissional.

Saiba Mais

Consulte a página do Ministério da Educação (MEC) e leia a linha do tempo do Histórico da educação profissional e tecnológica no Brasil. Você encontrará um panorama das principais legislações educacionais e orientações sobre essa modalidade de ensino no Brasil. 

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 14 fev. 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Histórico da educação profissional e tecnológica no Brasil. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores/30000-uncategorised/68731-historico-da-educacao-profissional-e-tecnologica-no-brasil. Acesso em: 14 fev. 2024.

CARVALHO, R. de F. P. de; CARVALHO, O. J. P. de. Evolução do trabalho: das comunidades pré-industriais às pós-industriais. Revista da ABET, v. 6, n. 2, p. 112-126, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/abet/article/view/15718/8965. Acesso em: 25 mar. 2024.

PESQUISA jovem de futuro. São Paulo: Datafolha; Instituto Unibanco, 2022. Disponível em: https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/cedoc/detalhe/pesquisa-jovem-de-futuro,415a8684-85bc-45fe-8562-fc84776902da. Acesso em: 14 fev. 2024.

SILVA, L. F. S. C. de; PEREIRA, T. I. Educação e cidadania: reflexões sobre um debate contemporâneo. Gavagai – Revista Interdisciplinar de Humanidades, Erechim, v. 3, n. 1, p. 13-27, 2016. Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/GAVAGAI/article/view/8956. Acesso em: 25 mar. 2024.

Aula 4

Os Desafios de Educação para Jovens e Adolescentes no Século XXI

Os desafios de educação para jovens e adolescentes no século XXI

Olá, estudante!

Nesta aula, exploraremos os desafios enfrentados durante a adolescência e a juventude, especialmente no âmbito da educação e do mercado de trabalho, contemplando os conceitos de protagonismo juvenil e cidadania, além do desenvolvimento de competências e habilidades essenciais para o século XXI. As questões que apresentaremos têm como objetivo aprofundar nossas reflexões sobre os desafios e as oportunidades inerentes ao trabalho educacional com adolescentes e jovens. 

Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula. 

Bons estudos!

Ponto de Partida

Você já parou para pensar sobre os principais desafios enfrentados na educação de jovens e adolescentes na atualidade? Em um cenário de constante transformação, a adaptação aos avanços tecnológicos e o estímulo ao protagonismo juvenil estão entre os principais desafios. Além disso, a necessidade de lidar com questões sociais, como o acesso equitativo à educação e a preparação para um mercado de trabalho dinâmico, demanda atenção e soluções inovadoras. Refletir sobre essas dificuldades é fundamental para promover uma educação mais eficaz e alinhada às demandas contemporâneas.

Pensando nesse contexto, vamos analisar a seguinte situação: em uma escola, o corpo docente enfrenta o desafio de proporcionar uma educação eficaz para jovens e adolescentes, considerando as demandas contemporâneas. A instituição busca estratégias para lidar com questões como a adaptação aos avanços tecnológicos, a inclusão digital, a promoção da diversidade e o estímulo ao protagonismo juvenil, considerando o acesso à educação e a preparação para o mercado de trabalho.

Como a tecnologia pode ser integrada de maneira eficaz no processo educacional, considerando a inclusão digital e promovendo uma aprendizagem significativa? De que forma o professor pode estimular o protagonismo juvenil, envolvendo os alunos na resolução de problemas sociais e no desenvolvimento de habilidades essenciais para o século XXI?

Bons estudos!

Vamos Começar!

Os desafios atuais do acesso e da permanência de jovens e adolescentes na escola

A evasão escolar, sobretudo no Ensino Médio, tem sido pauta de várias discussões políticas e educacionais nos últimos anos. Branco et al. (2020) explicam que a evasão escolar tem raízes em vários fatores e vai além dos limites escolares, acarretando sérias implicações sociais e humanas, incluindo a exclusão social do aluno. Além de dificultar a superação de questões sociais, a formação cidadã e a emancipação individual, a evasão resulta em desperdício de recursos públicos, escassez de mão de obra qualificada, prejuízos econômicos, bem como aumento de violência, criminalidade, tráfico de drogas, consumo de entorpecentes e gastos crescentes com saúde pública.

Nessa perspectiva, os autores ainda apontam que, para combater os desafios relacionados à evasão escolar, é essencial uma ação coordenada dos poderes públicos, juntamente com o suporte para que gestores escolares e educadores promovam processos de ensino e aprendizagem eficazes. O baixo desempenho acadêmico é um fator contribuinte para a evasão, tornando crucial a criação de ambientes escolares que promovam identidade, senso de pertencimento e participação nas decisões, proporcionando significado para a continuidade dos estudos.

Além disso, o estabelecimento e a atuação de uma rede de proteção de crianças, adolescentes e jovens ajuda a garantir o direito à educação para todos, por meio da colaboração entre a escola, o Ministério Público, o Poder Judiciário, o Conselho Tutelar e a Assistência Social. Essas instituições desempenham um papel significativo no acolhimento de crianças e adolescentes que enfrentam violência ou violação de direitos e na prevenção dessas situações, visando garantir um desenvolvimento físico, psíquico e emocional saudável.

A permanência dos jovens na escola também é afetada por desinteresse causado por métodos pedagógicos desatualizados, inadequação do ambiente escolar às necessidades individuais dos alunos e falta de apoio emocional e psicológico. Além disso, questões socioeconômicas muitas vezes forçam os jovens a abandonarem os estudos a fim de contribuir financeiramente para suas famílias.

A pandemia de covid-19 exacerbou esses desafios, destacando a importância da tecnologia na educação e evidenciando as disparidades no acesso à internet e a dispositivos eletrônicos. São necessárias estratégias inovadoras, políticas inclusivas e parcerias entre governos, instituições educacionais e sociedade civil para superar esses desafios e garantir que todos os jovens tenham igualdade de oportunidades para o acesso e a permanência na escola.

A escola deve ser um ambiente acolhedor, inclusivo e adaptável, capaz de atender às diversas necessidades dos alunos. Isso envolve estratégias pedagógicas que despertem o interesse dos estudantes, promovam a participação ativa e estejam alinhadas com as demandas contemporâneas e o desenvolvimento de diferentes competências e habilidades. “[…] aluno competente é aquele que enfrenta os desafios de seu tempo usando os saberes que aprendeu e empregando, em todos os campos de sua ação, as habilidades antes apreendidas em sala de aula” (Antunes, 2001, p. 18).

Os professores desempenham um papel central na implementação dessas iniciativas. Além de proporcionarem um ensino de qualidade, eles precisam estar atentos às particularidades de cada aluno, identificando possíveis dificuldades e oferecendo suporte individualizado. O estímulo ao diálogo aberto, a promoção da empatia e a criação de um ambiente favorável ao aprendizado são elementos-chave. Nesse sentido, é preciso que haja a colaboração entre educadores, pais e comunidade para estruturar uma rede de apoio integral ao desenvolvimento educacional dos jovens.

Em resumo, o papel da escola e dos professores envolve não apenas a transmissão de conhecimento, mas também a criação de um ambiente propício ao aprendizado, o reconhecimento das necessidades individuais dos alunos e a implementação de estratégias inovadoras para superar os desafios atuais do acesso e da permanência na escola.

Siga em Frente...

Educação, emprego e mercado de trabalho

A interseção entre educação e mercado de trabalho para jovens brasileiros é um tema que impacta diretamente o desenvolvimento econômico e social do país. A qualidade da educação desempenha um papel determinante na preparação dos jovens para o mercado de trabalho, influenciando não apenas sua empregabilidade, mas também suas perspectivas de salários e progressão profissional.

No Brasil, muitos jovens enfrentam desafios significativos ao ingressarem no mercado de trabalho devido a disparidades no sistema educacional. A falta de acesso a uma educação de qualidade, especialmente nas camadas mais vulneráveis da sociedade, pode limitar as oportunidades de emprego e restringir o crescimento profissional. É preciso que as políticas educacionais busquem reduzir essas desigualdades, proporcionando um ensino inclusivo e preparatório para as demandas do mercado de trabalho contemporâneo.

Iniciativas que promovam capacitação técnica, habilidades socioemocionais e adequação dos currículos às demandas dos diferentes setores da sociedade podem ser meios para aprimorar a empregabilidade dos jovens. Não podemos deixar de destacar o papel das políticas públicas para incentivar parcerias entre empresas e instituições educacionais, criando programas de estágio, aprendizagem e oportunidades de qualificação. Dessa forma, é possível fortalecer a transição dos jovens do ambiente escolar para o mercado de trabalho, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para contribuir efetivamente para a economia e a sociedade.

Conforme os estudos de Schwartzman e Cossío (2007), os desafios enfrentados pelos jovens no Brasil para sua integração no mercado de trabalho estão intrinsecamente ligados à educação, influenciando não apenas a probabilidade de conseguir um emprego, mas também o acesso a posições mais bem-remuneradas. Apesar de diversas iniciativas e programas nos níveis federal, estadual e municipal visando aprimorar a empregabilidade e os salários dos jovens já inseridos no mercado de trabalho, em geral, essas ações têm apresentado resultados insatisfatórios. O desemprego entre os jovens, especialmente os com baixa escolaridade, permanece significativamente elevado em comparação com a população economicamente ativa, com uma tendência de aumento nos últimos anos.

Os jovens brasileiros de baixa renda vivem em uma situação dramática, espremidos entre um sistema de educação pública de má qualidade e, a partir da adolescência, à necessidade crescente de ganhar dinheiro em um mercado de trabalho precário e de difícil entrada. As políticas necessárias para tentar resolver esta situação devem lidar com o problema da qualidade da escola, com as necessidades de renda, e fazer isto tomando sempre em consideração as importantes diferenças que existem para os diferentes grupos de idade. (Schwartzman; Cossío, 2007, p. 11)

Em suma, uma abordagem integrada que priorize a melhoria da educação, a adequação das habilidades à demanda do mercado e o fortalecimento das parcerias entre setores público e privado é essencial para criar um cenário mais promissor para os jovens brasileiros no que diz respeito à educação e ao mercado de trabalho.

 

Novas competências e habilidades para o desenvolvimento de consciência crítica e protagonismo juvenil

No atual cenário social e educacional, torna-se cada vez mais imperativo explorar e cultivar novas competências e habilidades que promovam o desenvolvimento de consciência crítica e protagonismo juvenil. Quando pensamos em habilidades e competências, podemos nos ancorar nos preceitos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que destaca as competências como capacidades amplas envolvendo conhecimento, habilidades, atitudes e valores, orientadas para aplicação prática. Já as habilidades referem-se à capacidade de aplicar conhecimentos em situações específicas, abrangendo aspectos cognitivos, socioemocionais e práticos.

Para Silva e Asinelli-Luz (2022), o engajamento social dos adolescentes e jovens requer uma interação dinâmica entre formação, conhecimento, participação, responsabilidade e criatividade. Esses elementos atuam como ferramentas advindas de competências e habilidades essenciais para fortalecer a abordagem educacional voltada para uma prática cidadã ética e responsável.

Educar para a participação é criar espaços para que o/a educando/a possa empreender, ele/a próprio/a, a construção de seu ser. Aqui, mais uma vez, as práticas e vivências são o melhor caminho, já que a docência como está posta hoje, dificilmente dá conta das múltiplas dimensões envolvidas no ato de participar. Além do compromisso ético, a opção pelo desenvolvimento de propostas baseadas no protagonismo juvenil exige da/o educadora/or uma clara vontade política no sentido de contribuir, através de seu trabalho, para a construção de uma sociedade que respeite os direitos de cidadania e aumente progressivamente os níveis de participação democrática de sua população. (Silva; Asinelli-Luz, 2022, p. 2)

Com base nesses princípios, podemos destacar que entre as competências essenciais que se espera que os jovens desenvolvam ao longo de seu processo formativo está o pensamento crítico, que capacita os jovens a questionar, analisar e avaliar informações de maneira reflexiva. Promover o raciocínio crítico não apenas os prepara para tomarem decisões informadas, mas também instiga a busca por soluções inovadoras para os desafios contemporâneos.

Além disso, habilidades socioemocionais, como empatia, colaboração e inteligência emocional, desempenham um papel crucial no desenvolvimento de uma consciência crítica e no protagonismo juvenil. Essas habilidades capacitam os jovens a compreenderem perspectivas diversas, trabalharem em equipe e gerenciarem suas próprias emoções, elementos fundamentais para a construção de uma sociedade mais harmoniosa e justa.

O uso responsável da tecnologia e a alfabetização digital também são competências essenciais. Os jovens precisam desenvolver a capacidade de navegar no mundo digital, avaliar informações on-line de maneira crítica e utilizar as ferramentas tecnológicas para expressar suas ideias e buscar soluções para questões relevantes. A promoção do protagonismo juvenil envolve capacitar os jovens a assumirem papéis ativos em suas comunidades. Isso inclui incentivá-los a participar de projetos sociais, atividades voluntárias e processos de tomada de decisão, fornecendo-lhes oportunidades de liderança e influência positiva.

A escola desempenha um papel crucial na formação dos jovens e adolescentes, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de novas competências e habilidades necessárias para enfrentar as demandas do século XXI. Em um mundo em constante evolução, é essencial que as instituições educacionais estejam atentas às mudanças no ambiente global e preparem os estudantes não apenas para o sucesso acadêmico, mas também para uma participação ativa na sociedade.

Para promover uma consciência crítica e o protagonismo juvenil, a escola pode adotar abordagens pedagógicas inovadoras que vão além do ensino tradicional. A promoção do pensamento crítico deve ser incorporada em todas as disciplinas, incentivando os alunos a questionarem, analisarem e avaliarem informações de maneira reflexiva. Projetos interdisciplinares e práticos podem proporcionar oportunidades para aplicação prática do conhecimento, estimulando a criatividade e a resolução de problemas.

Vamos Exercitar?

Diante das questões levantadas inicialmente em nossa aula, podemos destacar que o professor pode adotar uma abordagem pedagógica inovadora, incorporando ferramentas tecnológicas de maneira acessível a todos os alunos. Isso pode incluir a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, a promoção de projetos colaborativos que abordem questões sociais relevantes e a diversificação das metodologias para atender às diferentes formas de aprendizado. Além disso, o estímulo ao protagonismo juvenil pode ser alcançado por meio de atividades práticas que permitam aos alunos aplicar seus conhecimentos na solução de desafios reais, promovendo um ambiente educacional dinâmico e engajador.

É importante frisarmos que, para desenvolverem tais ações, professores, escola, comunidades, famílias e governos devem estar alinhados em relação aos discursos educacionais e às funções de cada ente na tarefa de assegurar o direito à educação de qualidade e o compromisso com os pilares da educação e as demandas educacionais do século XXI. 

Saiba Mais

Leia o artigo intitulado Trabalho e escola: é possível conciliar? A perspectiva de jovens baianos. Os autores apresentam um estudo que investigou experiências de transição para o trabalho de adolescentes aprendizes baianos. O objetivo foi compreender os significados construídos pelos jovens acerca das relações entre trabalho e escola. Participaram da pesquisa 10 adolescentes, de ambos os sexos, com idades entre 17 e 19 anos, egressos de um programa de aprendizagem. 

Referências Bibliográficas

ANTUNES, C. Como desenvolver competências em sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2001.

BRANCO, E. P. et al. Evasão escolar: desafios para permanência dos estudantes na educação básica. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, v. 15, n. 34, p. 133-155, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.20500/rce.v15i34.34781. Acesso em: 25 mar. 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

MATTOS, E. de; CHAVES, A. M. Trabalho e escola: é possível conciliar? A perspectiva de jovens aprendizes baianos. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 30, p. 540-555, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/PfjBbyxwKL34L3YXZkQtZgv/abstract/?lang=pt. Acesso em: 25 mar. 2024.

SCHWARTZMAN, S.; COSSÍO, M. B. Juventude, educação e emprego no Brasil. Cadernos Adenauer: Geração Futuro, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 51-65, 2007. Disponível em: https://www.schwartzman.org.br/simon/2007juventude.pdf. Acesso em: 25 mar. 2024.

SILVA, T. G. da; ASINELLI-LUZ, A. Protagonismo juvenil na escola: limitações e possibilidades enquanto prática pedagógica na disciplina de biologia. Portal Dia a Dia e Educação. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1362-8.pdf. Acesso em: 13 fev. 2024.

Encerramento da Unidade

Os meios de Comunicação, Protagonismo Juvenil e a Cidadania

Os meios de comunicação, protagonismo juvenil e cidadania

Olá, estudante!

Nesta etapa crucial de aprendizado na unidade, convidamos você a refletir mais profundamente sobre o papel dos adolescentes e jovens diante dos principais desafios da sociedade contemporânea. Já considerou de que forma a mídia pode influenciar as atitudes individuais e coletivas? Nas atuais circunstâncias, as redes virtuais são, de fato, meios de comunicação de massa? Qual impacto a internet exerce na construção dos padrões de consumo entre os jovens? E, sobretudo, qual é o papel da cidadania, da educação e do protagonismo juvenil nesse cenário desafiador?

Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.

Bons estudos!  

Ponto de Chegada

Desde a infância, somos apresentados na escola aos meios de comunicação tradicionais, como televisão, rádio, jornais e revistas impressas. Com o advento da era digital, as redes virtuais passaram a integrar essa lista. Tais canais desempenham o papel de difundir informações para uma parcela significativa da população, conhecida como massa. Dias (2011, p. 302) define a massa como um “agregado social caracterizado por um grau extremamente baixo de coesão e organização, formado espontaneamente sob a influência de um interesse comum”.

Impalpável e carente de coesão interna, a massa apresenta uma precariedade em sua consistência quando há alguma forma de coesão. Os meios de comunicação almejam homogeneizar a população, diluindo suas identidades individuais e promovendo, assim, a massificação do coletivo. Para ilustrar, podemos comparar a massa da população à massa de um bolo. Cada pessoa é como um ingrediente único, com suas histórias singulares e essenciais para a formação do todo. Contudo, a comunicação em massa não busca destacar essas singularidades; pelo contrário, visa a resolver as diferenças humanas, compondo um conglomerado populacional uniforme.

Conforme Costa (2010), em épocas passadas, a transmissão de cultura e notícias era feita oralmente entre vilarejos, com documentos escritos reproduzidos manualmente. Nesse contexto, o analfabetismo era comum, pois a leitura não era considerada essencial para a comunicação. O marco transformador ocorreu em 1450, quando Johann Gutenberg inventou a prensa.

Ao olharmos para o contexto histórico, podemos observar que a ascensão da tecnologia exerce um papel integral na formação das sociedades modernas, moldando a maneira como nos comunicamos e interagimos. No contexto contemporâneo, jovens e adolescentes vivenciam uma realidade profundamente influenciada pelos avanços tecnológicos e meios de comunicação, que geram impactos significativos em suas vidas. A proliferação de dispositivos digitais, redes sociais e plataformas de comunicação instantânea alterou drasticamente os processos de interação social. Os jovens, imersos nesse cenário digital, encontram-se conectados globalmente, compartilhando experiências, ideias e informações de maneira instantânea.

Essa interconexão tecnológica transcende fronteiras físicas, possibilitando a construção de identidades digitais e o acesso a uma diversidade de perspectivas culturais. Em resumo, o papel da tecnologia nas sociedades modernas é profundo e multifacetado, especialmente no que diz respeito aos jovens e adolescentes. Nesse contexto, a promoção de uma abordagem equilibrada e consciente no uso da tecnologia torna-se essencial para uma formação saudável e adaptável às exigências do mundo contemporâneo.

É importante que os jovens desenvolvam autonomia em relação a seu processo formativo e ação cidadã, com o protagonismo juvenil e a compreensão mais ampla dos aspectos ligados à política e à educação. O protagonismo juvenil representa uma abordagem essencial no desenvolvimento dos jovens, destacando sua capacidade de ser agente na construção de suas próprias trajetórias e na transformação da sociedade. Essa perspectiva reconhece a juventude como uma fase de descobertas, aprendizado e potencial para contribuições significativas.

Os jovens protagonistas não são receptores passivos das influências sociais, mas sim sujeitos capazes de participar ativamente na tomada de decisões, na expressão de suas opiniões e na busca por soluções para desafios locais e globais. Esse protagonismo envolve só não seu processo formativo escolar, mas também a política e a organização da sociedade.

“Política” vem de polis “cidade”. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade. (Alves, 2002, p. 9)

O protagonismo juvenil representa uma força vital na busca por transformações sociais e na promoção da democracia participativa. Ao engajarmos os jovens na política, proporcionamos oportunidades para que expressem suas perspectivas, preocupações e aspirações, contribuindo para a construção de políticas mais inclusivas e representativas.

O envolvimento dos jovens no processo político não apenas fortalece a democracia, mas também inspira a formação de líderes comprometidos com a justiça social e a equidade. Ao encorajarmos o protagonismo juvenil na esfera política, cultivamos cidadãos informados, críticos e participativos, capazes de influenciar positivamente as decisões que moldam o futuro da sociedade.

É importante frisar que o Estado brasileiro se organiza em três poderes autônomos e complementares: o Legislativo, incumbido de elaborar leis e fiscalizar o Executivo; o Executivo, responsável por governar e administrar os interesses públicos, executando as leis criadas pelo Legislativo; e o Judiciário, composto de órgãos do Sistema de Justiça que interpretam e julgam casos com base nas leis vigentes. Embora todos os poderes sejam essenciais para a cidadania e justiça social, destaca-se a atuação significativa do Legislativo, pois é dessa instância, nos três níveis de governo, que emanam as diretrizes que orientam as ações do Executivo e do Judiciário. Essa interação entre os poderes é fundamental para a efetiva governança e para assegurar o equilíbrio necessário no sistema político brasileiro.

Conhecer essa estrutura e as atribuições de cada poder é importante para os jovens cidadãos brasileiros para integração efetiva na arena política, o que não apenas amplia a diversidade de vozes, mas também fortalece os alicerces de uma democracia verdadeiramente representativa.

A educação desempenha um papel crucial na formação de uma nova geração de indivíduos capazes de enfrentar os desafios tecnológicos e se destacar no dinâmico mercado de trabalho contemporâneo. Para além do domínio de conhecimentos tradicionais, as novas competências e habilidades tornam-se imperativas para o desenvolvimento de uma consciência crítica e protagonismo juvenil. A era digital exige que os jovens cultivem habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação eficaz e colaboração.

A capacidade de avaliar informações de maneira reflexiva, discernindo entre fontes confiáveis e falsas, é essencial para navegar na vastidão de dados disponíveis na internet. Além disso, promover o protagonismo juvenil significa incentivar a autonomia, a iniciativa e a capacidade de liderança, habilidades necessárias para enfrentar os desafios das sociedades modernas.

A educação contemporânea precisa incorporar práticas inovadoras, incluindo métodos de ensino que estimulem a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas. A ênfase deve ser colocada no desenvolvimento de competências, como empatia e inteligência emocional, cruciais para interações humanas bem-sucedidas nos ambientes profissionais e sociais.

Em resumo, a educação desempenha um papel central na preparação dos jovens para os desafios tecnológicos e o mercado de trabalho, capacitando-os com as habilidades necessárias para desenvolver uma consciência crítica e assumir uma postura ativa na sociedade. Essa abordagem não apenas fortalece o indivíduo, mas também contribui para a construção de uma comunidade mais adaptável e resiliente diante das rápidas transformações do mundo contemporâneo.

É Hora de Praticar!

Tendo em vista o que discutimos ao longo das aulas, vamos analisar o seguinte caso: em uma escola brasileira, observa-se um crescente interesse dos alunos em questões relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente. Esses jovens demonstram uma forte vontade de liderar iniciativas que promovam práticas sustentáveis dentro e fora do ambiente escolar. No entanto, enfrentam desafios estruturais e falta de suporte institucional para efetivar suas ideias.

Desafios:

  • Falta de apoio institucional: a escola não possui políticas específicas para integrar a sustentabilidade no currículo e nas atividades escolares.
  • Limitação de recursos: os estudantes encontram dificuldades para implementar projetos sustentáveis devido à falta de financiamento e suporte logístico.

Diante dessas dificuldades, como integrar efetivamente a sustentabilidade no currículo escolar para promover o protagonismo juvenil nesse contexto? Como superar as limitações de recursos e criar oportunidades para os alunos colocarem em prática suas ideias sustentáveis?

Pare por um momento e anote suas reflexões sobre essas questões.

Reflita

Como a educação pode promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como empatia e inteligência emocional, para preparar os jovens para os desafios do mercado de trabalho e da sociedade moderna? De que maneira as práticas educacionais podem ser inovadoras para estimular o pensamento crítico e a resolução de problemas entre os jovens, considerando o cenário tecnológico em constante evolução? Como os sistemas educacionais podem adaptar-se para cultivar o protagonismo juvenil, incentivando a autonomia, a iniciativa e a liderança, a fim de que os jovens tenham as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo?

 

Dê o Play!

Clique aqui e acesse os slides do dê o play!

Resolução do estudo de caso

Uma forma de contornar as questões de infraestrutura e abordagens pedagógicas é a elaboração, com a participação ativa dos estudantes, de um programa ou projeto de educação ambiental que integre a sustentabilidade em diferentes disciplinas do currículo, promovendo discussões interdisciplinares. Além disso, estabelecer parcerias com organizações locais e empresas para oferecer suporte financeiro e logístico aos projetos sustentáveis propostos pelos alunos é um caminho interessante para o envolvimento ativo dos jovens em suas comunidades locais e a divulgação dos trabalhos desenvolvidos durante a implementação e sequência do projeto. 

Dê o play!

Assimile

A figura a seguir reúne alguns dos principais tópicos estudados nesta unidade.

Protagonismo juvenil O engajamento dos jovens na sociedade, envolvendo a tomada de inciativas, a expressão de suas vozes e a participação ativa na busca de soluções para os desafios contemporâneos.  Cidadania digital Refere-se à habilidade de utilizar tecnologias de informação de maneira ética e responsável, envolvendo o uso consciente da internet, a proteção de dados e a participação ativa em comunidades online.  Política Processo de tomada de decisões, distribuição de poder e gestão de recursos em uma sociedade, influenciando a estrutura e a dinâmica do governo e das instituições.  Cidadania Condição de pertencimento a uma comunidade política, envolvendo direitos e deveres civis, políticos e sociais, além da participação ativa na construção e na manutenção da sociedade.
Figura 1 | Os meios de comunicação, protagonismo juvenil e a cidadania: principais tópicos. Fonte: elaborada pela autora.

Referências

ALVES, R. Conversas sobre política. 4. ed. Campinas: Verus, 2002.

COSTA, C. Sociologia: questões da atualidade. São Paulo: Moderna, 2010.

DIAS, R. Glossário. In: DIAS, R. Fundamentos de sociologia geral. 5. ed. Campinas: Alínea, 2011.